Dark, a compreensão da passagem do tempo e um gorro de tricô

Quando a primeira temporada de Dark estreou na Netflix, em dezembro de 2017, eu estava eufórica: tinha feito uma viagem para Londres com direito a show do Queens of the Stone Age, tinha feito consultoria de estilo, tinha trocado o portão de casa, tinha iniciado uma reforma na sala. Um monte de coisa legal acontecendo em sequência. Eu estava totalmente imersa em uma euforia:

Eu estava num momento de “se melhorar estraga”, sabe? Estava na terapia há alguns meses, quase terminando o DecolaLab (que abriu meus olhos pra tanta coisa, inclusive para fazer terapia). Meu negócio finalmente iria ganhar o mundo. E aí uma série alemã cabeçuda veio pra me fazer pensar sobre o tempo. Amei. Naquela época, estava costurando novas roupas alinhadas com o que eu realmente queria mostrar de mim para o mundo. Tudo parecia estar se alinhando como nunca na minha vida. A euforia durou até o começo de maio de 2018, depois de ter ficado com uma sala nova bem linda, uma viagem para o Uruguai, um Carnaval no Rio com direito a desfile no Salgueiro e uma viagem para a Alemanha.

O grande problema de viver em euforia é que, quando ela passa, o tombo é grande. E eu me vi sem chão a partir de maio. Em junho, perdi meu pai em poucos dias. Pouco tempo depois, me separei. Me vi consumida por luto, solidão, depressão e ansiedade. O meu mundo como eu conhecia e tinha como certo simplesmente tinha ruído. E eu me senti incapaz de fazer algo por mim mesma por alguns meses. Arranjei um tico de força em agosto para lançar a minha marca (post aqui) e em outubro eu voltei a trabalhar (contei aqui) e fui viver uma nova vida. Um dia de cada vez.

Pula para a estreia da segunda temporada: junho de 2019. Um ano depois, já tinha afundado tudo o que eu tinha para afundar e eu já tinha sobrevivido à pior fase, eu estava bem melhor. Bem resolvida em vários aspectos. Só que eu sou ruim de lembrar várias datas mas outras parecem que estão grudadas na minha mente e a lembrança delas me fizeram ficar deprimida de novo por uns meses. Lembro de tentar assistir a segunda temporada de Dark e de não conseguir me concentrar. E estava com dificuldade em me concentrar em qualquer coisa, na verdade. Deixei de lado.

Aos poucos fui ficando bem, mais uma vez, celebrando as minhas conquistas e lidando melhor com a saudade do meu pai. O tempo… aaahh, sempre o tempo… estava me ajudando a entender tudo com mais clareza.

Mais um salto e chegamos às vésperas da estreia da terceira temporada. Em maio de 2020, vivemos em uma pandemia. Muitos planos e sonhos meus foram interrompidos ou adiados. Saudade da vida na rua, dos abraços e beijos das pessoas, saudade da minha casa cheia de gente, saudade de não ver as pessoas só através de telas. Os eventos mais marcantes da minha vida completaram dois anos. Já não choro mais por eles. Choro de saudade do carnaval, de saudade de viajar, de saudade dos domingos na casa da minha mãe e de saudade dos rolês aleatórios da vida.

Depois de 2018, não me lembro de ter vivido mais em estado de euforia e o tempo todo fui procurando fazer as pazes com o meu passado. Nunca estive tanto tempo com os pés no chão. Chega a ser até irritante para uma sagitariana, hahaha.

Um novo gorro de tricô e Dark

No final de maio resolvi assistir a primeira temporada de Dark de novo, finalmente ver a segunda para estar preparada pra terceira. Com direito a ver vídeos de análises, resumos e teorias (sou dessas, rs). E, a cada temporada assistida, vieram as lembranças de como a vida estava nas suas respectivas épocas.

