O drama do Armarinho – Parte 1 – O desabafo

Olá!

Eu cresci em um bairro que tinha (melhor, ainda tem) de tudo um pouco bem pertinho: padaria, mercadinho, “sacolão”, bazar, dentista… E dos 14 aos 16 anos eu trabalhei em um bazar, acho eu que o maior do bairro. Para mim a definição de bazar é de ser a loja do bairro que tem itens de papelaria, aviamentos e presentes.

Lá no antigo Bazar Colonial era assim e as pessoas podiam comprar toda a lista de material escolar no começo do ano, presentes pro Dia das Crianças (nunca esqueço do ano da febre pelos bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco, rs) e itens para aquele conserto das costureiras eventuais e também para as que tinham a costura como trabalho. Sim, elas sempre estavam por ali.

Lá eu aprendi um tantão de coisas, numa época que a mulherada tirava moldes em papel manilha (aquele cor de rosa) e que papel craft ainda era chamado de papel pardo. Ok, eu sei que isso tudo denuncia que eu não tenho 20 anos de idade, mas aí é que entra o meu “drama”: Aqui na região que eu moro, não muito longe da casa onde eu cresci, não tem nenhuma loja assim…

Tem uma papelaria de dona super simpática, que troca figurinhas comigo pois também costura. Tem um bazar que ostenta um “onde tudo tem” na fachada, mas quase todas as vezes que fui lá não achei o que precisava.

Aí você pergunta onde pode achar aviamentos e a pessoa te diz: na Cidade Dutra (que é o bairro ao lado e que tem mais comércios por aqui) ou em Santo Amaro (que é o bairro que tem mais comércios que a Cidade Dutra). Isso quando não dizem pra ir na 25 de março (que eu sei que tem tudo, mas se eu preciso só de um zíper, não vou até lá pra comprar). Sempre sem saber indicar ao menos uma loja ou rua como referência pra começar a procurar.

Voltei ao bairro dos meus pais e ao bazar onde trabalhei e lá não tem quase nada do que tinha antes. A loja mudou muito, inclusive os donos, é pouco movimentada e até meio escura. A dona me disse que o que tinha de aviamento era pouco pois ela não estava repondo mais, já que as costureiras da região deixaram de costurar “pra fora” e a procura pelos itens tinha caído muito.
Ainda no bairro dos meus pais sobrou uma loja, um bazar bem movimentado e que resolveu o que eu precisava da última vez, mas para isso tive que pegar o carro e dirigir uns 4km (que pode levar 10 minutos ou 1 hora, sério, dependendo do trânsito).
A senhora da papelaria aqui perto de casa me indicou dois lugares no bairro ao lado (a tal Cidade Dutra), sendo que a melhor lojinha na opinião dela tinha acabado de mudar para um outro local meio longe daqui. Ainda não comprei nada na loja que restou, mas pelo menos sei onde tem uma para tentar.

Eu acho tudo isso curioso, pois agora que eu sei costurar um tanto eu vejo que realmente a costura ficou  “no limbo” por algum tempo… As costureiras dos bairros não existem mais e as novas costureiras estão tendo que rebolar para conseguir seus materiais sem perder muito tempo e ir longe.

A minha dúvida é: será que isso só acontece por aqui?

11 Anos de Blog!
10 anos de blog – O que vem depois?
Cola no lugar de linha!

Não sei para vocês, mas quando vejo um tecido lindo acabo pensando automaticamente no que eu posso fazer com ele através da costura. Ainda assim, eu resolvi que este ano eu quero aprender mais usos pros tecidos, ainda que sem usar a costura.

A primeira novidade para mim foi aprender um pouco de cartonagem e forração francesa.
Fiz uma aula em fevereiro com a Claudia Wada na Casa do Restaurador e saí de lá com uma caixinha para o marido guardar relógios e as coisinhas que ele costumava abandonar em cima da minha penteadeira, rs!

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Eu adorei usar ferramentas novas e aprender novas técnicas! O mais curioso foi observar que, pelo menos entre as pessoas que fizeram a aula comigo, parece que quem é chegado em costura não é chegado em cartonagem e quem gosta de patchwork (que está na minha lista para este ano) parece não gostar tanto da costura “tradicional” de roupas e acessórios…
Será que foi só impressão minha?

