A costura é a minha auto-ajuda

Olá!

Dia desses a Ana, minha grande amiga das costuras, compartilhou essa imagem no facebook dela:

blogger-image-1814075333-6794382

“Nunca subestime o poder de uma mulher com uma máquina de costura.”

Eu compartilhei logo que vi porque achei a minha cara. E me ocorreu que hoje em dia, na minha timeline, tem tanta gente postando fotos bonitas, geralmente acompanhadas de frases mega positivas ou de conselhos para uma boa vida. Mas será que não tem sido papo demais e ação de menos para uma parte dessas pessoas? Dizem por aí que a vida no facebook é mais bonita que a realidade… deve ter mesmo mais papo que ação, na minha opinião, infelizmente.

Lógico que é importante cuidar da gente mesma, ter algum objetivo para perseguir, ter atitude positiva diante da vida e tudo mais, mas pra mim já faz tempo que procurar fazer mais e filosofar menos tem sido mais importante. Ser um pouco mais “faca na bota” não faz mal a ninguém, sabe? Isso não significa ser agressiva, grossa, mas ter atitude, eu acho!

Quando eu deixei de fazer cupcakes três anos atrás, eu tive que lidar com o fracasso de ter que encerrar algo que um dia eu tanto quis ter. Primeiro eu me isolei de tudo, passei uma primavera inteira trancada em casa, vendo televisão, chorando e agarrando meu cachorro.

Também “descontei” um tanto em mim mesma, antes mesmo de parar com os cupcakes de vez. Fiquei ruiva, cortei uma franja a la Betty Page, passei a usar vestidos rodados e salto alto o tempo todo. Porque lá dentro estava tudo péssimo, mas a “casca” estava cada vez melhor. Descobri a Julia Petit e seus vídeos incríveis, aprendi a me divertir arrumando meu cabelo e fazendo minha maquiagem sozinha. Foi um aprendizado incrível, pro resto da vida. Só que isso ainda não resolveria todo o problema.

Um belo dia eu resolvi que aprenderia algo novo, só pra ocupar a cabeça, para ter algo mais para fazer. E cheguei na costura. A mesma costura que hoje eu sei que mudou muita coisa nos últimos dois anos. Não foi por acaso. Porque eu acredito que coincidências realmente não existem e eu encontrei através da costura algumas pessoas muito importantes que entraram na minha vida.

Eu tinha passado por algo parecido nos tempos de Fia do Céu! quando algumas clientes viraram grandes amigas, que espero ter por perto pelo resto da vida. Então, eu sei que vivi aquele ciclo por algum motivo, provavelmente para aprender muitas coisas novas e para chegar até essas pessoas especiais.

E hoje, digo mais uma vez, eu não poderia ser mais eu mesma, interna e externamente. Estou cercada de pessoas especiais sempre, isso tudo é fundamental pra mim e me deixa realmente feliz e tranquila. Posso botar boa parte da “culpa” na costura? Acho que sim, né?!

E tem mais! Quem eu conheço por conta da costura ou de crafts diversos tem toda essa atitude positiva junto da ação propriamente dita. São pessoas que fazem acontecer de verdade, então o que elas externam em seus posts ou nos papos que temos é muito verdadeiro para mim.

Por isso tudo que a imagem do começo do post faz tanto sentido. “Nunca subestime o poder de uma mulher com uma máquina de costura”. Eu acho que ficaria ainda melhor se fosse assim: “Nunca subestime o poder de uma mulher com uma máquina de costura. E com um belo batom vermelho”. Essa é a minha auto-ajuda.

Beijos!

11 Anos de Blog!
10 anos de blog – O que vem depois?
Mulheres Prendadas

Olá!

Estava eu programando o que eu colocaria aqui no blog por esses dias quando achei uma boa abordar esse tema: ser uma mulher prendada.

Terminei de ler semana passada a revista Tpm de maio (sim, sempre termino de ler as minhas revistas quando a edição seguinte já chegou na banca. Ou até mais atrasada, como a revista Elle de março que ainda estou lendo, rs), com o tema central de Mulheres Prendadas. Comprei logo que vi na banca, mas deixei para ler em dias mais calmos, pois o assunto realmente me interessa.

2013-07-0500-30-40hdr-5712528

2013-07-0500-31-41hdr-2674080

2013-07-0500-32-18hdr-9018026

Algumas páginas da TPM.

