Tenho pensado nessa mensagem para encerrar o ano há dias. E, como muita gente, eu estava com os ânimos alterados faz tempo. Eu ia encerrar o ano de 2016 com um “textão”, cheio de questionamentos. Eu, que não sou fã de usar imperativos, (qualquer hora posso até escrever sobre este tema, mas não hoje) estava caminhando para este lado. Pois é. Foi um ano difícil, pesado, arrastado (alguém ouviu dizer aquele clássico “nossa, passou voando”? Eu não!).
Mas nesta última semana eu consegui desacelerar. Parte porque eu queria e parte por conta de um super-piriri-intoxicação-alimentar que eu e o marido tivemos (e já estamos bem, graças a Deus!). Com um tempinho a mais para pensar, vi que não era assim que eu queria encerrar o ano por aqui.
Nós dois estamos nos preparativos para a chegada de 2017 do melhor jeito: cuidando de cada detalhe para receber nossa família em casa e fazendo vários itens à mão. Está sendo muito gratificante! Os toques de prateado, branco e pitadas de outras cores estão chegando à nossa varanda, que finalmente vai receber o brilho merecido depois de tantos anos sendo preterida por outras áreas da casa.
Já estão brilhando as luzes novas da varanda que o marido preparou!
Vasinhos feitos em casa à espera das flores. Toalha de mesa prateada e branca. Vem 2017!
Foi aí que me deu este estalo: quero que 2017 seja um ano brilhante! De ideias, de amor, de paz. Por conta de tudo que andamos vivendo, desejo mais respeito entre as pessoas, desejo mais tolerância com o próximo e com as escolhas dele, desejo menos ganância.
Em um ano que várias pessoas brilhantes morreram (nem preciso dizer que algumas delas me fizeram chorar), que o nosso brilho faça a diferença. Que a gente seja brilhante com as nossas mãos inquietas e com as nossas mentes criativas.
Brilhe em 2017!
Eu acredito em trabalho de formiguinha, sou uma otimista. Quero fazer o meu melhor por este novo ano e espero que você tenha esta força, que você tenha este brilho também!
No último domingo eu comemorei a chegada dos meus 37 anos. Pessoalmente, os 36 foram bons, mesmo tendo vivido este ciclo num ano tão estranho como 2016 (este que felizmente está chegando ao fim).
Aquela reflexão que as pessoas costumam fazer ao final do ano para mim costuma chegar um pouco antes, pois já me pego pensando um tempinho antes do meu aniversário. Acho que na verdade eu penso duplamente, rs! É pensar sobre o novo ciclo da minha vida e o novo ciclo determinado pelo calendário, já que são tão próximos, sabe?
Cheguei aos 37 anos com uma sensação controversa, pois muitas coisas boas me aconteceram ao passo que outras situações bem difíceis também. Mas de alguma forma, mesmo achando que não seria possível devido ao contexto dos dias atuais, tenho me sentido um tanto em paz.
Neste último ano, resolvi colocar o pé no freio. Fiquei muito tempo em casa, quietinha no meu canto. Aprendi a apreciar ainda mais o silêncio, aprendi a apreciar mais a minha própria companhia, aprendi a aceitar que almoços e cafés da tarde sucessivos estando sozinha não queriam dizer menos amor por parte de quem eu amo e de quem me ama também, só estamos vivendo em tempos diferentes.
Este foi um ano em que resolvi produzir menos e melhor. Priorizei utilizar os materiais que já tinha em casa para não acumular ainda mais coisas no ateliê. Resolvi colocar em prática algo que queria faz tempo, mas que demandava uma porção de mim que não estava disponível antes: a porção de publicitária. Fiquei bastante tempo no computador e menos tempo na máquina de costura. Aos 36 anos, depois de vários anos de formada e de alguns anos “fora do mercado”, percebi que a publicitária nunca saiu de mim, mesmo que a costureira tenha se sobressaído nos últimos anos. A cada post do blog, está por trás a publicitária que ama escrever e que se encontrou nas costuras e nas manualidades.
Enfim, chego aos 37 feliz, tranquila por algumas realizações e já ansiosa pelas próximas. Foi um ano de redescobertas e, por isso, muito intenso internamente, apesar de um certo silêncio exterior. Senti falta de comparecer aos inúmeros eventos e encontros craft que aconteceram ao longo do ano, mas o recolhimento valeu a pena.Nem me cobrei tanto pelo meu auto-presente de aniversário, quase uma instituição desde que comecei a costurar. Ainda estou tricotando uma blusa, ou seja, não ficou pronta para o almoço em família do último domingo. E tudo bem, pois quando ficar pronta ficarei igualmente feliz em usá-la, independente da data.
Adivinha quem comprou tequila (inspirada por Grey’s) e muitos limões pro aniversário, esqueceu e ficou só na cerveja?! Rs!
Aniversário com a família, com bolo, velinha e brigadeiro. Preciso de mais nada! (Foto da minha querida prima Fernanda!)
