Eu levei um tempo para me apropriar da minha casa como sendo apenas minha. A princípio eu só tirei as coisas que não me pertenciam ou lembranças que me deixavam triste. Depois eu comecei a mudar uma coisinha “aqui e ali” e tomar como meu tudo o que eu gostava e queria que ficasse na casa.
Agora, na quarentena, ficando aqui por dias e dias seguidos, vejo mais coisas que quero mudar. Algumas para ressignificar os espaços, outras porque o meu gosto mudou mesmo.
Na verdade, a primeira pequena-grande revolução foi reformar em 2019 a sala de TV, que nada mais é do que um dos quartos da casa. Ela fica em uma posição que eu considero bem privilegiada, pois é o cômodo que acessa a sacada através de uma porta, sendo então a parte mais iluminada dentro da casa. Esta sala é a parte que mais mudou por aqui recentemente e eu fico feliz de colocar muito de mim nesse espaço.
Na quarentena é onde fico a maioria do tempo, seja pela TV que me acompanha durante o tricô, crochê ou bordado ou por ser onde a internet é mais rápida por conta do roteador ficar nela, além da iluminação boa o dia todo (investi nisso também na reforma para que fique iluminado na medida certa também quando anoitece).
Mas como este cômodo ainda está em transformação através de alguns projetos que estou fazendo (ou seja, em algum momento vai ter tour sim, como eu fiz com a sala nova em 2018), hoje eu vou mostrar apenas o primeiro bordado que fiz na quarentena e que agora enfeita uma das paredes.
Flores pra Você
Eu acompanho o Clube do Bordado há anos e adoro o trabalho das meninas. Fiz um curso no começo de 2018 para reaprender a bordar (eu aprendi um pouco 20 anos antes e tinha esquecido), fiz outro curso com a Renata no MAM que foi maravilhoso ao relacionar os bordados com a história da arte (alguns deles estão neste post) e estou esperando a pandemia acabar para retomar um curso que estava fazendo sobre mulheres e manualidades com a Carla Cristina Garcia e intermediado pelo Clube.
Enfim, usando os materiais que eu já tinha em casa, baixei o risco grátis que as meninas disponibilizaram e fui acompanhando a Dini toda 6a feira para bordar mais um pedacinho junto. Quis fazer assim, sem pressa, aproveitando as dicas até porque eu estava me sentindo meio enferrujada ao esquecer como começava o ponto haste ou pelo fato de não conseguir deixar o ponto cheio alinhado no começo…
(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)
Em algumas semanas eu terminei e, como não tinha nenhum bastidor no tamanho ideal para usar de moldura, cortei as bordas do tecido com a tesoura de picotar para não desfiar e colei na parede com washi tape. Gostei muito de como ficou!
Uma nova parede
Este bordado enfeita a parede em que o sofá fica encostado e que recentemente ganhou prateleiras para quadros que eu fixei sozinha (a filha de marceneiros com uma furadeira na mão não quer guerra com ninguém). Por enquanto tem um quadro com um pôster que trouxe do Brooklyn e que nunca tinha sido pendurado por falta de espaço, meu livro mais precioso de costura (que, de tão grosso que pára em pé) e o novo bordado.
Eu acredito que, quando tudo isso passar, olharei o que estou fazendo pela minha casa com muito carinho, ao resgatar o bordado, as habilidades em deixar tudo bem cuidado e tirar algo de positivo de um tempo tão complicado!