Refiz uma das minhas golas de tricô!

Em julho do ano passado, saí de casa para dar aulas num sábado e depois eu fui com minha mãe e meu irmão no Festival do Japão. Aos sábados eu tenho o costume de ir trabalhar de Uber, basicamente por conveniência e para poder dormir um pouco mais, rs.

Saí de casa agasalhada pois estava bem frio, carregando na mão uma das minhas golas preferidas, feita em 2017. Mas, ao chegar na loja, poucos minutos depois, me dei conta de estar sem ela. Devo ter deixado cair na minha rua ou na rua da Novelaria… Olhei lá na rua e nada. Entrei em contato com a Uber, mas falaram que não tinha ficado no carro. Até pedi pra minha mãe e meu irmão passarem na minha casa para ver enquanto eu trabalhava e nada também…

Enfim, eu tinha perdido uma das minhas golas mais lindas, que tristeza. Mas, pensando por outro lado, se quem achou precisava se aquecer, que tenha vindo em boa hora.

A parte boa é que eu estou “na fonte”, né?! A Novelaria tinha duas últimas meadas nesta mesma cor e eu logo as comprei. Tricotar esta gola foi como viajar no tempo, de quando eu frequentava a loja apenas como aluna e passava 4as feiras inteiras tricotando. 2017 foi um ano muito importante para mim, quando estudei muito para voltar a empreender, comecei a fazer terapia e seguia com as minhas manualidades também.

Tricotei a gola rapidinho, pois a lã Rasta é grossa e as agulhas 14 também. Só não lembrava mais como costurar de maneira invisível. Ao terminar as minhas aulas em um dos dias de trabalho, pedi uma ajuda para a minha eterna professora Solange (agora também minha colega de trabalho) e ela costurou pra mim… Esta é uma das minhas contradições que eu dou mais risada: a professora de costura que tem dificuldade para costurar os tricôs, hahahaha!

matando a saudade dos tempos de tricotar em aula

A NOVA VELHA GOLA COM DUAS VOLTAS

A gola ficou idêntica à primeira, o que me deixou muito feliz! Ela dá duas voltas no pescoço, sem apertar, mas protegendo bem. É muito boa para usar quando está bem frio. Se quiser ver o post sobre a estreia da primeira gola, clique aqui.

LOOK DO DIA

Alguns dias depois, lá estava eu estreando a nova gola, num look quentinho e bem ton sur ton: a saia é cinza, mas puxa para o esverdeado, a jaqueta bomber que eu amo (post sobre ela aqui) também é na cor azul/verde petróleo e a gola ficou linda junto!

Gola com duas voltas e ponto barra inglesa: Lã Malabrigo Rasta, agulhas retas tamanho 14. Receita da professora Solange, nas aulas da Novelaria. Primeira versão da gola neste post.
Jaqueta Bomber Quiltada: tecido de algodão da Liberty (comprado em Paris), forro de algodão egípcio da GJ (Centro de SP), manta de algodão do antigo Armarinhos Metrópole (Centro de SP) e punhos de malha comprados no Bom Retiro. Molde da Papercut Patterns – Rigel Bomber Jacket (fora de catálogo)– e adaptação para ser forrada e quiltada do blog da Liberty (post fora do ar). Primeira aparição da jaquela neste post.
Saia de tricô: Marisa Ribeiro
Tênis: Nike, customizado pela Montageart

QUE BOM QUE CONSEGUI, DE ALGUMA FORMA, RECUPERAR A MINHA GOLA!

VOCÊ TAMBÉM TEM ALGUMA PEÇA ASSIM, MUITO QUERIDA?

Acessórios para o Inverno: Gola de Tricô!
Acessórios para o Inverno: Gola em lã super grossa!
Dark, a compreensão da passagem do tempo e um gorro de tricô

Quando a primeira temporada de Dark estreou na Netflix, em dezembro de 2017, eu estava eufórica: tinha feito uma viagem para Londres com direito a show do Queens of the Stone Age, tinha feito consultoria de estilo, tinha trocado o portão de casa, tinha iniciado uma reforma na sala. Um monte de coisa legal acontecendo em sequência. Eu estava totalmente imersa em uma euforia:

Eu estava num momento de “se melhorar estraga”, sabe? Estava na terapia há alguns meses, quase terminando o DecolaLab (que abriu meus olhos pra tanta coisa, inclusive para fazer terapia). Meu negócio finalmente iria ganhar o mundo. E aí uma série alemã cabeçuda veio pra me fazer pensar sobre o tempo. Amei. Naquela época, estava costurando novas roupas alinhadas com o que eu realmente queria mostrar de mim para o mundo. Tudo parecia estar se alinhando como nunca na minha vida. A euforia durou até o começo de maio de 2018, depois de ter ficado com uma sala nova bem linda, uma viagem para o Uruguai, um Carnaval no Rio com direito a desfile no Salgueiro e uma viagem para a Alemanha.