A blusa está sendo feita enquanto faço uma maratona de Grey’s Anatomy na Netflix, minha série preferida da vida. Já chorei um monte, já ri, já pensei na vida, tudo isso enquanto tricoto. Deixei a ansiedade de ter que acompanhar todos os lançamentos na TV ou na Netflix e me rendi ao prazer de tricotar enquanto vários episódios antigos da minha série mais querida passam na tela. Vi que fazia parte do meu recolhimento, da minha ansiedade sendo controlada.
Minha companhia craft nos últimos tempos, junto com Grey’s Anatomy. Falta pouco agora, mas ficará pronta no seu devido tempo.
Por isso que, ao passo que a blusa cresce e as temporadas seguem, estou meio ausente das redes sociais. Descobri recentemente que existe um negócio que chama Fear Of Missing Out (FOMO, ou medo de ficar “por fora”) e que eu vivi isso por um tempo.
Quando eu decidi não ficar no Snapchat ou no Instagram Stories durante as férias em novembro, tanto para postar quanto para assistir, não senti tanta falta. Tudo de lindo que vi foi registrado pela minha câmera e pouca coisa pelo celular. Quando voltei para a casa, permaneci acessando menos e, adivinha, não fiquei mal. Precisava de uma pausa na vida rotineira para perceber isso. Já o olho no olho tem sido especialmente importante! Tantos bons encontros têm acontecido ultimamente e eu nem lembrei de pegar o celular para fazer uma selfie, rs! Mas aos poucos vou retomar a vida digital nas redes que eu realmente gosto de estar presente, tá?!
Enfim, chego aos 37 renovada e eu acho que estava realmente precisando disso! As minhas resoluções para 2017 estão diretamente ligadas ao meu momento pessoal e o resultado eu vou mostrando por aqui, pode deixar!
“Slow down, you crazy child Take the phone off the hook and disappear for a while It’s all right you can afford to lose a day or two”
Dedico esta linda música para você que está aqui comemorando comigo! (Letra e tradução aqui).
Olá!
Já faz um tempo que eu faço o que posso para não jogar retalhos de tecido no lixo. Sabemos que o lixo produzido pela indústria têxtil e pelo descarte de peças têxteis que não serão mais usadas é enorme. Contei um pouco neste post sobre o documentário The True Cost. Não é porque estamos produzindo em pequena escala, em nossas casas, que podemos desprezar este fato.
Um lixinho “inocente” de cada costureira, se reunido com outros tantos lixinhos, virará um lixão também. Por isso, é fundamental usar o tecido da melhor forma possível, reduzir o que vai para o lixo.
Doar retalhos
Uma coisa que eu tenho feito há um tempo é reunir os retalhos que não vou usar mais em uma sacola e, quando ela enche, eu dôo para uma amiga que é professora em uma escola municipal infantil aqui do meu bairro (beijo, Erika!).
Lá o tecido vira material para as aulas de artes das crianças ou é aproveitado para melhorias na própria escola. Dia desses, as professoras estavam forrando as molduras dos murais da escola com tecidos que elas receberam. Ficou lindo e colorido!
Olha as sobras do tricoline da minha calça Anna (post aqui) no mural da sala dos professores!
Retalhos especiais e uma lata de leite em pó
Eu tenho uma caixa onde guardo meus retalhos mais especiais (de tecidos Liberty, por exemplo). Boa parte deles viraram hexágonos para a minha colcha/manta (aquela que tenho fé que vou terminar um dia, rs), mas ainda tenho um pouco guardado.
A saga da minha colcha de hexágonos, que está sendo feita quase toda com as sobras dos tecidos que usei, pode ser conferida aqui.
Aproveitei, já que tenho feito muito tricô, para fazer um recipiente bonitinho para colocar meu novelo de lã em uso. Explico: Luke é um amor de cachorro, mas não pode ver um novelo de lã ou de linha que corre para pegar e destruir (acho que ele pensa que é um brinquedo, já que é fofinho e redondinho)…
Peguei uma lata de leite em pó que ficou vazia depois de bem utilizada nos iogurtes caseiros que preparo, lavei por dentro e deixei o rótulo de papel externo. Depois de seca, colei um retalho de tecido bem especial, virando as pontinhas para dentro para ficar bem acabado. Usei cola de tecido mesmo (a famosa cola pano):
Colei uma fita crepe para certificar que as pontinhas ficariam bem coladas. Depois de algumas horas, retirei a fita e ficou tudo no lugar:
Para a tampa, marquei um círculo no centro e cortei com um estilete. Assim, posso fechar o pote com o novelo dentro e só um fio fica para fora:
Com um novelo novo fica meio apertado, mas não chega a atrapalhar, viu? Eu não iria comprar outra coisa no mercado só para pegar uma lata maior. O negócio era aproveitar o material que já estava disponível.
Agora a minha lã está protegida e eu não tive nenhum gasto adicional!
E você, já pensou em formas de não mandar os restinhos de tecido para o lixo?
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.