Hoje em dia eu não consigo assistir nem meia hora de algo sem dormir. Pode ser a coisa mais legal do mundo, eu durmo. Então, para maratonar uma série, só com um projeto nas mãos. Nesse processo de recomeçar meu ateliê, estou olhando todos os materiais que eu tenho para poder dar um destino para eles. Aí lembrei que o meu gorro colorido, tricotado no eufórico ano de 2017, foi repassado para a minha mãe no ano passado, naqueles dias mega frios de julho, pois eu sei que ela gosta tanto de cores quanto eu e iria aproveitá-lo bem.

Achei mais novelos da mesma lã, cada um em uma cor. Já não sei bem por que os comprei nem quando (como muita coisa que tenho achado na arrumação). Resolvi fazer um gorro novo para mim, assim teria companhia para maratonar a minha série querida e para me reconciliar com as lembranças do passado que contei no começo do post.

Quando terminei de rever a primeira temporada, o gorro estava pronto. Com direito a pompom porque sim, rs. Este gorro tem mais tons rosados que o primeiro e eu acho que combinou bem com o que eu gosto de usar hoje em dia. E, quem sabe no inverno 2021, eu e a minha mãe sairemos juntinhas por aí com gorros parecidos, né?!

Eu amo as cores no desenrolar desses novelinhos!

Usei um novelo inteiro da lã Lanafil (Pagliaccio – 53% lã e 47% acrílico) na cor mais rosada e e terminei usando um pouco da cor parecida com a mesma do primeiro gorro. Usei agulhas 5,5mm e cabo de 60cm.

Fui até a sacada de casa admirar o por do sol (faço isso sempre que dá) e aproveitei a luz perfeita do horário para fotografar. Sem maquiagem, na base da selfie mesmo e de pijama. Eu estava em paz. Nem todos os dias são assim tranquilos, apesar de eu achar difícil alguém viver em euforia em tempos como agora.

Com as outras lãs iguais que encontrei, mais os restinhos das últimas blusas de tricô, fiz mais gorros. Quero ver a energia circular, quero encontrar novas possibilidades. Fazer as máscaras de tecido acabou sendo bom nesse sentido, fazer os gorros também. Depois eu conto mais sobre o destino deles.

Depois dos gorros, comecei a tricotar um presente. Não posso dar spoiler dele pois quero fazer surpresa. Mas foi assim que terminei de assistir Dark, fazendo um presente. Ele segue como minha companhia no escasso tempo para ver TV e tem sido bom. Vou tricotando e colocando bons pensamentos para quem vai receber esse presente. Sempre faço isso, para fazer o meu amor chegar através de cada pontinho.

Fico imaginando como vai ser quando eu puder colocar o gorro novo em uma mala e aí viajar, como eu fiz com o primeiro. Como vai ser bom poder criar novas lembranças pós pandemia. Enquanto esse tempo não chega, sigo criando memórias de uma quarentena sem fim através destes posts. Obrigada por acompanhar!

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Um presente em tricô para a Valentina

Para poder aprender técnicas (e pontos) diferentes, eu confesso que acabo sempre fazendo projetos novos e não repetindo quase nenhum deles.

Mas é um fato que é sempre bom ter uma “carta na manga” na hora de presentear. A gola em ponto barra inglesa que aprendi no ano passado já foi repetida algumas vezes (umas cinco, eu acho), sendo uma ótima opção de presente bonito e rápido em tricô.

A receita da manta que eu fiz para o Hiro no ano passado também valia a pena ser repetida! Foi o que eu pensei ao fazer um presente para a Valentina, filha da Ana e do Otávio, que vai nascer em agosto.

Repetir alguns projetos ajuda muito a fixar a técnica e também a aprimorar a prática!

A manta da Valentina

Resolvi há um tempo fazer uma manta de tricô para a Valentina e comprei o material em março, para garantir… Comecei mesmo a tricotar em maio, quando passei o aperto de ter comprado lã a menos, por distração minha. Por sorte, entrei em contato com o Bazar Horizonte, onde eu tinha comprado a primeira parte da lã e eles ainda tinham novelos do mesmo lote, ufa!

