Viagem com Costura: Feira Craft em Paris!

Olá!
Quando resolvemos viajar para Paris meio que em cima da hora, eu acompanhei no Instagram (segue lá, o meu perfil é o @katialinden) o movimento de algumas empresas de moldes, de tecidos e etc., que contavam que iriam manter suas participações em uma feira que aconteceria na semana seguinte aos atentados.

Resolvi ver que feira era esta que estavam falando e cheguei ao Salon Créations & Savoir-faire. Vi que aconteceria nos dias em que estaríamos na cidade e me programei para ir em um dos dias em que o marido estaria à trabalho no congresso da área dele.

Logo de cara, comprei meu ingresso pela internet (que tem tarifas diferentes conforme o dia que você vai e horários) e baixei um aplicativo com os expositores e mapa da feira. Já me pareceu bem organizado! Fui para o local, composto por vários pavilhões de exposição, de Uber (pois estava com receio de pegar o metrô, mas tem estação na porta).

Depois das revistas e detectores infelizmente habituais para o momento, entrei na feira. Imaginem a Mega Artesanal, só que com uma área enoooorme para costura de roupas? Era um sonho para quem como eu, até vai às feiras daqui, mas se depara com poucas coisas do tipo no Brasil.

Problema: muitos expositores não aceitavam cartão e eu voltei para o hotel praticamente com a carteira vazia, rs! Por sorte o pagamento do Uber é via aplicativo e com cartão, hehehe!

Eu fiz um monte de snaps – meu Snapchat é o katialinden – nesse dia e, pasmem, para o bem do blog eu falei neles, rs! (Consequentemente, agora eu tenho oficialmente um canal no YouTube :O)

Pois é, como eu contei no vídeo, o lugar é bem legal, os corredores são espaçosos mas, como em qualquer feira, tem que ter um tiquinho de paciência ao visitar os stands mais concorridos. Quando eu cheguei era cedo e andei tranquilamente, até a hora que fui embora estava mais cheio, mas dava para andar.

Dei uma volta no pavilhão todo (eram dois, visitei apenas um). Pulei o pavilhão de itens natalinos e gourmet. Também tinha áreas ótimas de Scrap, bordados tradicionais franceses, tricô e crochê. Acabei ficando mais pelos stands de Moda e Customização (ai que sonho!)

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Considerando que eu estava com dinheiro contado e que, mesmo com algumas compras no cartão, limitei as compras pois não está fácil gastar em euros. Fiz ótimas aquisições e mostro aqui, com info dos expositores:

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Com as mãos ficando ocupadas por bolsa e sacolas, acabei não fotografando muito, mas essas duas lindezas chamaram minha atenção:

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E para bater tanta perna, o look tinha que ser confortável, mas por ser uma feira craft, fiz questão de ir vestida com algo que eu fiz. Lá fui eu com a minha blusa de seda amada!

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Blusa: Crepe de Seda comprada na Mittus (Rua Augusta), molde da Burda Portuguesa de 11/2013
Jaqueta de couro sintético: Topshop

Calça jeans de cintura alta: Damyller
Tênis: All Star

Adoraria poder visitar a próxima edição, que acontecerá de 16 a 20/11 deste ano no mesmo local (Parc des expositions – Porte de Versailles, fica na região Sul de Paris). Sonhar não custa nada, né?! Rs!

Beijos!

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Viagem com Costura: Visitando o Museu da Moda da Cidade de Paris, o Palais Galliera

Olá!

Aproveitei a ida a Paris para ver se na cidade estaria acontecendo alguma exposição de moda. Na cidade sempre acontecem exposições do tipo, mas durante as temporadas de desfiles é que elas se concentram. Ainda assim, tive a sorte de pegar uma exposição que estava acontecendo no Palais Galliera (ou Musée de La Mode de la Ville de Paris).

