Olá!

Eu sou uma pessoa que gosta de planejar a semana, preencher de maneira equilibrada os horários, pensar em como aproveitar bem as férias, os finais de semana, os shows que quero ir, as coisas que quero costurar, assim como os dias ditos comuns. Até um tempo atrás, quanto mais cheia a agenda eu achava que era melhor, mesmo que eu ficasse acabada no fim do dia.

Em novembro, iniciei um tratamento médico intensivo para emagrecer e desde então eu planejo os meus dias com menos antecedência.

Eu passei muito mal no começo, principalmente no primeiro mês, e por isso precisei faltar ou adiar alguns compromissos. Depois tudo foi voltando à normalidade mas eu já tinha me acostumado a fazer as coisas em outro tempo e priorizar o que era mais importante (inclusive reservar um tempo razoável para cuidar da minha saúde).

Ainda assim, tinha comprado em setembro ingressos para o show do Foo Fighters que aconteceu agora em janeiro. Comprei também passagens para viajar de férias logo em seguida (por isso a jaqueta bomber costurada recentemente). Uma semana antes destes eventos, o Astor – meu cachorro mais velho – passou muito mal.

Corremos pro veterinário, fizemos exames, até que veio a notícia que o que ele tinha era grave e tinha que ser operado com urgência. A notícia veio no dia do meu aniversario de 8 anos de casada, que não tivemos cabeça para comemorar como de costume, mas não esqueci de me sentir muito grata por estarmos juntos por tantos anos, mesmo que dessa vez a data tenha sido difícil.

De novo, eu tinha que viver um dia de cada vez. O dia de operar, primeiro dia de internação, segundo dia de internação, a volta pra casa (obrigada, Senhor!), os cuidados diários, os retornos pós-operatórios.

Por ele estar com uma cicatriz grande e por morarmos num sobrado, acampamos na sala de novo para que o Astor não subisse as escadas. E revezamos as saídas para que ele não fique sozinho.

Fomos ao show do Foo Fighters graças à ajuda do meu cunhado, que ficou de olho nos meus meninos. Não fomos viajar, não fomos ao aniversário de uma das pequenas da família, não fomos andar de bicicleta no domingo, faltei algumas vezes no Pilates.

Não temos TV na parte de baixo da casa. Nosso acampamento na sala baseia-se em: nós quatro (eu, marido, filhote recém-operado e filhote mais novo), roupa de cama, um telefone fixo, uma vitrola e um tanto de discos, dois celulares e, eventualmente, um notebook para vir dar um sinal de vida aqui no blog.

Deixei na sala a minha caixa com os materiais da colcha de hexágonos e o marido deixou uma guitarra para treinar um pouco. E aí você se dá conta que realmente “menos é mais”.

Em um dos dias em que fui visitar o Astor, ele estava bem melhor (e acabou tendo alta no final do dia). Voltei para casa ouvindo esta música que diz muita coisa sobre estarmos (ou não) fora de perigo, sobre superação. Chorei um bocado neste dia e nos anteriores também.

“In the Clear” – Foo Fighters

E aí você também se dá conta que temos mesmo que viver um dia de cada vez. Para mim, acordar pela manhã na sala e ver meus três amados bem e ter a minha caixa com hexágonos para costurar me basta. Ver o meu anjinho em forma de cachorro cada dia melhor é a grande alegria dos últimos dias. E assim os dias passam por aqui, por isso o ritmo de costuras anda mais lento, ainda que não tenha parado totalmente.

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Flagra do marido em um dos poucos momentos “fugidos” no andar de cima de casa. Se eles estão felizes eu também estou.

Um beijo e um bom dia de cada vez pra todo mundo!