Devo voltar em breve para mais uma aula (ou talvez duas) para mais projetos que quero fazer.
A programação dos próximos cursos está aqui. Quem sabe a gente não se encontra por lá qualquer hora dessas?

E semana passada, aproveitei a vontade de querer aprender encadernação com a vontade de visitar o Ateliê Basile em Brasília e reencontrar a querida Vivi e conhecer pessoalmente a Maila.

Foi uma delícia! Além de fazer turismo e fotografar muito a capital do país, eu saí de lá com dois cadernos lindos, a cabeça leve e a alegria de ser muito bem recebida!

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 Congresso Nacional e Palácio do Itamaraty, incríveis!

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 Trouxe um pedaço do Ateliê Basile pra casa, pois o caderno de costura foi feito com o mesmo papel de parede de lá!
E essa almofadinha linda?

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 O caderno feito com tecido lindo, costura borboleta e elástico pra encaixar a caneta.
 Projeto mais que caprichado

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Vivi e Maila com alguns dos projetos do Ateliê

Já estou com saudades desta dupla, do Ateliê e dos cupcakes de banana!

Quer ver mais fotos lindas do sábado passado? Elas fizeram um post fofo!

Quer ver a agenda das próximas aulas? Tem aqui!

Beijos!

Meus 11 anos de costuras – um giro por 2019 (parte 1)
Lendo Bell Hooks: “Ensinando a Transgredir – A Educação como Prática da Liberdade”
Minhas máquinas

Bom dia!
Acordei hoje pensando “mas que coisa, comecei o blog na segunda-feira e já pulei um dia de postagem …”
Mas a desculpa que eu posso dar é que “foi por um bom motivo”!
Ontem eu recebi a minha máquina de costura nova e, logicamente, eu fiquei instalando e namorando a novidade…
Então, hoje vou mostrar minhas queridas!
Até uns dois anos atrás eu era uma daquelas pessoas que achava que a máquina de costura “mordia” a gente, pois cresci com uma por perto e a minha mãe sempre esteve disponível pra me ensinar… E eu nada de dar bola!
Aí como o mundo dá voltas, eu aprendi a costurar fora de casa e quando eu vi que estava na hora de ter uma máquina de costura, minha mãe me deu a dela.
O mais legal é saber que esta máquina está na minha família há 50 anos e funciona muito, muito bem!
Apresento a vocês a Velhinha!

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A Velhinha foi a primeira máquina de costura da minha mãe, ou seja, já costurou muito nessa vida! A sensação de tê-la aqui funcionando é muito boa, uma sensação de continuidade, sabe? Já costurou roupa pra minha mãe, pra mim e agora eu costuro pras meninas da minha família, como a minha afilhada!
Ela só costura reto e está quase toda original, inclusive o móvel de madeira com os pés de ferro que eu adoro! Só foi trocada a chapa da agulha e foi colocado um motor elétrico. Os pontos são sempre perfeitos e só tenho trabalho com ela quando ela cisma de não querer mais costurar se eu não lubrificá-la e deixá-la quieta por uns dias, rs!
Apesar de eu ser super feliz com a Velhinha, eu comecei a sentir falta de uma máquina que fizesse acabamentos (pois não dá pra resolver tudo com a costura francesa), que facilitasse na hora de fazer coisas sem ser à mão como casear e fazer ponto invisível e que aguentasse tecidos mais espessos (o espaço abaixo do pé calcador da Velhinha é pouco, o que atrapalha, por exemplo, fazer barra de calça jeans).
E aí decidi comprar uma máquina nova que fosse robusta e que atendesse esses pontos. Depois de muito pesquisar e pedir opiniões, cheguei à conclusão que a Facilita Pró da Singer era a melhor opção.

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A Novinha chegou ontem depois de 10 DIAS de espera (O Sr. Correio já foi bem melhor, né?! Dez dias pra mandar uma caixa de Jundiaí pra São Paulo? Como pode? #desabafo) e só fiz uns testes com o ponto reto e com o ziguezague. Os pontos decorativos e flexíveis eu ainda não consegui testar…
Agora um monte de coisas que eu pensava em fazer mas estava limitada ao ponto reto da Velhinha vão poder sair do papel, estou bem animada!
E você? Quem é sua companheira de costura?
Vou adorar saber!
Beijo!

Minha Máquina de Overloque – Singer Ultralock 14SH754 – Primeira vez na Assistência
Os Melhores Posts de 2017!
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
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Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!