No ano passado eu anotei a receita em meu caderninho, mas quem disse que eu anotei direito? Na hora eu compreendi o que anotei e a primeira peça saiu certinha. Mas ao retomar, quase um ano depois, vi que faltavam informações importantes!

Por sorte, o post sobre a manta do Hiro está bem recheado de fotos (rs) e elas me ajudaram a fazer a manta da Valentina corretamente!

Ainda por cima, provavelmente por conta da pressa em terminar a primeira manta, eu não tinha anotado como era o acabamento em crochê e acabei levando a manta para as aulas para terminar. Com esses pequenos percalços resolvidos, assim ela ficou!

Usei 10 novelos de lã Sidney, da Filatura Cervinia (50g cada, 100% lã de merino), agulha de tricô circular de 6mm (sem fazer tricô circular, só aproveitando o comprimento do cabo para ter mais espaço para trabalhar) e agulha de crochê de 4mm. A cor é um verdinho bem claro, código 805.

Um gorro fofinho

Como eu tinha tempo hábil para entregar o presente e um pouco de lã que restou da manta, aproveitei para tricotar um gorrinho bem fofo para a Valentina. Ela vai nascer ainda no inverno e acho que será bem útil!

E gorro infantil tem que ter pompom, né?!

Eu usei parte de um novelo da mesma lã da manta, não cheguei a usar os 50g, tricotando com agulha circular 4,5mm de cabo de 40cm, o mais curto que eu tenho. O pompom foi feito com o fazedor de pompom maior da dupla que tenho da Clover (tem post sobre meus apetrechos de tricô e crochê aqui).

Conjunto pronto!

Tricotar é bom demais!

Eu fui registrando algumas etapas do processo de fazer este presente no meu instagram e agora compartilho aqui também!

O presente ainda tem uma embalagem fofa que costurei, vou mostrar em outro post!

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OBS:Estou colocando esta observação aqui no post pois sempre recebo este pedido nos comentários. A receita da manta não é de minha autoria e eu não tenho autorização para enviá-la para outras pessoas ou reproduzí-la, espero que compreendam. 

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Acessórios para o Inverno: Gorro de tricô!

Eu sou uma pessoa que, apesar de amar costurar, tenho amado muito fazer tricô. Não sou uma pessoa que tricota rápido então me policio para fazer um pouco por dia (tem sido uma hora por dia, praticamente todos os dias). Como eu demoro bastante para, por exemplo, tricotar uma blusa aí eu intercalo com projetos mais rápidos. Eu aprendi a fazer este gorro de tricô um pouco antes das férias e ficou pronto a tempo de colocar na mala.

Quero repetir o gorro para fixar bem como é feito, pois pode ser um bom presente, por exemplo!

O gorro de lã

Eu ganhei dois novelos de lã no amigo secreto da turma que viajou para Montevideo (post aqui) e a professora Solange disse que elas seriam ótimas para um gorro. A receita pareceu ser das mais simples e o resultado ficou ótimo!

Usei quase dois novelos da lã Lanafil (Pagliaccio – 53% lã e 47% acrílico – cor 42211) e agulha circular 5,5mm com cabo de 60cm.

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Pausa para o capuccino e para comemorar meu primeiro gorro de tricô! #tricotakatiatricota #bloguices

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Estreando o Gorro

Eu não tenho muito costume de usar gorros ou mesmo outros acessórios para a cabeça, como chapéus. Na época que eu usava franja curta eu lembro de ter tentado, mas a franja sempre acabava amassada no final…

Hoje em dia, em que meu cabelo está bem mais perto do natural (não uso mais secador, nem faço escova ou babyliss e a química das luzes e da cor fantasia está mais para as pontas) e com franja comprida, estou voltando a usar esse tipo de peça. Até porque tem horas que é mais importante proteger a cabeça do frio (ou do sol) do que se preocupar com o cabelo amassado, rs!

Eu adorei usar o gorro, pois o ventinho gelado no High Line estava presente em boa parte do passeio!

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Terminando esta série dos acessórios para o inverno, acho que ficarei bem aquecida nesta temporada mais fria que está chegando!

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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!