Estive nos lindos jardins deste museu no ano passado, quando fiz um passeio de bicicleta e o local era o ponto de parada para um piquenique (post aqui – deu saudade só de lembrar). O museu não tem exposição de seu acervo permanente e só abre quando tem alguma exposição específica acontecendo. Na mesma época do ano passado, por exemplo, estava fechado. Já os jardins são abertos ao público e são lindos!

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A exposição que está em cartaz agora é “La Mode retrouvée – Les robes trésors de la comtesse Greffulhe” (A moda recuperada – Os vestidos preciosos da Condessa Greffulhe, na minha humilde tradução, rs).

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A exposição conta a história da Condessa Greffulhe, uma mulher muito influente na sociedade francesa na virada do século XIX para o século XX.

“Esta exposição enfatiza o guardarroupa de Elizabeth, a Condessa Greffulhe, cuja beleza e elegância foi uma das principais inspirações para Marcel Proust e os designers de moda de seu tempo.

Pela primeira vez na história, o Palais Galliera está exibindo o guarda-roupa fabuloso da Condessa Greffulhe, ou Élisabeth de Caraman-Chimay (1860-1952). Ela era prima do dandy francês e poeta Robert de Montesquiou e foi imortalizada para a posteridade por Marcel Proust como a duquesa de Guermantes no famoso romance Em Busca do Tempo Perdido.

Proust escreveu a Montesquiou: “Não há nenhuma parte de seu único a ser encontrada em qualquer outra mulher, ou em qualquer outro lugar para esse assunto. Todo o mistério de sua beleza é no brilho, sobretudo no enigma de seus olhos. Eu nunca vi uma mulher tão bonita como ela.”

A Condessa Divina nasceu no final do Segundo Império, viu duas repúblicas e duas guerras mundiais. Ela viveu a Belle Époque e os loucos anos vinte e era líder reconhecida da Sociedade de Paris por meio século. Ela tornou-se particularmente influente depois de seu casamento com o Conde extremamente rico Henry Greffulhe.

A mulher mais bonita de Paris – para ver e ouvir falar – realizou um salão em sua casa em Paris, na Rue d’Astorg e também recebeu hóspedes no Château de Bois-Boudran e em sua villa em Dieppe. Ela era uma adepta precoce do ‘fundraising’.

Como presidente fundadora da Société des Grandes Auditions Musicales, ela transformou um trabalho de caridade em relações públicas. Com tremenda perspicácia prática, ela levantou fundos para produzir e promover óperas e espetáculos, que incluiu Tristan de Wagner e Isolda e Crepúsculo dos Deuses, de Diaghilev Ballets Russes, e Isadora Duncan. Além disso, ela era um animal político – uma torcedora feroz, por exemplo, do Capitão Dreyfus, Leon Blum, e da Frente Popular. Ela também foi uma patrocinadora apaixonada da ciência: ela ajudou a Marie Curie para financiar o Instituto de Rádio e ajudou Edouard Branly prosseguir a sua investigação sobre a telegrafia sem fio.

A Condessa Greffulhe foi o epítome da elegância, com gloriosas roupas para combinar com ela. Suas aparições públicas foram altamente teatrais, no sentido de serem raras, fugazes e incomparavelmente fascinantes, em uma nuvem de tule, gaze, chiffon e penas, ou em suas jaquetas de quimono, seus casacos de veludo, com seus padrões orientais, suas máscaras de ouro e prata, rosa e verde. As roupas eram cuidadosamente escolhidas para enfatizar sua cintura fina e sua figura esbelta.

Em exposição no Palais Galliera, há cerca de cinquenta modelos que tenham as etiquetas de grandes costureiros como Worth, Fortuny, Babani, e Lanvin. Há casacos, roupas íntimas, vestidos de dia, vestidos de noite e também acessórios, retratos, fotografias e filmes. Cada item é um convite para ir em busca de uma moda perdida e de se familiarizar com esta grande figura da sociedade de Paris, cuja imagem foi inevitavelmente ligada com seu guardarroupa.”

