Look do Dia: Resgatando uma Saia de Tweed!

Preciso confessar uma coisa: existem algumas poucas roupas do meu armário handmade que são lindas e bem feitas, mas que nunca usei. Isso acontece com peças que fiz faz tempo e que, apesar de lindas, ficaram paradas por dificuldade de combinar com outras peças ou de adequar à vida que eu levo.

Aconteceu isso com esta saia de tweed. Eu a costurei na época em que fazia aulas com a Lurdes, a saia ficou perfeita e também parada no armário. Creio que ficou arrumada demais para a minha vida informal, mesmo naqueles tempos.

Em 2014 resolvi que teria boas roupas para o inverno e fiz compras e projetos muito acertados: a blusa de seda fechadinha, a capa de lã, uma saia de lã pied de poule que usei tanto que até enjoei dela (rs) e a tal saia de tweed rosa. Lembro como se fosse ontem que comprei estes tecidos todos de uma vez e que usei tudinho, um orgulho só. Por outro lado, ficar com uma saia bonita encostada por três anos não é nada legal.

No último Dia dos Namorados, resolvi fuçar no armário para fazer uma produção especial e com algo de novidade, já que ando bem sem tempo para costurar… Não é que eu resolvi colocar a saia e amei?

Ela está um tiquinho folgada para mim hoje em dia mas, na verdade, o próprio tweed é mais volumoso também. Vi que eu não usava por falta de complementos justinhos na parte de cima, para não deixar a composição tão “solta” para o meu gosto.

OBS: Prometi a mim mesma que, se eu pegar amizade com ela de uma vez, rs, vou ajustá-la um pouco!

A saia de Tweed

Lembro de ter visto a blusa e a saia ainda nos tempos da revista Burda portuguesa, ficar apaixonada e querer muito fazer as duas peças da foto! A blusa tem sido muito bem usada até hoje!

A saia reta me chamou atenção por ter uma modelagem bem diferente da que estamos acostumadas a ver. Não possui costuras laterais e as pences das costas foram transformadas nesse recorte diagonal lindo. A fenda traseira foi substituída por uma pequena nesga muito charmosa. Peguei uma imagem da saia com o desenho técnico dela pois as fotos da minha saia pronta não mostram estes detalhes direito, por conta da textura do tweed.

Modelagem especial!

(Fonte)

Esta é a minha saia!

Frente

Costas

Zoom das costas para ver o zíper bem invisível, o cós reto e o recorte lindo!

Um detalhe da barra para mostrar bem o tecido!

Quando eu estava fazendo o curso de modelagem feminina no Senac, em 2015, a gente tinha que fazer a modelagem de uma peça a partir da observação (de uma peça já pronta ou de uma foto) ao final de cada módulo. Adivinha qual saia eu reproduzi? Esta mesma!

Na época, eu e a querida mestra Angélica concluímos que a saia tinha sido criada a partir da moulage, mas que era possível sim fazer isso com a modelagem plana. Deu muito trabalho mas eu consegui! Pena que não achei nenhuma foto da saia do curso!

Vi que a minha saia ficou parada por não ter ficado tão ajustada como aparece na foto da revista, o que impediu, por exemplo, de usar com a blusa que forma este “conjunto”. Para colocá-la em uso de uma vez por todas, resolvi combinar com um dos meus tops cropped ou com uma camisa jeans bem ajustadinha que tenho. Funcionou!

Look do Dia

Como contei no começo do post, usei a saia linda de tweed rosa pela primeira vez neste dia dos Namorados. Eu e o Ricardo dificilmente encaramos programas fora de casa nesta data, até porque temos a nossa própria casa todinha para nós, né?!

Na véspera, por ser domingo, fomos almoçar em nosso restaurante preferido e no dia dos Namorados preparamos um jantar especial em casa mesmo. Bom, Ricardo preparou o jantar e eu preparei a mesa com a toalha de mesa branca e prata, além dos arranjos de flores do campo nos vasinhos de vidro (a toalha e os vasinhos eu fiz para a festa de ano novo, lembram?). Sim, por aqui não é só o armário que é handmade!

Decoração handmade

Gostei da combinação da saia com o top mais justinho e as botinhas, ficou quentinho na medida e não ficou super formal. Acho que agora vou usar bastante esta saia (e talvez ajustá-la um tiquinho)!

(Só que não percebi na hora das fotos que a saia estava amassadinha de sentar e levantar…)

Saia de Tweed: tecido da Mittus Tecidos (Rua Augusta), molde da saia da revista Burda portuguesa de 11/2013.
Top Cropped: Malha Suit Wall comprada na loja Dona Dani (SP), molde Astoria da revista Seamwork de abril/2015 (EUA). Mais fotos do top aqui.
Botas: Schutz

Enfim, a boa saia ao armário handmade retorna!

