Olá!
Vou dizer para vocês que meus pensamentos têm sido muito nostálgicos ultimamente. Eu confesso que cheguei naquela fase da vida em que passamos a ter a mania vista antes em nossos pais e avós, a mania de achar que “na nossa época” as coisas eram melhores ou mais legais.
Sim, eu fui adolescente nos anos 90 e era incrível ter música boa tocando o dia todo no rádio. Não tinha celular, então eu e minhas amigas trocávamos cartas, bilhetes e muitos telefonemas o tempo todo. A MTV formava muito bem o nosso gosto musical. Estes são só alguns exemplos, nem vou me estender mais, rs!
Vivo em uma família que tem um tanto de habilidades manuais. Meu pai é marceneiro desde sempre, minha mãe, além de ajudá-lo na marcenaria, costura, sabe fazer crochê. Faz pães, bolos, geléias, biscoitos como poucos.
Fui criada sem hamburguer industrializado, sem móveis que quebram em pouco tempo. Aprendi com eles o valor do feito por nós mesmos, um a um. Felizmente isso tudo ainda está presente na minha vida, minha casa tem praticamente todos os móveis feitos pelos meus pais, do jeitinho que eu sempre imaginei que seria. Minha mãe manda geléia de morango sempre que faz e, se eu acabar aparecendo na hora do almoço, o hamburguer feito por ela estará me esperando.
Minha tia Maria fez bonecas de tecido por muitos anos. Elas ainda povoam meus pensamentos nitidamente. Eu achava tão legal chegar na casa dela e ver Olívias Palito, Popeyes, Chapéuzinhos Vermelhos saindo da máquina de costura… Pena que ela não faz mais… Minha tia Frederica pinta quadros lindamente (aliás, a tela com tulipas cor-de-rosa que ela pintou para mim está logo acima da minha cabeça agora mesmo) e também faz crochê. Todas as peças de crochê que moram aqui em casa foram feitas por ela.
Sim, viver com um pouco de nostalgia é bom, pois ela ajuda a trazer a tona as coisas boas da nossa vida. Mas também é saudade de um tempo que não volta. Tenho saudade da minha avó Julieta, que deixou para nós alguns dos crochês mais lindos da vida.
A flor que comecei na semana passada fez com que eu lembrasse da colcha amarela que minha mãe tem em casa, feita pela minha avó com o mesmo fio fininho, da mesma cor da gema de ovo. Fez também que eu lembrasse das flores de crochê “saltadas” em quadrados alternados da colcha toda branca.
Vó Julieta, vivemos juntas por tão pouco tempo (4 anos só) mas espero que sua neta aqui esteja te deixando orgulhosa de ter mais gente na família que faz o que você sempre fez lindamente.
E a vida continua, sempre recheada de novas surpresas, antigas saudades e mudanças que vão acontecendo. Seu Paulo, meu vizinho por quase 7 anos, faleceu no último domingo e ainda está sendo difícil enxergar minha rua e o portão logo ao lado sem a presença sorridente, prestativa e disponível dele. Saudades de um tempo que não volta mais, de novo.
Nessas horas que eu vejo que o velho ditado “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje” é muito verdadeiro. A flor amarela de crochê está crescendo um pouco por dia, me rendi totalmente ao projeto de retomar o crochê depois dessa nostalgia toda, para ser a continuidade de algo muito bom quando estiver terminada.
Porque é assim que a vida continua. O que trazemos de bom do passado e das pessoas que amamos vai aparecendo assim, em pequenas e gostosas coisas da vida, junto com as boas novidades e surpresas.
Beijos!