E ver que esse mundo artesanal-craft-costurístico-manual é muito feminino (a Mega Artesanal tinha muito mais mulheres do que homens segundo o meu “data-olhômetro”) chamou ainda mais atenção para o assunto.

Enquanto devorava a revista toda, pedi pro marido responder duas coisas. Primeiro, se ele achava que eu era uma mulher prendada. Ele disse que sim. Aí pedi pra ele definir o que é uma mulher prendada. Ele respondeu que é aquela pessoa que sabe fazer várias coisas, todas elas com qualidade, bom gosto e criatividade.

(Ah, e ele brincou que eu poderia incluir vários outros adjetivos positivos terminados com “ade”, e também que eu vou terminar a minha colcha de retalhos com muita idade… aff… muito apoio, viu?! Hahahaha!)

De fato, eu sei fazer um tanto de coisas sim. Sou bem minuciosa e acho que aprendi a lidar bem com essa qualidade ao dedicar um tanto do meu tempo às manualidades. Ao longo dos anos aprendi a bordar, fazer crochê, costurar, fazer cupcake e até bolos decorados.

Por outro lado, não sou como a Amélia, aquela que não tinha a menor vaidade. Eu me cuido, no melhor sentido de cuidar bem da nossa morada para poder viver melhor. O marido gostar é consequência.
Mas acho que a questão não se resume só a isso. Ver as várias questões que estão na mente das mulheres como “eu estudei em faculdade de primeira linha, fiz pós-graduação e vários cursos, mas o que eu queria mesmo era me dedicar à minha casa”, ou “estudei tanto pra depois ter que saber passar a camisa do marido?”, ou ainda “eu quero ter filhos, mas quero focar na minha carreira e ter tempo pra mim”… E por aí vai…

E quando essas mulheres prendadas aproveitam estas habilidades e as transformam em oportunidades de negócio? Eu poderia enumerar várias que eu admiro e conseguiram fazer isso, que bom!

É engraçado e um alívio estar fora do mercado de trabalho há algum tempo e não sentir falta nenhuma do terninho e do escritório. Eu trabalhei em várias empresas, na área de Marketing, sempre me sentindo deslocada e questionando o que eu fazia de errado por não conseguir prosperar. Depois, dando aulas na mesma área, me senti muito melhor e vi mais perspectiva. Mais pra frente, fazendo cupcakes em casa para vender, notei que o contato com as pessoas e vender algo que eu mesma fiz me apetecia muito mais.

Por isso mesmo, hoje em dia não tenho a menor sensação de ter fracassado (sim, isso rondou a minha cabeça por muitos anos). Estou em casa por opção e sei que essa escolha nem sempre é possível principalmente por questões financeiras, mas não me sinto mal por isso.
Meu marido também é muito prendado, cozinha bem, mantém a ordem na louça e na rotina dos nossos cachorros, realmente não posso reclamar!

Ser uma dona de casa prendada não me fez ficar fora de órbita e, quando estou com pessoas que só falam de trabalho, eu realmente não me esforço para participar da conversa usando exemplos meus de “mil anos” atrás. Falo sobre minha vida como ela é agora, porque sou uma mulher prendada assumida, cuido da minha casa, de mim mesma, do marido, dos meus cachorros e costuro.

Nunca fui tão eu mesma como agora e não posso me prender ao passado. Se eu ainda estivesse de terninho dentro de um escritório, eu teria que deixar a minha porção prendada de lado e isso me deixaria muito infeliz. Porém, quem sabe em algum momento eu escolha uma destas habilidades prendadas para, por exemplo, ter um novo negócio próprio? É uma opção que eu não excluo.

Na verdade, tudo isso que escrevi não é para ser nenhuma dissertação sobre o assunto, já que ele é bem complexo, e sim para cada um de nós poder pensar no seu próprio papel, no que te faz ou não feliz. Eu acho que isso é sempre bom. Aqui eu conto a minha parte apenas.

prendada1-4540810

Luke e eu, costurando minha colcha enquanto assistia Saramandaia.

E você? Se considera uma pessoa prendada?

Transformaria isso em seu principal trabalho?

Beijos!