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Enfim, Modelista!

Olá!

Um dia depois do meu aniversário, quase que como um presente, concluí uma etapa muito importante na minha jornada costurística: o curso de Modelagem no Senac.

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Foram muitos sábados (de maio a dezembro do ano passado) intensos, agradáveis e produtivos. Hoje fico muito feliz em dizer que não sou “só” publicitária, mas modelista também.

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Aprendi muito, conheci pessoas incríveis e apostei numa formação mais formal e completa que eu nunca tinha tido antes na área de costura/moda.

Quando comecei a costurar em 2011, eu não pensava nem um pouco em fazer roupas, porque achava que já tinha muita gente fazendo e fazendo bem (o que não deixa de ser verdade). Ainda mais morando em SP, que tem uma grande oferta, uma hora a gente acaba achando algo com a nossa cara.

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Só que chegou uma hora que costurar acessórios e coisas para casa já não me bastavam mais. E as visitas às lojas de tecidos me deixavam cheia de ideias do que eu poderia fazer com eles se eu soubesse fazer as minhas próprias roupas.

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Ao longo do tempo fiz aulas de corte e costura e também algumas oficinas que me deixaram bastante confiante para fazer minhas roupas sozinha em casa. Aprendi a tirar os moldes e adaptá-los às minhas medidas, aprendi a costurar e dar acabamento às peças.

Só que eu acabei direcionando todo este aprendizado para o meu gosto, para meu corpo e para o que eu queria vestir.

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Quando recebi o convite para dar aulas de corte e costura no ano passado (contei aqui), vi que estava na hora de dar um passo adiante. Precisava saber fazer peças que ainda não tinha feito e entender mais a fundo a modelagem delas, já que cada pessoa tem seu estilo, gostos e vontades diferentes. Assim como o corpo de cada pessoa é diferente também.

Entrei no curso de modelagem de roupas femininas em tecido plano com a expectativa de preencher as lacunas que eu sabia que tinha no meu aprendizado e posso dizer agora que atingi meu objetivo.

Foram meses bem puxados, pois além de modelar e costurar na aula, eu repetia em casa, com as minhas medidas para treinar e poder ter como provar. No curso tudo era feito para o manequim 38, mas o método francês estudado permite aplicar para qualquer medida, o que é ótimo!

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Camisa tamanho 38. Amei fazê-la!

Passei por modelagem de saias, de blusas e camisas, de vestidos e de calças. Foram muitas variações de todos os tipos de peças, todas modeladas e depois costuradas.

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Peças que costurei após ter feito a modelagem com as minhas medidas.

Encerrei o curso com a sensação de missão cumprida, mas sei que preciso estudar continuamente, só assim aprimorarei meus conhecimentos. Assim como outros aspectos da minha vida, é uma jornada que parece estar só começando.

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Obrigada mestra Angélica!

Cheguei ao fim de 2015 muito cansada, mas também muito satisfeita por ter feito o curso e por ter me jogado “de cabeça” na modelagem.

Que venham muitos outros aprendizados como este, tenho planos de continuar estudando!

Beijos!

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Costura em tempos de aperto

Olá!

Eu estava planejando a viagem para Paris com o marido quando precisamos fuçar em faturas de cartão de crédito em busca de uma informação de uma reserva que fizemos. Em uma delas, bem recente, tinha a compra do molde do vestido Wren, da Colette Patterns. Este é o meu site favorito de moldes e compro quase tudo que lançam.

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Aproveito que nos primeiros dias os moldes costumam ser vendidos com desconto e compro logo, pensando estar fazendo um bom negócio. Aí encontrei uma despesa “inocente” de R$ 50,00 referente a este molde.

Caramba, 50 Reais em um único molde? Mesmo que ele seja ótimo, com boas explicações e tudo mais, infelizmente acho que passou a fase dessas compras. Quem começou a costurar há poucos anos, como eu, estava mal acostumada a comprar coisas em dólar ou euro e não sentir doer muito no bolso na hora de converter para reais.

Eu já estava planejando comprar tecidos na viagem e estipulei desde aquele momento do “susto” um valor máximo para gastar e o que eu iria priorizar. Primeiro, manter o exercício da cartela de cores que bolei (aqui). Segundo, priorizar a compra de tecidos que possam virar boas partes separadas, já que vestidos eu tenho até demais (e tinha acabado de comprar um molde novo de vestido, ô vício).

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Enfim, comecei a pensar no que fazer para gastar menos – ou gastar com mais sabedoria – em tempos como este que estamos vivendo, até porque não parece que isso vai se reverter rapidamente. Compartilho com vocês as minhas observações:

1. Usar os moldes que já tenho.
Tenho muitos moldes, alguns que nem usei ainda, como este que contei que comprei há pouco tempo. Alguns modelos que gosto muito merecem ser repetidos também.