O grande problema de viver em euforia é que, quando ela passa, o tombo é grande. E eu me vi sem chão a partir de maio. Em junho, perdi meu pai em poucos dias. Pouco tempo depois, me separei. Me vi consumida por luto, solidão, depressão e ansiedade. O meu mundo como eu conhecia e tinha como certo simplesmente tinha ruído. E eu me senti incapaz de fazer algo por mim mesma por alguns meses. Arranjei um tico de força em agosto para lançar a minha marca (post aqui) e em outubro eu voltei a trabalhar (contei aqui) e fui viver uma nova vida. Um dia de cada vez.

Pula para a estreia da segunda temporada: junho de 2019. Um ano depois, já tinha afundado tudo o que eu tinha para afundar e eu já tinha sobrevivido à pior fase, eu estava bem melhor. Bem resolvida em vários aspectos. Só que eu sou ruim de lembrar várias datas mas outras parecem que estão grudadas na minha mente e a lembrança delas me fizeram ficar deprimida de novo por uns meses. Lembro de tentar assistir a segunda temporada de Dark e de não conseguir me concentrar. E estava com dificuldade em me concentrar em qualquer coisa, na verdade. Deixei de lado.

Aos poucos fui ficando bem, mais uma vez, celebrando as minhas conquistas e lidando melhor com a saudade do meu pai. O tempo… aaahh, sempre o tempo… estava me ajudando a entender tudo com mais clareza.

Mais um salto e chegamos às vésperas da estreia da terceira temporada. Em maio de 2020, vivemos em uma pandemia. Muitos planos e sonhos meus foram interrompidos ou adiados. Saudade da vida na rua, dos abraços e beijos das pessoas, saudade da minha casa cheia de gente, saudade de não ver as pessoas só através de telas. Os eventos mais marcantes da minha vida completaram dois anos. Já não choro mais por eles. Choro de saudade do carnaval, de saudade de viajar, de saudade dos domingos na casa da minha mãe e de saudade dos rolês aleatórios da vida.

Depois de 2018, não me lembro de ter vivido mais em estado de euforia e o tempo todo fui procurando fazer as pazes com o meu passado. Nunca estive tanto tempo com os pés no chão. Chega a ser até irritante para uma sagitariana, hahaha.

Um novo gorro de tricô e Dark

No final de maio resolvi assistir a primeira temporada de Dark de novo, finalmente ver a segunda para estar preparada pra terceira. Com direito a ver vídeos de análises, resumos e teorias (sou dessas, rs). E, a cada temporada assistida, vieram as lembranças de como a vida estava nas suas respectivas épocas.

Hoje em dia eu não consigo assistir nem meia hora de algo sem dormir. Pode ser a coisa mais legal do mundo, eu durmo. Então, para maratonar uma série, só com um projeto nas mãos. Nesse processo de recomeçar meu ateliê, estou olhando todos os materiais que eu tenho para poder dar um destino para eles. Aí lembrei que o meu gorro colorido, tricotado no eufórico ano de 2017, foi repassado para a minha mãe no ano passado, naqueles dias mega frios de julho, pois eu sei que ela gosta tanto de cores quanto eu e iria aproveitá-lo bem.

Achei mais novelos da mesma lã, cada um em uma cor. Já não sei bem por que os comprei nem quando (como muita coisa que tenho achado na arrumação). Resolvi fazer um gorro novo para mim, assim teria companhia para maratonar a minha série querida e para me reconciliar com as lembranças do passado que contei no começo do post.

Quando terminei de rever a primeira temporada, o gorro estava pronto. Com direito a pompom porque sim, rs. Este gorro tem mais tons rosados que o primeiro e eu acho que combinou bem com o que eu gosto de usar hoje em dia. E, quem sabe no inverno 2021, eu e a minha mãe sairemos juntinhas por aí com gorros parecidos, né?!

Eu amo as cores no desenrolar desses novelinhos!

Usei um novelo inteiro da lã Lanafil (Pagliaccio – 53% lã e 47% acrílico) na cor mais rosada e e terminei usando um pouco da cor parecida com a mesma do primeiro gorro. Usei agulhas 5,5mm e cabo de 60cm.

Fui até a sacada de casa admirar o por do sol (faço isso sempre que dá) e aproveitei a luz perfeita do horário para fotografar. Sem maquiagem, na base da selfie mesmo e de pijama. Eu estava em paz. Nem todos os dias são assim tranquilos, apesar de eu achar difícil alguém viver em euforia em tempos como agora.

Com as outras lãs iguais que encontrei, mais os restinhos das últimas blusas de tricô, fiz mais gorros. Quero ver a energia circular, quero encontrar novas possibilidades. Fazer as máscaras de tecido acabou sendo bom nesse sentido, fazer os gorros também. Depois eu conto mais sobre o destino deles.