11 Anos de Blog!
10 anos de blog – O que vem depois?
Fui buscar linha vermelha ali no mercadinho e já volto

Outro dia escrevi um post sobre as costureiras contemporâneas, lembra? A gente costura e vive conectada, porque é assim que as coisas são nos dias de hoje pra um monte de gente.

Eu escrevi praticamente todo aquele post enquanto estava no salão esperando o tempo que a natureza (leia-se tinta) precisa pra me deixar ruiva, aproveitando o wi-fi, o tempo “ocioso” e um iPad na mão.

Coisa linda essa de poder costurar nos dias de hoje e usar a internet pra pesquisar de tudo um pouco! É tecido, molde e técnica pra todo lado. Coisas novas e antigas revisitadas convivendo harmoniosamente. Mas a gente sabe bem que a tecnologia que ajuda também pode atrapalhar.

Na arrumação do quartinho que comecei a fazer na semana retrasada encontrei um sinal disso, ao separar os livros e revistas por “lidos” e “não lidos”: a pilha dos “não lidos” está enoooorme! Fiquei até com vergonha de colocar uma foto aqui…

Ok, devo assumir que sou a louca dos tecidos E TAMBÉM a louca dos livros e revistas. E ficar muito tempo jogando Candy Crush não está ajudando em nada a amenizar a situação de acúmulo. Nem o tempo no trem ou no metrô eu estava usando mais para colocar as leituras em dia, só ficava no joguinho.

Outro dia, olhando em volta, vi muitos outros passageiros falando, fuçando ou fazendo qualquer coisa grudados em seus celulares. Mas tinha também uma mocinha solitária e sorridente fazendo crochê durante a viagem e ela me chamou a atenção.

Nessa hora eu decidi largar o celular um tanto. E fiquei feliz por ter a costura como a minha atividade offline. Incluí regrinhas como deixar o celular no silencioso e dentro da mochila durante as aulas de costura e de Patchwork, usando o aparelho no máximo pra ver as horas, visto que não uso relógio, e pra foto que acaba parando no instagram. Também estou fazendo isso nas aulas de alemão. Tem sido ótimo! A atenção fica toda pro que eu estou aprendendo e aproveito mais o contato com quem está na aula comigo. Deletei os joguinhos viciantes do iPhone e deixei “só” no iPad, assim eu jogo uma ou duas vezes por dia, no máximo. Parece tudo tão óbvio, mas eu precisei deste alerta.

(OBS.: eu li este texto aqui recentemente, que me fez achar que eu estou no caminho certo. É um pouco longo, mas vale a pena ler.)

Por outro lado, lá no bazar Ó Gente, encontrei as chamadas por mim de “amigas do Instagram” como a Marcela Stump (e o marido), a Cris Akemi, a Andrea do Superziper. Este sim é o caso de usar alguma rede social para agregar algo ou unir as pessoas, pelo menos pra mim. Fiquei tão animada por ter encontrado com elas no bazar que até esqueci de tirar foto pra por aqui no blog ou no próprio Instagram, hahahaha! Tão bom encontrar com pessoas que tem as mesmas afinidades que a gente!

Porque a vida offline vale muito a pena desde sempre e a gente tem que usar a internet e os aparelhinhos diversos pro que realmente interessa, né?!

Eu estou adorando buscar este equilíbrio entre o online e o offline, assim como ontem quando a linha vermelha resolveu acabar antes que eu terminasse meu vestido lindo da vez e eu fui em um dos mercadinhos perto de casa comprar mais (sim, estou em São Paulo, mas às vezes não parece né?!). Passar algumas horas em silêncio costurando, depois andar pelas ruas do bairro e levar o celular no bolso “só pra garantir”, mas não usá-lo, acaba trazendo uma tranquilidade tão boa!

2013-05-1318-04-02-1684379

Fui buscar mais linha e já volto. Deixe o seu recado!

Obrigada por me acompanhar virtualmente e, sempre que dá, em carne e osso também!

Um beijo!

Obs: este post também foi escrito quase todo no salão, na minha visita de semana passada… Daqui a pouco, se continuar acontecendo, vira uma seção nova do blog – já virou tag, rs! 

11 Anos de Blog!
Como é o meu vestir em 2023
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
Newsletter

Assine a minha newsletter e receba novidades exclusivas por e-mail!

Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres.
Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres.
Email inválido.
Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres. (Obrigatório!)
keyboard_arrow_right
close
Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!