Livro do mês – A Costura Tornada Fácil (Burda)

Olá!
O livro de maio é um dos que eu comentei quando fiz um apanhado sobre a Burda.

Burda – A Costura Tornada Fácil é uma das publicações da Burda em português/PT que pode ser encontrada no Brasil.

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“Qual é a máquina de costura que devo escolher? Que linhas de coser devo usar em cada trabalho? Que fazer se as minhas medidas não coincidirem com as da tabela? Como aplicar um fecho de correr nas calças?
Este livro dá resposta a estas e a muitas outras perguntas. Cada fase da costura é explicada, passo a passo, e acompanhada por muitas ilustrações a cores. Um índice remissivo exaustivo permite-lhe encontrar, rapidamente, as instruções pretendidas.
Uma obra prática que fará da costura o seu passatempo favorito.”

Como o próprio livro indica, pode ser lido de forma contínua ou consultado conforme a necessidade através do índice remissivo. Eu resolvi ler do início, pois é uma leitura de fácil compreensão e o livro não é muito grande, então não atrapalha quando levado na bolsa para ler no metrô.

Das coisas interessantes que aprendi recentemente nas aulas de costura e que também estão neste livro:
– Se vai fazer uma blusa, vestido ou casaco, a principal medida que deve ser levada em consideração é a do busto na hora de determinar o tamanho de um molde pronto. As demais medidas podem ser ajustadas para mais ou para menos conforme necessário.
– Como é um método para ajudar a tirar os moldes das publicações da mesma editora, tem uma parte detalhada de como ajustar os moldes antes de cortar o tecido. Confesso que antes eu fazia o seguinte: media busto, cintura e quadril. O meu quadril corresponde sempre à maior medida destas três. Eu cortava o modelo todo neste tamanho maior e depois de costurado ia ver o que precisava de ajuste. Se era um vestido, da cintura pra cima sempre ficava muito grande! No fim das contas eu desanimava porque a quantidade de ajustes era tanta que era mais fácil começar de novo e eu não concluía a peça.

Usando este método, eu consegui desenvolver um molde para o vestido Crepe (que não é da Burda e está quase pronto, logo mostro) que deu bem mais certo do que eu tinha conseguido em projetos anteriores. Os ajustes são bem menores e eu os considero normais, pois sempre dá pra ajeitar um pouco mais o modelo pra ter um caimento melhor.
Entrando em detalhes sobre o livro, ele é composto por muitos capítulos bem ilustrados, que passam por:
– local de trabalho e ferramentas
– introdução aos têxteis (as imagens e suas referências são um tanto fora de ordem, mas em geral dá para entender)
– alterações de moldes
– como transferir moldes para o tecido e como cortar
– prova de roupa
– costuras à mão e à máquina
– técnicas como chuleio, bainhas, bolsos, casas de botão, fechos e zíperes
– como fazer golas, cavas, decotes, mangas, pregas, cós, forros e revestimentos, cintos
– passagem à ferro dos tecidos
– detalhes como vivo, debruns, aplicações e bordados
– costuras de tecidos especiais ou delicados (se eu tivesse lido antes, talvez minha blusa de chiffon não estivesse empacada, rs!)
– linhas
– símbolos de manutenção dos tecidos (útil inclusive para as peças que compramos prontas).

Uma das coisas que pode não ser tão fácil de transpôr para nós aqui no Brasil, assim como acontece com as revistas vindas de fora, são as referências de tecidos. Nem sempre encontramos todos eles ou alguns tecidos levam um nome bem diferente entre a Europa e o Brasil.

O negócio é ir pela foto, se disponível, e ir numa boa loja com ela para procurar algo equivalente.

O fato de ser em português/PT não atrapalha a leitura e a compreensão, pelo menos na minha opinião. Com o tempo a gente vai se familiarizando com os termos um pouquinho diferentes (o que pra nós são pences, para eles são pinças. Então a parte que fala sobre o “deslocamento de pences” lá você encontra como “deslocação de pinças”, por exemplo).

Eu tenho outros livros para consulta de costura em geral, inclusive o clássico “O Grande Livro da Costura”, que pretendo falar sobre mais pra frente. Considero este e o da Burda os mais esclarecedores, que valem a pena ter em casa.

Eu comprei o meu por R$ 29,90 na Livraria Cultura do Shopping Market Place, na parte de revistas, mas não achei no site da livraria (Nota: O meu livro veio com uma etiqueta da Barco de Papel, que costumava ter uma loja virtual, mas não consegui encontrá-la).

Então, se você tem o costume de comprar moldes pela internet ou em revistas, acho que vale muito a pena ter este livro como complemento.

Serviço:

Livro: A Costura Tornada Fácil – Burda – A costura de A a Z com mais de 1000 ilustrações, informações sobre tecidos e dicas técnicas para que seu modelo assente na perfeição.
Capa dura, 248 páginas.
Editora: Tailormade Media, Lda. (Edição portuguesa)

Beijos!

Look do Dia: Blusa Ampla de Seda (molde Burda Style)!
Por festas de fim de ano sem correria: planejando os looks!
Fazendo peças cortadas no viés

Olá!

Vocês acreditam que coincidências não existem?
Eu não só acredito como tenho isso quase que como um lema de vida, sério!

Na segunda-feira passada eu contei aqui no blog o “causo” do corte das nossas blusas em tecidos levinhos. Faltou eu contar que além do tecido ser levinho e deslizar, a blusa era cortada em viés, o que só dificultava mais um pouco, rs!

Na terça-feira eu recebi um newsletter por email com dicas de como fazer uma peça cortada em viés, vejam só!