2. Buscar moldes gratuitos.
Algumas peças que fiz recentemente foram feitas com moldes gratuitos e todas valeram super a pena. A camiseta Plantain da Deer and Doe, a regata Sorbetto da Colette Patterns e o shorts envelope d’A Costureirinha são ótimos exemplos!

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Minhas peças com moldes gratuitos (posts da camiseta, da regata e do shorts).

Quando eu falo em moldes gratuitos, reforço que não costumo usar coisas que nasceram como pagas e que foram distribuídas a esmo pela internet. Sei qual o trabalho de modelar, testar e aperfeiçoar uma peça e que quem o fez precisa receber pelo seu trabalho.

Se o criador resolveu disponibilizar gratuitamente é uma decisão dele, até para conhecermos o seu trabalho – e eu acho que funciona muito bem. Agora, se o projeto é pago, precisa ser comprado de maneira regular #abaixoaspequenascorrupcoes.

3. Usar moldes de revista.
Eu tenho revistas Burda desde o tempo que só a edição portuguesa chegava aqui. Quando a edição brasileira foi lançada, já assinei de cara, então não perco uma.

Uma revista custa atualmente R$ 12,90 na banca e tem muitos modelos diferentes por edição. Se você fizer apenas um molde de uma revista, ela já estará mais do que paga, concorda?

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O que às vezes me dá um pouco de preguiça é de sair folheando todas elas em busca de uma peça específica. Eu tenho duas táticas que me ajudam:

a. Logo que a revista chega eu já marco com post-its os modelos que gosto. Assim, na hora de procurar eu já agilizo o processo.

b. Faço uma busca pela loja virtual de moldes da Burda americana. Aí encontro o equivalente nas minhas revistas.

Por exemplo, fiz uma busca por macacão no site (em inglês é jumpsuit). Encontrei este macacão que aparece no site como sendo de junho/2015. Como temos 6 meses de diferença por conta da adequação das estações do ano, sei que este modelo está na edição de dezembro/2015. Aí é só ir direto na revista específica. Fácil, né?!

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4. Lançar mão dos conhecimentos de modelagem.
Ultimamente eu tenho usado menos moldes prontos pois estou exercitando os conceitos de modelagem que estou aprendendo no curso do Senac. Agora, por exemplo, estou trabalhando com modelagens de calça, a última parte do curso. Depois que o curso acabar, quero continuar a fazer a modelagem das minhas peças, para não perder este aprendizado.

Se você sabe construir seus próprios modelos, aproveite para colocar esse conhecimento em prática!

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5. Se for para fazer investimento mais alto, invista em boas aulas.
Recentemente eu fiz uma aula dupla com a Francine Lacerda pois amei a saia Vivi que ela criou. Paguei pela aula, voltei para casa com uma saia linda (usei um tecido que eu já tinha, oba!), com um molde com 5 opções de tamanho, dicas ótimas e horas deliciosas de costura. Tudo que só o contato pessoal proporciona e que o investimento sempre é certeiro.

6. Use os tecidos que você já tem.
Sim, chegamos a uma parte delicada. Todo mundo que costura tende a acumular tecidos, algumas pessoas mais outras menos, mas sempre existe mais tecido do que a nossa capacidade de costurar. Ter os tecidos arrumados ajuda a localizar se você já tem em casa algo que possa ser usado imediatamente em um projeto. Eu organizei meus tecidos no ano passado (contei como fiz aqui) e isso só trouxe coisas boas.

7. Se comprar um tecido novo, compre sabendo em que vai usar.
A gente consegue ir ao shopping e não trazer nada, já voltar de mãos vazias de uma loja de tecido é bem mais difícil, né?!

Hoje em dia eu só vou a alguma loja de tecido quando preciso de algo que sei que não tenho em casa, compro a quantidade suficiente para o projeto e só volto com alguma coisa além disso se for por conta de uma boa ideia que surge na hora ou por conta de alguma boa promoção. Caso contrário, “o tecido bonitinho mas que eu vivo sem” fica na loja.

8. Em viagens, leve uma lista de projetos que ainda não têm os respectivos materiais.
Eu tenho feito isso há um tempo e tem rendido bons frutos. Quando o câmbio era mais amigável e eu não tinha essa listinha para pautar as minhas compras em viagens, acabava trazendo tecidos bons e lindos, mas alguns deles estão guardados até hoje à espera de um projeto que eu possa usá-los. Tem um tempo que a estratégia era esta aqui, mas fui adaptando ao longo do tempo e da variação do câmbio pra cima. As últimas compras que fiz já foram feitas pensando em atender o que está na minha lista e logo menos mostro aqui no blog.

Porque deixar de costurar a gente não vai, então vamos nos adaptar à situação atual, certo?

Beijos e boas costuras!

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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
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