Voltei a dar aulas! Primeira parada: Sesc Ipiranga

Pois bem, quem me acompanha por aqui sabe que eu estive estudando bastante para voltar a trabalhar. Era um grande passo empreender novamente depois de alguns anos “curtindo”. Coloco entre aspas pois eu aprendi muita coisa, em uma fase muito despretensiosa em termos profissionais, mas que vi depois que podia ser reunida num mix profissional único e só meu. Contei um tanto sobre esse processo de transformação e estudo aqui, quando apresentei a minha nova marca.

Dentro deste mix, estava sim o plano de voltar a dar aulas. Para mim, passar conteúdo adiante é uma oportunidade única de aprender ainda mais, de estar em contato com pessoas de vivências diversas mas interesses semelhantes, de passar adiante o caráter terapêutico das costuras e das manualidades.

Aulas no Sesc Ipiranga

Em agosto, um mês especialmente difícil para mim, pois eu já estava doente, recebi o convite do Sesc Ipiranga para dar um curso de costura de dois meses no Programa de Trabalho com Idosos que esta unidade desenvolve. Por eu estar muito mal, quase recusei, mas sei que recebi um empurrãozinho dos céus vindo do meu pai dizendo “topa, minha filha, até outubro vai estar tudo bem”. E foi o que eu fiz.

Aos trancos e barrancos desenterrei meu CNPJ e me cadastrei no Sesc, desenvolvi o conteúdo, com projetos rápidos e fáceis de executar, pensando em decorar a casa ou mesmo presentear na época do Natal.

Outubro chegou, o pior do furacão já tinha passado. No primeiro dia de aula (depois de três anos sem dar aulas) eu estava super nervosa. Mas foi conhecer a turma e começarmos a colocar o primeiro projeto em execução que eu me senti em casa de novo!

Esse retorno me fez lembrar das minhas capacidades, do meu amor pela costura em um ano em que mal cheguei perto da minha própria máquina, de como adoro ensinar. E assim seguiram os encontros, de outubro a dezembro!

Os projetos

As garotas fizeram almofada em forma de nuvem com pompom, capa de almofada transpassada, bolsa forrada, lenço dupla face, caminho de mesa com aplicação, aprenderam a fazer canto mitrado numa toalha de chá. Tudo em horas que passavam rapidinho! Aqui na galeria de fotos estão alguns momentos registrados ao longo dos encontros!

O mais legal é que alguns projetos foram ganhando bordados, aplicações, crochês, tudo por conta própria das garotas! Quer coisa mais legal do que juntar as habilidades que a gente tem para deixar os projetos mais ainda com a nossa cara?

Agradecer, sempre!

Sempre vou lembrar com carinho desses dias, dessa retomada num momento tão importante da minha vida! Agradeço a todas as participantes e também à Nathalia (e toda a equipe do Sesc Ipiranga) pela oportunidade!

E assim estou de volta, logo volto com mais novidades!

Bora costurar bastante em 2019?

Sobre Florescer em Pleno Inverno
Vencendo a minha maior resistência: vender!
Reaprendendo a bordar com o Clube do Bordado

Eu aprendi a bordar faz tempo, em 1998 (eita, 20 anos já!). Naquela época a gente bordava panos de prato riscados pela professora e, ao final, fazíamos uma barrinha de crochê para arrematar o trabalho. Foi assim que eu aprendi alguns pontos do bordado livre, como o correntinha.

Nessa mesma época também aprendi ponto cruz (com o avesso perfeito, tenho amor verdadeiro), ponto cruz duplo (que a gente fazia num tecido xadrez duplo, então a linha ficava embutida entre os dois tecidos. Aprendi também o vagonite.

Foi um ano intenso de manualidades, quando resolvi fazer aulas num armarinho perto da casa dos meus pais pois encarar apenas o cursinho pré-vestibular me pareceu chato demais, rs!

Foi o ano em que aprendi também a fazer crochê, essa manualidade eu nunca deixei totalmente de lado. Já o bordado aconteceu em momentos bem ocasionais ao longo destes anos todos.

A última vez que eu peguei um bordado livre para fazer foi em 2015, quando fiz o logo do blog para colocar na porta do meu ateliê. Fiquei feliz com o resultado, apesar dos defeitos e do avesso bem feinho, rs!

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Naquela época eu já acompanhava o Clube do Bordado. Adoro como as meninas mostram como é legal bordar, além de conhecerem a técnica muito bem! Também gosto demais da estética dos trabalhos, as ilustrações e escolhas de cores.

E aí que em 2018, 20 anos depois, resolvi reaprender a bordar. Precisava desenferrujar este conhecimento guardado lá no fundo da minha memória craft e aprender mais. Acredito que este evento foi o primeiro de mais alguns que pretendo participar nesse ano.

Curso Módulo 1 – Bordado para Iniciantes

E assim eu recomecei a bordar em 2018, numa aula super gostosa comandada pela Renata e pela Dini. Vimos os pontos haste, atrás, nó francês e cheio. Este aqui é o projeto:

Fonte: site Clube do Bordado

Lógico que os meus pontos não estão perfeitos como este bordado delas mas, acredito que voltando a praticar, eles ficarão mais bonitinhos!