(Extraído, traduzido e adaptado daqui).

 
Enfim, é muito interessante ver que ela viveu bem na época do nascimento do que conhecemos como Alta Costura, assim como seu modo de vestir que foi mudando conforme o tempo e as novas estéticas que foram surgindo. Foram tempos de muitas coisas realmente novas! Mesmo quando já tinha um pouco mais de idade e só vestia preto, as roupas nunca deixaram de ser incríveis. Mais interessante ainda é que ela era muito mais do que as lindas roupas que ela vestia, já que sua atuação no mundo das artes e ciências era muito relevante.

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Este vídeo do próprio museu dá uma ótima ideia do que está sendo exposto: roupas lindas, fotografias, acessórios, entre outras coisas (mesmo se você não entende francês, como eu, vale a pena ver pela beleza das peças):

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Eu adorei a exposição! Se um dia você estiver neste local, seja para conhecer o museu ou apenas os jardins, aproveite para ver o que está acontecendo nos dois museus em frente ao jardim (e Museu de Arte Moderna e o Palais de Tokio) e curtir uma vista privilegiada da Torre Eiffel!

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Paris é linda mesmo nos dias nublados!

Serviço:

Palais Galliera
10 avenue Pierre Ier de Serbie 75116 Paris

A exposição vai até 20/03/2016
Site

Beijos!

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Minha primeira camisa de seda e uma viagem diferente

Olá!

Já virou um costume meu de preparar uma peça nova de roupa às vésperas de uma viagem. Pode ser um shorts vapt-vupt para passar um feriado na praia (aqui) ou uma peça mais trabalhosa como uma jaqueta bomber forrada para uns dias de férias (aqui).

Pois bem, depois de terminar a camisa que concluía uma etapa do curso de modelagem (contei neste post), comecei o desenvolvimento de uma peça destas para mim em outubro.

Primeiro construí uma base de corpo com as minhas medidas, que não ficou certa de primeira. Na segunda tentativa deu certo. Aí, na hora de costurar e provar, particularidades do meu corpo que não estavam contempladas no papel e nos cálculos apareceram: ombros caídos e a minha corcundinha (que já melhorou muito depois de fazer Pilates desde o ano passado, mas ainda existe). Algumas alterações depois, com a ajuda da mestra Angélica, eu tinha a minha base de corpo pronta para prosseguir com os trabalhos.

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Fiz uma camisa no morin, tecido bem simples de algodão para testar o modelo da camisa. Deu tudo certo no corpo e na gola, já as mangas… Ficaram justas por conta dos meus braços gordinhos, rs!

Fui procurar uma solução nos meus livros e encontrei uma forma de aumentar o volume sem mexer na cabeça da manga no livro da Burda (já escrevi sobre ele aqui). Resolvida esta parte, tinha que escolher a manga que queria fazer: se uma manga “simples” com punho e carcela – de simples não tem nada, só é uma das mais usadas em camisas – ou se uma manga evasê para ficar franzidinha junto ao punho.

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Escolhi a segunda opção e lá fui eu costurar no tecido definitivo, um crepe de seda delicado e maravilhoso da Liberty (capaz que seja o tecido mais caro que eu já tive coragem de comprar). Esta peça já faz parte das costuras que priorizei depois de pensar em uma nova paleta de cores para mim (contei sobre isso ontem – aqui).

Costurar tecidos delicados rendem o dobro de trabalho, na hora de cortar para não escorregar e na hora de costurar também. Cortei num dia e fui costurar no outro. Levei dois dias para terminar, pois fui intercalando com outras atividades “do lar”, rs. Creio que 95% das etapas precisaram ter um alinhavo para manter tudo no lugar, coisa que eu não tenho preguiça de fazer. Escolher materiais e ferramentas adequadas também faz a diferença: colocar uma agulha novinha na máquina e usar os alfinetes mais delicados que tenho (os mais curtos e sem cabeça, mas com a ponta bem delicada, dá para ver aqui) para não puxar fios durante o processo.

