Mulheres Prendadas

Olá!

Estava eu programando o que eu colocaria aqui no blog por esses dias quando achei uma boa abordar esse tema: ser uma mulher prendada.

Terminei de ler semana passada a revista Tpm de maio (sim, sempre termino de ler as minhas revistas quando a edição seguinte já chegou na banca. Ou até mais atrasada, como a revista Elle de março que ainda estou lendo, rs), com o tema central de Mulheres Prendadas. Comprei logo que vi na banca, mas deixei para ler em dias mais calmos, pois o assunto realmente me interessa.

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Algumas páginas da TPM.

E ver que esse mundo artesanal-craft-costurístico-manual é muito feminino (a Mega Artesanal tinha muito mais mulheres do que homens segundo o meu “data-olhômetro”) chamou ainda mais atenção para o assunto.

Enquanto devorava a revista toda, pedi pro marido responder duas coisas. Primeiro, se ele achava que eu era uma mulher prendada. Ele disse que sim. Aí pedi pra ele definir o que é uma mulher prendada. Ele respondeu que é aquela pessoa que sabe fazer várias coisas, todas elas com qualidade, bom gosto e criatividade.

(Ah, e ele brincou que eu poderia incluir vários outros adjetivos positivos terminados com “ade”, e também que eu vou terminar a minha colcha de retalhos com muita idade… aff… muito apoio, viu?! Hahahaha!)

De fato, eu sei fazer um tanto de coisas sim. Sou bem minuciosa e acho que aprendi a lidar bem com essa qualidade ao dedicar um tanto do meu tempo às manualidades. Ao longo dos anos aprendi a bordar, fazer crochê, costurar, fazer cupcake e até bolos decorados.

Por outro lado, não sou como a Amélia, aquela que não tinha a menor vaidade. Eu me cuido, no melhor sentido de cuidar bem da nossa morada para poder viver melhor. O marido gostar é consequência.
Mas acho que a questão não se resume só a isso. Ver as várias questões que estão na mente das mulheres como “eu estudei em faculdade de primeira linha, fiz pós-graduação e vários cursos, mas o que eu queria mesmo era me dedicar à minha casa”, ou “estudei tanto pra depois ter que saber passar a camisa do marido?”, ou ainda “eu quero ter filhos, mas quero focar na minha carreira e ter tempo pra mim”… E por aí vai…

E quando essas mulheres prendadas aproveitam estas habilidades e as transformam em oportunidades de negócio? Eu poderia enumerar várias que eu admiro e conseguiram fazer isso, que bom!

É engraçado e um alívio estar fora do mercado de trabalho há algum tempo e não sentir falta nenhuma do terninho e do escritório. Eu trabalhei em várias empresas, na área de Marketing, sempre me sentindo deslocada e questionando o que eu fazia de errado por não conseguir prosperar. Depois, dando aulas na mesma área, me senti muito melhor e vi mais perspectiva. Mais pra frente, fazendo cupcakes em casa para vender, notei que o contato com as pessoas e vender algo que eu mesma fiz me apetecia muito mais.

Por isso mesmo, hoje em dia não tenho a menor sensação de ter fracassado (sim, isso rondou a minha cabeça por muitos anos). Estou em casa por opção e sei que essa escolha nem sempre é possível principalmente por questões financeiras, mas não me sinto mal por isso.
Meu marido também é muito prendado, cozinha bem, mantém a ordem na louça e na rotina dos nossos cachorros, realmente não posso reclamar!

Ser uma dona de casa prendada não me fez ficar fora de órbita e, quando estou com pessoas que só falam de trabalho, eu realmente não me esforço para participar da conversa usando exemplos meus de “mil anos” atrás. Falo sobre minha vida como ela é agora, porque sou uma mulher prendada assumida, cuido da minha casa, de mim mesma, do marido, dos meus cachorros e costuro.

Nunca fui tão eu mesma como agora e não posso me prender ao passado. Se eu ainda estivesse de terninho dentro de um escritório, eu teria que deixar a minha porção prendada de lado e isso me deixaria muito infeliz. Porém, quem sabe em algum momento eu escolha uma destas habilidades prendadas para, por exemplo, ter um novo negócio próprio? É uma opção que eu não excluo.

Na verdade, tudo isso que escrevi não é para ser nenhuma dissertação sobre o assunto, já que ele é bem complexo, e sim para cada um de nós poder pensar no seu próprio papel, no que te faz ou não feliz. Eu acho que isso é sempre bom. Aqui eu conto a minha parte apenas.

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Luke e eu, costurando minha colcha enquanto assistia Saramandaia.

E você? Se considera uma pessoa prendada?

Transformaria isso em seu principal trabalho?