Voltei para casa feliz e com o kit para terminar o trabalho: risco e instrução com sugestão de preenchimento, um bastidor fofo de borracha – nunca tinha usado um destes – agulha e linhas de meada.

Levei a minha tesourinha japonesa garimpada pela Claudia, apesar que nem precisava levar, mas queria estreá-la numa ocasião especial!

(Clique em uma das fotos para abrir a galeria!)

Finalizando o Bordado

Levei o trabalho para terminar em casa, quer dizer, na minha viagem de aniversário de casamento em Montevideo. Foi um fim de semana ótimo e, enquanto o marido não chegava lá, eu bordei em companhia de um vinho branco, uma torta de pêra e a vista linda do Lavender! 

 

Ao voltar para casa, fui fazendo um pouquinho por dia, substituindo a hora diária do tricô e na mesma semana, terminei! Eu me cobro muito por ser detalhista (por exemplo, não estava muito feliz com o meu ponto cheio) mas ao final fiquei muito feliz!

Decorando o meu quarto

Logo que terminei o bordado, fiz o acabamento do tecido em volta e fui rapidinho colocá-lo no meu quarto. Para quem viu o post sobre a decoração dele, eu vou mudando a decoração de tempos em tempos! Amei como o bordadinho destacou na parede cinza!

Outros Bordados: Ponto Cruz

Além de ensinar a minha afilhada a bordar ponto cruz nesse Natal (meu melhor presente), eu fiz esse quadrinho aqui em 2011, para enfeitar meu ateliê recém conquistado. Depois, acabou ganhando lugar de destaque no meu quarto até o ano passado. Agora, quero encontrar um novo local pra ele!

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Sashiko

Aliás, já que estou falando em bordado, para não dizer que não bordei nos últimos anos, não posso esquecer que em 2014 eu aprendi a bordar com a técnica japonesa do Sashiko e acabei produzindo algumas peças que adorei! Teve uma almofada, a colcha do Noah, o saquinho para a manta do Hiro!

Em 2018 eu quero fazer os outros módulos, além de conferir outras aulas com pessoas que adoro, então me aguardem com mais bordados!

Meu quarto: quando uma colcha em Patchwork enfeita um cômodo muito craft e atual!
10 anos de blog – O que vem depois?
Como entendi o Minimalismo através dos meus óculos coloridos

Eu demorei um tempão para preparar este post. Quer dizer, eu escrevi este texto de uma vez só nessa semana mesmo, mas o tema do minimalismo é que não saía da minha cabeça desde julho de 2017, quando eu fiz a formação em consultoria de estilo. Faz tempo que eu queria falar sobre isso aqui.

Talvez você pense: “como é que uma pessoa de cabelo rosa, batom e óculos coloridos quer falar sobre minimalismo?”. Eu te entendo! De fato, eu não sou uma pessoa de estética minimalista. Acho lindo quando vejo nas outras pessoas, ainda mais quando combina com elas, mas eu não consigo ser assim. E tá tudo bem, né?!

Mas um acontecimento no ano passado me fez entender o minimalismo como estilo de vida.

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Foto: Sharon Eve Smith

Os meus óculos amados

Na semana do curso de formação em consultoria, uma coisa muito chata aconteceu: a minha cachorrinha Leia comeu os meus óculos de grau. Quebrou em algumas partes e mastigou tudinho. Sim, aqueles óculos lindos e coloridos que me ajudam a enxergar há quase 5 anos. Depois de ter certeza de que ela não tinha engolido nenhum pedaço, eu chorei, confesso.

Eu não sou de chorar por coisas, já tive um carro bem estragado num acidente e meu choro foi de alívio por estar viva e sem um arranhão. E nem foi na hora do acidente. Mas o danadinho do par de óculos tem história desde a compra em 2013 em uma ótica de Berlin (post sobre essa viagem aqui) que só vendia óculos vintage e me acompanhou firme e forte nas minhas mudanças de cabelo, na evolução do meu estilo. Olha só:

OBS: Um viva ao Google Photos que me ajudou nessa retrospectiva!

Meus óculos coloridos e nada básicos são a minha “maquiagem postiça”, como costumo brincar. No dia a dia, eu passo no máximo um batonzinho, coloco os óculos e já me sinto linda para viver minha vida. Estes óculos mostram muito sobre mim, sobre a vida criativa, colorida e leve que procuro levar.

Na época do incidente com a cachorrinha (em julho de 2017) eu fiquei tão chateada que coloquei os destroços dos óculos num saquinho e guardei longe do meu olhar no fundo do armário. Mas eu não tinha desistido deles. Dias depois, comecei a buscar uma forma de consertá-los ou mesmo de fazer uma réplica deles. Foi aí que achei o Wilton, da Ótica Imagine, no centro de SP.