Depois dos gorros, comecei a tricotar um presente. Não posso dar spoiler dele pois quero fazer surpresa. Mas foi assim que terminei de assistir Dark, fazendo um presente. Ele segue como minha companhia no escasso tempo para ver TV e tem sido bom. Vou tricotando e colocando bons pensamentos para quem vai receber esse presente. Sempre faço isso, para fazer o meu amor chegar através de cada pontinho.

Fico imaginando como vai ser quando eu puder colocar o gorro novo em uma mala e aí viajar, como eu fiz com o primeiro. Como vai ser bom poder criar novas lembranças pós pandemia. Enquanto esse tempo não chega, sigo criando memórias de uma quarentena sem fim através destes posts. Obrigada por acompanhar!

Refiz uma das minhas golas de tricô!
11 Anos de Blog!
Uma almofada de crochê com restinhos de fios de outros projetos

Estamos chegando ao final de maio. A passagem do tempo segue muito estranha. O que eu tenho feito aos finais de semana é descansar, sem alarme para acordar, fazer meus crafts o tanto de tempo que der vontade, ver TV agarrada com meus cachorros. Determinar o que são os dias úteis e o que é o fim de semana faz com que eu me perca menos.

Eu resolvi nos últimos dias não iniciar nenhum projeto novo enquanto eu não terminar outros que estão começados. A fila segue andando por aqui e isso é bom. A sensação de fazer algo e terminar é sempre muito boa e tenho me agarrado a ela nesses tempos de isolamento.

Maio está sendo bem difícil para mim em termos de estar sem contato físico com ninguém há tempos. O jeito foi colocar a atenção em outras coisas para não pirar. Também desconto nos meus cachorros, que felizmente são muito carinhosos e que agora querem ficar grudados por estar mais friozinho.

Almofada de Crochê

Quando eu fiz a manta de crochê para a Regina, eu amei tanto a combinação do ponto com o fio que usei que queria algo do tipo para mim também, rs. Mas não faria uma manta igual pois já tenho algumas na minha casa. Resolvi então fazer uma capa de almofada com o fio que restou do projeto.

Eu comecei a fazer logo em seguida da manta e logo vi que o fio não seria suficiente. Também vi que tinha feito muito estreito. Deixei guardado este projetinho lindo enquanto fazia a blusa listrada de tricô pois o fio era o mesmo, só mudava a cor. Quem sabe aí não sobraria o fio que eu precisava para terminar, né?!

E foi o que aconteceu. Sobrou um pouco do último novelo da minha blusa, em tons mais frios e também com bastante cinza. Desmanchei o que eu tinha feito e fui mesclando os restinhos do primeiro projeto com os restinhos do segundo. Também acertei o tamanho. A companhia dos cachorros é sempre boa quando estou fazendo crochê e, mais uma vez, dividi o espaço com a Leia, rs.

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Como eu sempre conto, fazer crochê é algo muito viciante para mim e também é um dos crafts que eu faço mais rápido. Em poucos dias eu tinha refeito a peça. Aí marquei uma aula online com a minha querida professora Solange para entender como finalizá-la.

Algumas carreiras de ponto baixo em cada ponta, aplicação do zíper invisível à mão, união das laterais e a capa estava pronta, que alegria! Ela vai ficar na minha sala de TV, que agora também é meu local de trabalho, como contei no post sobre o bordado que fiz e coloquei na parede deste cômodo. Por enquanto está guardada pois quero fazer as outras almofadas primeiro e colocar todas de uma vez (e aí vai ter tour, prometo!).

Dia de fazer acabamentos é sempre um dia bom!

Usei um novelo inteiro e mais um pouco que tinha sobrado do fio Magicpull (da Círculo, 100% acrílico) na cor 8653, que varia entre rosas, um tom de laranja e um mais cereja e terminei a almofada alternando o fio na cor 8668 que mescla dois tons de rosa e três tons de cinza. Usei agulha 4,5mm de crochê para tecer a peça toda. Apliquei com costura à mão um zíper invisível cinza também.

As cores conversam bem com o que eu quero pra essa sala: tons de rosa e cinza e um laranja para ter um ponto de cor diferente da cartela e ser um destaque no sofá.

Comemorei a almofada pronta com um chá da tarde na sacada de casa, com biscoitos feitos pela minha mãe e English Breakfest com leite (tomo praticamente todo dia, provavelmente será uma das minhas recordações da quarentena também). Ter uma área externa para poder olhar o céu, curtir o por do sol e ainda me sentir segura é um grande privilégio que eu tenho aproveitado muito.

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

E assim os projetos vão sendo terminados, trazendo vida e aconchego para a minha casinha!

Uma manta de crochê para a Regina
Look do Dia: um tricô listrado (em topdown) para o inverno!
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!