Colcha de Retalhos – um filme e uma vontade

Na aula de Patchwork da semana passada, eu comentei com a Tatiana e com a dona Lucia, as queridas que dão o curso, que eu quero muito fazer uma colcha de Patchwork para a minha casa. Sempre achei lindo, mas nunca imaginei que um dia seria capaz de fazer uma.

A dona Lucia comentou comigo que elas estão pensando em organizar um “retiro costurístico” num lugar bem legal, fora do Ateliê, em que as pessoas interessadas em fazer colchas se reunissem e ajudassem umas as outras a fazerem seus projetos, provavelmente levando dois finais de semana. Eu amei a ideia e já me dispus a fazer parte. Estou torcendo muito para dar certo!

Na hora veio à mente um filme que assisti muitas, mas muitas vezes mesmo: “Colcha de Retalhos” de 1995. A sinopse é essa:

“Enquanto elabora sua tese e se prepara para se casar Finn Dodd (Wynona Ryder), uma jovem mulher, vai morar na casa da sua avó (Ellen Burstyn). Lá estão várias amigas da família, que preparam uma elaborada colcha de retalhos como presente de casamento. Enquanto o trabalho é feito ela ouve o relato de paixões e envolvimentos, nem sempre moralmente aprováveis mas repletos de sentimentos, que estas mulheres tiveram. Neste meio tempo ela se sente atraída por um desconhecido, criando dúvidas no seu coração que precisam ser esclarecidas.”capturadetela2013-05-06acc80s15-14-32-2049184

Esse filme passou no Telecine em 1996 ou 1997 e eu assisti muitas vezes. Sempre que eu zapeava pelos canais e ele estivesse passando, eu assistia. Foi paixão à primeira assistida. Cheguei a gravar em uma fita de vídeo (#katiavelha, rs!), assisti muitas vezes depois que saiu da grade de programação da TV, mas um dia meu irmão gravou alguma outra coisa por cima sem querer… Eu resolvi ir atrás do filme neste final de semana e encontrei para alugar numa 2001 (sempre me salvando nessas horas! – Nota: a 2001 Video não possui mais lojas para locação de filmes, infelizmente).

As mulheres que se reúnem sempre para costurar colchas juntas se conhecem há muito tempo e vão contando suas histórias de amor para a protagonista do filme, Finn (interpretada pela Winona Rider) que foi pedida em casamento e está na casa da tia-avó para colocar seu projeto de mestrado em ordem e acaba passando por um momento de dúvidas em relação ao amor.

A colcha que as mulheres costuram durante o filme é para Finn, será um presente de casamento para ela. O mais legal é que cada mulher é responsável por construir um bloco que vai compor a colcha e eles refletem suas respectivas histórias de amor, já que o tema da peça é “Onde Mora o Amor”.

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O filme tem uma trilha instrumental bem legal, as roupas e a estética dos anos 90 que eu amo (e que vivi na minha adolescência, o que hoje em dia dá uma certa nostalgia), os flashbacks são ótimos e todo o ambiente de uma cidade pequena, florida e ensolarada da Califórnia também (hummm, o cestinho com morangos… ok, sem contar mais detalhes!)

Não achei o DVD para comprar, mas encontrei a opção de alugar ou comprar o filme pelo iTunes.

Aqui tem um trailer, sem legendas infelizmente. Mas dá para ver bem toda essa beleza de um filme dos anos 90 com a Winona!

Interessante é perceber que um filme que adorei tanto quando era mais nova ficou guardadinho num cantinho da memória pra ser relembrado agora, com o meu amor pela costura e com a descoberta do Patchwork. Felizmente não estou numa fase de dúvidas como a Finn, mas ainda assim foi uma delícia rever o filme depois de tantos anos, desta vez na minha casinha, com um café quentinho, um cobertor e o cachorro mais velho esquentando os meus pés. Aproveitei o fim de tarde “temático” de ontem para fazer o quilt à mão do projeto da minha bolsa em patchwork.

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Adorei notar a máquina de costura, materiais e colchas e almofadas com carinha de feitos em casa que aparecem nas cenas. E sim, como já deve dar para perceber, eu continuo adorando o filme!

No fim das contas, terminei de assistir pensando em como as coisas são conectadas em nossa vida, como tantas coisas demonstram nossa personalidade e nossa história. Pensei também no que eu estarei contando sobre a vida e o amor quando eu estiver com a idade das mulheres do filme.

Deixo duas citações do filme pra encerrar este post:

“Jovens amantes buscam a perfeição. Antigos amantes aprendem juntos a arte de costurar pedaços e de ver a beleza em uma multiplicidade de retalhos.”

(Finn – lendo um poema que a alma gêmea de Marianna deixou para ela)

“Como Ana disse, para fazer uma colcha, deve escolher os retalhos com cuidado. Se escolher bem, dará destaque à obra, se escolher mal, as cores ficam sem vida e tiram sua beleza. Não há regras a serem seguidas. Deve-se seguir o instinto e ser corajosa.”

(Finn – frases finais do filme)

Se você assistir me conta?
Beijos!

OBS: Post atualizado em 14/03/16, com links para assistir e do trailler atualizados. Consegui comprar um DVD deste filme quando fui para San Francisco, o único “porém” é não ter legendas em português.