Beijos!

11 Anos de Blog!
10 anos de blog – O que vem depois?
Eu não tenho dó de usar os meus tecidos

Olá!

Você já passou pela situação de comprar um tecido lindo, pagar às vezes um pouco mais por achar que ele vale a pena e depois de um tempo encontrá-lo guardadinho, inteiro?

Eu já. Várias vezes. Eu tinha dó de usar vários dos tecidos lindos que eu tinha comprado. E ouço outras pessoas dizerem que fazem o mesmo. Por que será?

Eu só posso falar por mim no momento, mas ultimamente eu tenho conseguido comprar na maioria das vezes só o que vou usar de imediato, quando não tenho algo “do estoque” que possa resolver.

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Os últimos comprados. Já pensando no que fazer com os três de cima. O rosa foi comprado para completar o projeto das almofadas de Patchwork.

Mas por que fui acumulando tecidos?
1. Ter em mente em que usar, mas não ter recursos suficientes para concluir o projeto com qualidade: acontecia quando eu ainda não tinha a Novinha, se a peça fosse ficar sem acabamento ou precisasse, por exemplo, de casas para botão, o tecido ficava guardado.

2. Não ter conhecimento suficiente para executar o projeto imaginado: até pouco tempo atrás eu não conseguia prever várias coisas antes mesmo de cortar o tecido, o que fazia com que eu ficasse com medo de estragá-lo, principalmente quando se tratam de roupas que requerem algum conhecimento de modelagem e consomem mais material que, por exemplo, um projeto de Patchwork.

3. Comprar porque achou lindo mas não em quantidade suficiente: já aconteceu comigo. Hoje em dia, se é para fazer roupa, eu compro logo 3 metros, assim dá para virar vestido (que eu amo) mais tranquilamente.

4. Comprar por achar lindo, mas depois desanimar do tecido ou do projeto: estou nesta situação com uns três tecidos guardados. Eu comprei os tecidos com uma ideia de como usar, mas fui mudando de ideia. O jeito é não esquecer deles e uma hora apresentá-los à tesoura também.

5. Aproveitar viagens para comprar tecidos diferentes: sim, eu faço isso sempre que dá e às vezes os tecidos lindos acabam esperando por algum surto de inspiração para serem usados e, até pouco tempo atrás, acabava acontecendo em conjunto com algum destes itens acima.

Concluindo, eu já passei pelo sentimento de não querer, ter dó ou medo de usar vários dos meus tecidos comprados. Mas posso compartilhar com você que isto é passado, praticamente tudo está endereçado para novas costuras, mesmo que leve um tempo.

Porque mais legal que tecido lindo guardado, é peça pronta e mais linda ainda que você mesma fez!!! E você? Tem dó ou medo de usar os seus tecidos?

Beijos!

11 Anos de Blog!
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Costuras da Semana – ou não

Olá!
Hoje, diferente das outras 2as feiras desde que comecei o blog, não vai ter o post de costuras da semana. Eu costurei sim, mesmo que pouco por conta das provas finais de alemão que estão chegando, mas não estou no clima para falar. Desculpe, mas só por hoje, vou usar este espaço aqui para me manifestar sobre o que tem acontecido recentemente.

Eu tinha 4 anos de idade quando um monte de gente protestou pelas Diretas Já. Eu nem tinha consciência que o país em que eu nasci vivia em uma ditadura. Anos depois, eu tinha 12 anos de idade quando via os adolescentes do então chamado Colegial da minha escola cabulando a última aula e pintando a cara para ir protestar contra o Collor. Eu achava aquilo incrível, mas não fui porque acho que nem fazia ideia de como chegar na Paulista sozinha. Só sabia ir de ônibus da escola para casa, na época sempre acompanhada do meu irmão mais velho.

Ao mesmo tempo me sentia representada por aquelas pessoas que estavam indo protestar, torcia por elas e por todos nós brasileiros, do jeito que uma menina de 12 anos pode fazer.

Agora, com 33 anos na cara e essa lembrança boa na cabeça, por que não fazer isso de novo e quem sabe dar alguma esperança pros mais novos que eu?

Hoje eu participar da manifestação marcada para às 17h no Largo da Batata (no bairro de Pinheiros). E todo mundo sabe que o tema já extrapolou faz tempo o aumento de R$ 0,20 na tarifa do transporte público de São Paulo (do qual eu sou usuária, aliás).

Depois, vou procurar costurar, estudar e viver com a cabeça mais tranquila de que pude ver tudo com os meus próprios olhos e que fiz parte de algo mais concreto por nós todos.

Amanhã o blog voltará à sua programação normal.

Beijos e força para nós todos!

11 Anos de Blog!
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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
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Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!