Ele disse que os meus óculos eram um dos piores que ele já tinha pego para consertar. Disse que queria tentar consertar antes de tentar fazer uma réplica deles (ele faz armações personalizadas, mas me adiantou que não ficaria igual à armação que eu tinha por algumas razões ligadas ao método de fazer essa armação personalizada).

Para quem já tinha dado os óculos como perdidos, resolvi tentar. Isso foi em agosto. Já tinha voltado a usar um dos meus óculos que eu não amava tanto só nas horas mais críticas, pois não me sentia tão bonita com eles.

Em setembro, depois de falar com o Wilson algumas vezes, sempre muito atencioso, ele me manda uma foto, os óculos estavam consertados!

Documentário sobre Minimalismo

E essa foto acima, dos óculos em vias de voltar inteiros para mim, chegou numa mensagem enquanto eu assistia na Netflix o documentário Minimalism: A Documentary About the Important Things” (traduzindo… Minimalismo: Um Documentário Sobre as Coisas Importantes).

Fonte: Site Netflix

Tem muita coisa que fez sentido para mim, mas essa frase que Josh disse me fez entender tudo:

Eu percebi que eu não precisava de outros (ou de vários) óculos de grau, eu precisava só dos meus óculos que eu amo! E aí eu vi que valia mesmo a pena ter consertado. Eu não precisava de uma armação nova.

Desde então, entendido o conceito, eu fui levando para outros aspectos da minha vida. Depois da consultoria de estilo que fiz, só tenho roupas, calçados e acessórios que eu amo.

Por isso não costuro mais para mim com tanta frequência como em alguns momentos do passado. Tem sido ótimo fazer presentes, por exemplo. Mantenho as mãos ocupadas, presenteio com algo feito com amor e não acumulo esses feitos só para mim. Consigo ir ao shopping, a uma rua de compras, uma loja de tecidos ou um armarinho sem comprar nada que eu não esteja precisando.

E, quando eu realmente desejo algo, me dou um tempo (geralmente de alguns dias) para ver se eu não esqueço mesmo. Se eu tenho certeza que eu vou amar aquele item e vou usar muito, aí eu compro (ou faço, se for o caso). E, para este item novo entrar no armário, algum que não tiver esse mesmo potencial de amor e de uso tem que sair para dar lugar.

Uma reflexão interessante que eu fiz após assistir o documentário foi que o minimalismo se fez necessário na vida de um tanto de pessoas após elas experimentarem o consumo e aí verem que não são felizes só pelas posses que acumularam. Quem não tem oportunidade de consumir avidamente normalmente não tem opção de não ser minimalista, pois as prioridades mais básicas falam primeiro.

Eu fui criada com muito menos do que tenho hoje (graças a Deus nunca faltou nada essencial para a minha família, mas em vários momentos o aperto financeiro aconteceu) e acredito que por isso eu tive uma fase “vida loka” de consumo quando pude e depois fui voltando atrás. Já joguei muito cosmético fora por não dar conta de usar, já passei adiante roupas novas e ainda com etiqueta da loja, tenho tecidos da época que comecei a costurar que nunca usei (e que hoje em dia estou procurando dar um bom destino).

Consumindo melhor

Entendo que não tem nada errado em consumir. Só que hoje em dia compro bem menos e compro melhor. Em tudo na vida. Do supermercado para abastecer a casa ao material do ateliê, passando pelas viagens e cursos que amo fazer.

Ficou mais fácil cuidar de tudo, pois não é preciso ter coisas demais para viver bem. E quanto mais coisas temos, mais trabalho vai dar para cuidar delas. Passei a pensar melhor para onde vai o dindin e o que preciso priorizar.

Se eu tenho uma calça jeans que me serve, não preciso de outra. Se tenho um bom tênis branco, não preciso de mais um. Se comprei um bom tecido para fazer uma blusa que vai casar bem com o que eu tenho no armário, não preciso sair da loja com outro tecido além dele. Não preciso de mais batons se já tenho alguns que gosto e uso bastante. Não preciso trocar de carro se a ideia é não ter mais carro em um futuro próximo. Preciso cuidar e fazer bom uso do que tenho.

Vi que as minhas escolhas recentes, inclusive profissionais, têm tudo a ver com isso. Por exemplo, ser consultora de estilo possibilita que eu leve esse estilo de vida para as outras pessoas, para que elas se vistam só com o que elas amem e sem ter que comprar tudo novo.

Essas escolhas também me deixam livre para colecionar boas lembranças da vida que levo e das pessoas ao meu redor, sem necessariamente acumular coisas que não amo ou não preciso.

Sim, meus óculos coloridos, vintage dos anos 80 e nada minimalistas na estética me ajudaram a entender o minimalismo como estilo de vida. Recomendo o documentário e também a reflexão! Se quiser comentar sobre o tema, vamos conversar nos comentários!

Minha consultoria de Estilo: a (r)evolução do meu vestir!
Documentário “The True Cost” e uma reflexão sobre o consumismo craft.
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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