FELIZ 2023!

Na primeira semana do meu recesso, comecei a ler um dos três livros que tenho da Bell Hooks: “Ensinando a Transgredir – A Educação como Prática da Liberdade”.

Sinopse (fonte)

Em Ensinando a transgredir, Bell Hooks – escritora, professora e intelectual negra insurgente – escreve sobre um novo tipo de educação, a educação como prática da liberdade. Para Hooks, ensinar os alunos a “transgredir” as fronteiras raciais, sexuais e de classe a fim de alcançar o dom da liberdade é o objetivo mais importante do professor. Ensinando a transgredir, repleto de paixão e política, associa um conhecimento prático da sala de aula com uma conexão profunda com o mundo das emoções e sentimentos. É um dos raros livros sobre professores e alunos que ousa levantar questões críticas sobre Eros e a raiva, o sofrimento e a reconciliação e o futuro do próprio ensino. Segundo Bell Hooks, “a educação como prática da liberdade é um jeito de ensinar que qualquer um pode aprender”. Ensinando a transgredir registra a luta de uma talentosa professora para fazer a sala de aula dar certo.

 

Acabei dividindo meu descanso inicialmente entre ler esse livro, fazer meu tricô da vez que andou parado por falta de tempo, ver séries e afins e cuidar da minha casa. Nesta semana, voltei aos poucos a estudar, ainda que não muito presa a horários e prazos, por exemplo.

Quando estava lendo apenas a introdução do livro, já me vi envolvida demais pelo tema!

Bell Hooks ao contar que queria mais ser escritora do que ser professora e, ao se tornar professora para ganhar a vida, passou a escrever menos, eu me solidarizei com ela. Já explico:

Eu amo demais meu trabalho. Amo dar aulas, ver tomarem forma os projetos de costura de cada pessoa que chega. Tanto que, desde que comecei a ensinar, mal tenho tempo eu mesma de costurar e parece não me fazer tanta falta (só meu armário que tá me chamando para fazer umas roupinhas novas e eu não consigo, mas isso é papo pra um outro post, rs). Fico feliz em passar adiante o que sei e ver outras pessoas fazendo suas peças enquanto suas habilidades e seus repertórios costurísticos crescem, aprendo todos os dias com minhas alunas e meus alunos, pois muitas vezes eu é que vou pra casa com a tarefa de fazer esses projetos se tornarem possíveis, quando é algo novo também para mim.

Mas, como costumam dizer “para cada escolha tem uma renúncia”, não é?! No meu caso, é não conseguir mais escrever, principalmente aqui. Eu sempre escrevi, desde muito nova, antes mesmo da faculdade de comunicação, tanto que foi muito natural que eu tivesse criado esse blog à medida que eu ia me apaixonando pela costura e me desenvolvendo na técnica.

Eu sigo escrevendo diariamente, nas minhas páginas matinais (alô pessoas que leram e adotaram “O Caminho do Artista” pra vida!). Uma escrita muito pessoal, particular, que tem me ajudado muito em vários sentidos. Hoje em dia escrevo também profissionalmente, tanto para divulgar o meu trabalho quanto prestando serviços para terceiros nesse campo.

Mas tenho sentido falta demais dessa escrita aqui, ainda bem pessoal, só que pública. Da escrita em que eu trago alguns temas que não quero guardar só pra mim, pois acho que podem ser legais para outras pessoas também ou que possam abrir espaço para conversas interessantes. Também sinto falta de contar sobre coisas de costura que acho que serão legais de compartilhar, tanto que alguns posts antigos viraram “cola” que distribuo para as alunas e os alunos a respeito de alguns aspectos de costura para elas e eles terem como arquivo.

E, apesar de eu não ter abandonado as redes sociais, andei postando bem pouco e usado cada vez menos para essa expressão muito pessoal e até mesmo cotidiana. Eu realmente não estava no pique para aparecer com frequência.

Eu também amo fotografar e sigo registrando tudo o que me encanta, mas já sem a necessidade de ter que postar tudo. O que posto, quase sempre, tem um atraso. Pois escolhi viver primeiro e postar depois.

Só que esse vazio da minha escrita pública em um ambiente mais calmo e menos fulgaz segue comigo. E Bell Hooks me fez o favor de me fazer lembrar dele logo nas primeiras páginas de seu livro.

Eu não quero colocar metas mirabolantes a respeito disso pois já tenho muitos pratinhos para equilibrar aqui: uma saúde física que ainda inspira cuidados (tanto que passei por mais algumas consultas e exames durante o meu recesso), o trabalho dentro e fora das aulas, o trabalho doméstico, minha saúde mental e espiritual, os estudos que alimentam minha alma e também o meu negócio, tempo de qualidade com quem eu gosto.

Só que, como defini que os meus principais pilares deste ano são, na verdade, os mesmos do ano passado, só em proporções diferentes, vejo que vou conseguir aparecer mais por aqui (e este post já é uma prova disso): cuidar da minha saúde física, colocar novos projetos profissionais no ar, voltar a produzir conteúdo (isso eu acrescentei pois não estavam nos desejos de 2022, já que eu não tinha como fazer) e realizar alguns sonhos (que já têm dia e hora pra virarem realidade).

E, à medida que a leitura avança, tenho pensado muito na minha experiência como aluna desde a escola de freiras super quadradona, passando pela faculdade já bem mais livre e participativa em muitos aspectos e como é o meu ambiente de aulas atual e como posso melhorá-lo, também usando como base minhas experiências como aluna e professora. Então, no fim das contas, o livro está me colocando pra pensar sobre os dois aspectos: de ensinar e também de escrever.

A leitura deste livro está sendo maravilhosa e desde já eu recomendo muito!

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