11 Anos de Blog!
Como é o meu vestir em 2023
As costureiras contemporâneas

Um dia você aprende a costurar e a sua mãe (referência maior do assunto) acha legal, mas não parece se relacionar tanto logo de cara, pois as costuras de cada uma são bem diferentes.

Você não entra num curso de corte e costura tradicional, mas chega num ateliê onde aprende um tanto sobre máquinas e técnicas, perde o medo de usar uma máquina de costura e logo se aventura a presentear as amigas queridas com organizadores de bolsa, faz capa com matelassê pro iPad, encontra um molde fofo na internet pra fazer vestido pras pequenas da família (usando tecido comprado numa loja virtual dos Estados Unidos).

Você percebe que o método de usar uma máquina e o mais básico da costura permanece o mesmo como saber identificar frente e verso de um tecido, o fio do tecido, as ferramentas, mas nota que a cabeça das costureiras de hoje parece ser muito diferente. A gente quer fazer muito mais e fazer diferente, mas sem perder os aspectos “de sempre” que valem muito a pena.

Tempos atrás, eu não sabia de mais ninguém que tinha um cômodo da casa só para costurar, não só pela questão do espaço disponível em si, mas pela prioridade em reservar um espaço da casa para uma máquina de costura e seus apetrechos.

Ao passear pelo meu pequeno quarto de costura, dá pra ver que convivem harmoniosamente o telefone de disco (que hoje funciona só pra receber ligações, graças à linha da Net que é só digital), a máquina de costura de 51 anos de idade, o Grande Livro da Costura de 1979 e também o iPad, o Dock do iPhone, a câmera digital, e os achados proporcionados pela internet e viagens de uns anos pra cá.

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A amiga de costura proporciona belas desculpas para uma saída de casa com moldes e tecidos dentro da mochila. Outras amigas de costura te dão a deixa para viajar e conhecer lugares novos e, sim, costurar fora de casa.

Todas essas amigas têm casa pra cuidar, responsabilidades do trabalho, cuidar de filhos, bichos e maridos e ainda assim costuram sempre que dá um tempinho. Felizmente, algumas delas conseguiram transformar o hobby em trabalho, o que eu acho incrível.

Ainda assim, com tanta coisa prontinha e resolvida em uma rápida ida ao shopping, a satisfação de ter, usar ou dar algo que foi feito por você mesma é uma delícia!

Agora que estou aprendendo modelagem feminina e tenho uma máquina com recursos mais parecidos com a máquina da minha mãe, nós duas estamos sempre trocando figurinhas sobre como usar isso ou aquilo, como fazer um ajuste naquela roupa que já é bonita pra ficar ainda melhor…

Eu considero a costura uma terapia, pois não dá pra comer enquanto se costura (sim, o regime agradece!), dá pra ocupar muito bem o tempo e sair com algo lindo no final.

A internet ajuda muito a encontrar novidades para costurar, tecidos lindos vindos de longe, dicas para deixar o projeto perfeito, mas ainda não dispenso uma boa aula, hoje em dia acontecem num ambiente com cara de casa e jeitão offline…

Também não dispenso os livros e revistas, adoro folhear calmamente e encher de post-its os que mais me agradaram e que podem ser feitos no futuro!

Enquanto eu costuro eu costumo ouvir música, geralmente Punk (Ramones, The Clash, New York Dolls), alguma artista maravilhosa de Soul (Aretha Franklin, Etta James, Amy Winehouse) ou minhas bandas de Rock favoritas (Red Hot Chilli Peppers, Foo Fighters). Mas quando o dia não está aquela maravilha eu procuro algo calminho e um sonzinho da Norah Jones ou do Eddie Vedder, junto com o barulho do motor da máquina, vai me deixando melhor.

Aí na pausa para o café, uma passada rápida nas redes sociais, uma fotinho da produção do dia pra postar no instagram e uma anotação no caderninho de uma ideia nova de post.

Pois é, as costureiras contemporâneas são assim… E eu sou muito feliz por ser uma delas!

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Ponto cruz moderninho virou quadro

Beijos e até o próximo post!

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Feliz Aniversário!

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Nossa, passou tão rápido!Um mês atrás eu estava começando este blog e agora estou eu aqui comemorando!
Neste período tão pequeno recebi mensagens muito motivadoras das amigas que costuram, recebi outras mensagens fofas de quem não costura mas admira este mundo, uma grande amiga resolveu aprender a costurar, eu tenho uma máquina de costura nova, minha mãe está sempre por perto me ajudando e, eu acho que esta foi a maior mudança, eu passei a ler mais, pesquisar mais e costurar mais para ter sempre o que contar por aqui.

UAU! Quanta coisa boa! Espero que você esteja curtindo tanto quanto eu!

Por isso tudo muito obrigada por acompanhar o blog e pelo carinho!

Um beijo!

(Vou comemorar dando um pulo no 7o Brazil Patchwork Show.Hoje é o último dia! Aqui tem o que as meninas do Superziper acharam de bom e também fotos do evento, caso você se anime a ir!)

11 Anos de Blog!
10 anos de blog – O que vem depois?
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
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Vencendo a minha maior resistência: vender!