Mas antes de entrar no assunto das dicas, o que é cortar em viés?
Aqui está um um esquema simples de um tecido plano para ajudar a visualizar:

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Ourela (destacadas em vermelho): bordas mais rígidas do tecido, usadas como referência para o corte.

Trama: Perpendicular às ourelas, também é conhecida como o “contra-fio” do tecido.

Urdume: Paralela às ourelas, também é conhecido como o “fio” do tecido. As peças que não são cortadas em viés geralmente são cortadas respeitando este sentido.

Viés: corte a 45 graus da ourela, da trama ou do fio.

Ou seja, o tecido cortado em viés, a 45 graus em relação ao fio do tecido, tem mais elasticidade e caimento que o tecido cortado no sentido do fio ou no contra-fio.

Isto posto, compartilho com vocês (traduzidas, adaptadas e comentadas por mim e pela Ana) as dicas que eu recebi no newsletter Snippets, da Colette Patterns:

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O newsletter original (em inglês) pode ser visto aqui.

Dicas para tornar fácil a costura de peças cortadas no viés

Costurar peças cortadas em viés pode ser um pouco complicado. Porque as peças em viés são cortadas na diagonal, elas esticam. Isso permite ter um caimento que corresponde às curvas do corpo, o que deixa a peça mais ajustada ao corpo e confortável.

Porém, este mesmo estiramento do tecido pode tornar a costura dele um desafio. Tente algumas destas dicas para ajudar você a dominar o corte em viés:

Escolha o tecido certo. Escolha um tecido leve com um bom caimento para uma blusa. Para vestidos, aposte tanto nos tecidos leves ou de leves a médios.

Faça uma peça de prova. Certifique-se de solucionar todos os desafios de modelagem antes de cortar seu tecido. Isso é uma regra para quase toda peça e é especialmente importante trabalhar as torções do tecido ainda na prova quando se usa um molde em viés. Tente usar um tecido similar em peso e caimento ao seu tecido final.

Estabilize. Use um estabilizador para tecidos esvoaçantes ou escorregadios. O favorito do autor é o Sullivan’s Spray Stabilizer (Nota: A gente não conhece nada equivalente aqui no Brasil. Este spray deixa o tecido duro, como congelado. Depois, ao amassá-lo, ele sai do tecido como se fosse uma poeira. Inclusive ficamos na dúvida sobre deixar esta dica, já que não conhecemos nada parecido no Brasil, mas quem sabe alguém dá uma dica nova? O mais próximo desta dica seria borrifar uma solução para engomar o tecido…)

Use pesos. Use pesos para segurar os moldes ao invés de alfinetes quando for cortar um tecido no viés.

Não estique o tecido enquanto corta. Por estar cortando no viés, você precisa se assegurar que seu tecido não está esticando enquanto corta. Cortar uma camada só é a melhor forma de manter o tecido sem esticar. (Nota: a gente só conseguiu cortar os tecidos de maneira mais decente depois de montar um “sanduíche” de tecido+molde+tecido, por ter ficado mais estável, então achamos isso subjetivo, rs! Mas a parte sobre não esticar o tecido durante o corte permanece consenso!)

Marque com marcadores. Use caneta ou lápis para marcar no lugar de cortar os “piques” de referência dos moldes ou os traçados que formam as pences.

Faça um “Staystitch” nas partes curvas. É uma boa ideia passar uma costura reta em todas as curvas (decotes e cavas) assim que você cortar as peças (antes de pendurá-las por uma noite). Essa costura reta quando feita imediatamente irá ajudar a manter as curvas sem esticar e previne distorções. (Nota: Não traduzimos o termo por não conhecermos algo equivalente em português. Neste post, a autora recomenda fazer o staystitch com uma distância de 1cm da borda e comprimento do ponto de 1,5. Com algum tempo mais de experiência, eu diria que esta é uma costura de estabilização das curvas, eu costumo fazer com o ponto 2,5 e com uma distância de um pé calcador da borda do tecido. Isso realmente ajuda a manter o tecido sem esticar!).

Pendure para permitir esticar. Depois de cortar as peças, deixe-as penduradas durante uma noite em um cabide. Isto ajuda a esticar um pouco o tecido antes da costura, o que diminui o franzimento.

Experimente usar pregadores. No lugar de alfinetes, que podem distorcer o tecido, experimente estes pregadores da Clover para segurar suas camadas de tecido na hora de costurar. (Nota: Eu tenho destes clipes e são muito úteis para várias situações de costura. Já contei sobre eles aqui, onde também coloco onde comprar no Brasil. Eu acho que também dá para substituir por aqueles pregadores pequenos para papel.)

Guarde corretamente. Dobre, ao invés de pendurar, sua peça feita no viés para mantê-la sem esticar inadvertidamente.

Eu alterei a ordem das dicas para deixá-la numa sequência mais lógica, próxima ao que seria feito na prática.

Sobre o que eu já aproveitei delas… bom… eu li por cima logo que o newsletter chegou, fiquei super empolgada e pendurei as peças no cabide antes de fazer o tal “staystitch”. Ainda não consegui começar a montar a peça, então não sei como vai ficar. Mas foi por isso que eu alterei a ordem das dicas antes de publicar aqui.

Ainda assim, acho que nunca é tarde para colocar estas dicas em prática, mesmo que em uma outra peça. Se as blusas que eu e a Ana começamos não derem certo, o jeito será tentar de novo usando estas dicas!

Espero que elas sejam úteis para você também!
Beijos!

OBS: post atualizado em 14/03/16 – algumas das observações que colocamos nas dicas acima sofreram alteração depois de alguns anos a mais de experiência na costura, yay!

Como é o meu vestir em 2023
10 anos de blog – O que vem depois?
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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