Eu comecei este blog mais ou menos na mesma época em que comprei a minha máquina de costura, a Facilita Pro 4423 da Singer. Um dos posts mais antigos é também um dos mais acessados, onde conto como foi o processo de escolher a minha máquina.

Quase quatro anos se passaram e eu percebi que podia fazer um novo post a respeito, aproveitando para atualizar algumas informações sobre as máquinas que estavam entre as minhas opções.
Continuo achando que o processo de escolher uma máquina de costura é bastante pessoal, mas que algumas partes são objetivas. Vamos começar?

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Foto: Sharon Eve Smith

Industrial x Doméstica

Eu acredito que a escolha comece entre máquinas industriais e máquinas domésticas. As máquinas industriais normalmente possuem funções específicas (como a de costura reta, a de overloque, a galoneira, máquinas bordadeiras e etc), são grandes e mais potentes. Geralmente possuem um gabinete próprio para elas, que ocupa bastante espaço e são melhor aproveitadas quando é preciso fazer uma produção de várias peças em sequência.

As máquinas domésticas costumam “acumular” uma série de funções: costuram reto, fazem casa de botão, pregam elásticos, fazem pontos de acabamento, pontos decorativos e assim por diante. Com uma só máquina é possível, por exemplo, fazer uma peça de roupa com todos os detalhes e acabamentos, só mudando os pontos conforme necessário.

Por essas razões e pelo fato de eu não costurar em grandes quantidades é que eu escolhi ter uma máquina doméstica.

Mecânica x Eletrônica

Partindo para as opções de máquinas domésticas é preciso escolher entre ter uma máquina mecânica (com seletores para pontos, por exemplo) e uma máquina eletrônica (geralmente com um painel eletrônico para selecionar os ajustes da máquina).

As maiores diferenças entre as máquinas mecânicas e as eletrônicas costumam ser: a potência do motor e a variedade de pontos. Máquinas mecânicas normalmente são mais potentes ou seja, costuram mais rápido e suportam trabalhos mais pesados, ao passo que as máquinas eletrônicas possuem muito mais pontos que as máquinas mecânicas.

Mais uma vez, é necessário considerar que uso pretende fazer da máquina. Costuras de materiais mais leves ou com poucas camadas podem ser feitas em máquinas mecânicas ou eletrônicas. Materiais mais pesados como jeans ou montagens de peças em Patchwork, com muitas camadas, demandam máquinas mais potentes, que costumam ser as mecânicas.

Se a variedade de pontos decorativos é mais importante, a máquina eletrônica é uma boa escolha. Por exemplo, o ponto caseado, muito usado em aplicações, nem sempre está disponível em máquinas mecânicas.

Um outro ponto a observar é que nem todas as máquinas eletrônicas fazem bordados. Se esta for uma função importante, é preciso aprofundar a pesquisa para encontrar modelos que também façam bordados (às vezes um software para bordado é necessário).

Quando eu escolhi a minha máquina, já estava interessada em focar na produção de roupas para mim (que poderia ser desde uma regatinha de seda até uma peça em jeans) e também em fazer Patchwork. Ter uma máquina mais potente era mais importante que ter vários pontos decorativos, por isso escolhi uma máquina mecânica.

Marcas e modelos

Existe uma certa variedade de marcas de máquinas de costura no mercado, felizmente! Eu optei por perguntar para pessoas que já costuravam quais marcas e modelos elas preferiam. Muitas pessoas gostam das máquinas da Singer, da Janome, da Elgin, entre outras.

Eu escolhi a Singer por ter uma ferramenta no site que ajuda a escolher o modelo, a assistência técnica física é de fácil acesso e a máquina que eu escolhi na época estava dentro das minhas possibilidades financeiras.

De vez em quando eu tenho vontade de conhecer mais a fundo as marcas mais premium que desembarcaram no Brasil nos últimos anos, como a Bernina ou a Pfaff. Mas como o que eu já tenho em casa atende muito bem o que eu preciso, preferi não passar por tentação, rs!

Na minha opinião, para escolher o fabricante da máquina, veja se tem assistência técnica de fácil acesso para você, tanto fisicamente quanto por internet ou telefone.

Acho que não é necessário se apegar tanto ao local onde a máquina foi fabricada, pois em tempos de câmbio favorável para importação, era bem comum que as máquinas vendidas por aqui tivessem sido fabricadas na China. Desde que seja uma empresa que esteja bem estabelecida aqui no Brasil para te dar assistência se você precisar, acho que é suficiente.

Por esse motivo é que nunca trouxe uma máquina de fora nas viagens que fiz. Há alguns anos era bem mais barato trazer uma máquina de fora e eu quase fiz isso. Mas eu não teria prazo de garantia válido aqui e também não é certo que encontraria peças se algo de errado acontecesse. Enfim, esse assunto é bem relativo.

Falando em local de fabricação, minha máquina de costura foi feita na China (e nunca quebrou) e a minha overloque foi feita no Brasil. Mas comprei da Singer brasileira, que me dará o suporte do mesmo jeito para qualquer uma das duas, por isso acho que não tem problema.

Foto: Sharon Eve Smith

Considerações

Tudo isso serve para você decidir que máquina comprar, ainda que nada disso seja uma regra absoluta e o processo de escolha permaneça muito pessoal. Aproveitei para revisar a minha opinião sobre o tema e colocar alguns pontos que apareceram em comentários de outros posts relacionados ao assunto.

Como a Facilita Pró 4423 da Singer não está mais sendo produzida, em breve colocarei um post com informações de quais máquinas podem substituí-la a altura, ok?

Espero que seja útil!

Beijos e boas costuras!