Estava sendo uma semana muito pesada, com acontecimentos esquisitos/ruins na região onde eu moro. O clima estava pesado e eu aproveitei para me concentrar na camisa para não me deixar contagiar pelo baixo astral que estava rolando. Nem vou entrar em detalhes pois acho que não vale a pena, mas enfim, era uma semana bem estranha.

Fechei as laterais e os ombros da camisa com costura inglesa. Deixei apenas as mangas com costuras “normais”, mas acho que vou fazer os acabamentos delas com viés do próprio tecido, sabe?

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Quando eu estava quase terminando, faltava só fazer as casas e depois pregar os botões, começaram a chegar as notícias dos atentados em Paris. Eu e o marido estávamos com passagens marcadas para ir para lá dois dias depois. Lembro que parei os trabalhos para acompanhar o noticiário, lembro bem o choque enorme de ver que a casa de shows onde mais pessoas foram atingidas ficava a 700 metros do hotel que tínhamos reservado, que as fronteiras estavam fechadas.

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Botões vintage do último Armarinho Vintage do Superziper.

Fiquei muito atordoada, pois eu e o marido amamos ir a shows de rock e imaginei que sim, eu poderia ser uma daquelas pessoas. A certeza de uma viagem tão desejada (ainda mais depois de uma semana ruim) deixou de existir naquele momento de pânico geral.

Acabei deixando o noticiário de lado para terminar a camisa, para concentrar as minhas atenções em outra coisa pelo menos por um pouco de tempo. Coloquei os botões e a minha etiqueta (o toque final) sem saber se a usaria na semana seguinte, como era o programado.

No sábado, tocamos os nossos compromissos, sem saber ainda o que fazer. À noite, fomos ao show do Pearl Jam (tá vendo? Eu e o marido estávamos num show de rock, como acontece com frequência), que foi muito emocionante por conta do que havia acontecido.

Foi bom para tirar um pouco da nossa atenção e, quem sabe, ajudar a resolver o que fazer. Quando fomos dormir, já sabíamos que o congresso que o marido iria participar estava mantido e que a companhia aérea estava com os vôos normalizados. E nós não conseguíamos decidir se iríamos ou não.

No domingo de manhã, resolvemos ir, depois de falarmos com as nossas famílias. Eles nos apoiaram na decisão de ir e saímos correndo para fazer as malas. Coloquei minha querida camisa entre as outras roupas, com o sentimento de missão cumprida, por mais estranha que fosse a atmosfera daqueles dias.

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Camisa acinturada, com mangas longas e franzidas no punho, gola com pé. Tudo o que eu tinha direito!

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Aqui dá pra ver bem a estampa!

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Punhos fofos!

Chegamos em Paris na 2a feira pela manhã, dia em que os comércios estavam abertos e as pessoas estavam voltando a sair na rua. Sentimos confiança de tocar a viagem já que estávamos lá, com algumas modificações de última hora como evitar aglomerações de gente e ficar preparados para detectores de metal e revistas de bolsas em quase todos os lugares.

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Primeiro dia, na Place des Vosges.

Eu sempre penso que as roupas que costuro tem suas histórias únicas. E essa camisa sempre vai me trazer essas lembranças de como foi gostoso e trabalhoso de fazer, também de onde eu queria levá-la, mas não quero associá-la aos acontecimentos ruins durante a execução dela. Os próximos posts serão sobre a viagem e por isso quis começar por contar o que aconteceu antes, por mais que ainda seja um pouco difícil, mesmo indo e voltando em segurança, para mim estes atentados serão acontecimentos com que dificilmente vou me conformar. Enfim, como eu sempre digo, viajar é bom, mas voltar para casa é ainda melhor!

Dias depois eu usei a camisa, logo menos mostro aqui. É uma das coisas que eu mais gostei de costurar, ainda mais por ter desenvolvido a modelagem dela!

Beijos!

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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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