Meus 10 anos de costuras: as costuras de 2012 e início de 2013!

2012 foi um ano muito difícil para mim. Uma crise no casamento iniciada no Natal de 2011 que levou a muitos meses de brigas. Eu descontava a minha tristeza na comida. Engordei muito e, ao não me reconhecer ao me ver no espelho (muito mais pela tristeza do que pelos quilos a mais) acabei cortando meu cabelo chanelzinho (que não funcionou pra mim, logo deixei crescer de novo. Hoje entendo que o problema não era com o que eu via no espelho.). Tinha lampejos de alegria e euforia principalmente nos shows, festivais e viagens (lembra que já falei de euforia aqui?), mas por dentro eu estava triste, me sentindo vazia e sem perspectiva. Fui estudar alemão, aprender a tocar guitarra, fazer aula de dança e segui na costura, agora pensando em fazer algumas roupas novas já que não tinha muito o que me servisse. Eu precisava ocupar o vazio que eu sentia com algo produtivo.

Foi quando eu vi que o que era mais terapêutico disso tudo pra mim era costurar, nutrir as boas relações que o universo craft já estava me trazendo e também estudar alemão como uma forma de estar mais próxima das minhas origens paternas e também de me manter próxima do lugar que roubou meu coração em 2011 (e até hoje sei que um pedaço do meu coração nunca deixou de pertencer à Alemanha, mas naquele momento eu não me sentia capaz de levar o corpo e a alma pra lá de vez).

Então, eu costurava bastante até por já ter uma máquina em casa, aprendia mais, deixava o ateliê com mais cara de ateliê. Foi um ano de contrastes: de muitas tristezas cotidianas e alegrias em alguns momentos, principalmente em viagens para Buenos Aires, Berlin (chorei por um mês direto depois de voltar) e Paris, assim como os shows de música e exposições que eu sempre amei frequentar.

Eu também passei a comprar demais: maquiagens, acessórios, coisas de costura. Roupas eu não conseguia comprar na mesma velocidade, pois meu tamanho que nem era Plus e nem era da grade “regular” não me deixava muitas opções, ao menos das coisas que eu tinha vontade de vestir. Eu tentava preencher o vazio tendo muitas coisas, algumas que nem cheguei a usar. Isso explica, por exemplo, porque eu passei a falar de minimalismo alguns anos depois. Eu já não precisava ter tanta coisa na minha vida, só o que realmente importava.

Por muito tempo evitei falar disso por achar que estaria sendo ingrata a respeito das boas coisas que vivi naquele ano. Hoje entendo que a contrapartida para ter essas alegrias era alta demais. Sei que hoje não aceitaria viver assim: tendo muitos dias ruins em função de esperar por determinados momentos bons. E assim, romantizei tudo, coisa que não faço mais (obrigada, maturidade!).

Eu vivi muitos anos praticamente me desculpando por ser inteligente, culta, comunicativa. Aceitava que eu não podia ter tudo e me desculpava por não ser boa o suficiente. Estava tudo bem não ter uma carreira ou não ter filhos porque tinha tantas outras coisas. Aceitei caber numa caixinha muito menor do que eu merecia. Hoje em dia eu acho que nenhuma caixinha me cabe, rs

Mais para o final do ano, a crise parecia ter sido resolvida. Mas algo no meu coração tinha mudado, sem dúvida. Eu precisava cuidar mais de mim, fazer mais por mim.

A sensação que eu tenho hoje é que, quando eu estive em Brasília para visitar a Vivi Basile e o ateliê que ela tinha na época com a Maila, eu tive um respiro para pensar no que eu queria para mim, sem o ruído da rotina da casa, do casamento e tudo mais, não com a consciência que eu tenho hoje, olhando com o distanciamento proporcionado pelo autoconhecimento e pelo tempo mas, de alguma forma, me senti livre.

Assim como eu voltei de Salvador em abril de 2011 com as minhas primeiras aulas de costura marcadas, voltei de Brasília em março de 2013 decidida a manter meu plano de explorar o universo dos tecidos (não só costurando) e também de iniciar o blog, pois eu queria compartilhar o que eu estava vivendo, os meus questionamentos e, enfim, manter um diário disto tudo.

Dali em diante, o resto é história já contada, rs.

Então, para contar como foi esse um ano e pouquinho, mais fotos!

2012 em fotos (Primeiro semestre)

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

2012 em fotos (Segundo semestre)

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

O início de 2013 em fotos

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

 

Eu resolvi começar o blog também porque a minha produção estava intensa (deu pra ver como eu fiz muita coisa nesse tempo, se comparar com o post de 2011, né?!) e eu me sentia revigorada ao viver cada um desses encontros, ao fazer cada um destes projetos. Não queria que essa história se perdesse e, realmente, o blog cumpriu muito bem esta função até 2018, nos anos em que postei intensamente.

Mas eu acho que logo menos resolvo esse outro período sem registros, me empolguei, rs!

Está gostando de acompanhar esta parte da história que ainda não tinha aparecido por aqui?

Me conta nos comentários!

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Eu já não lembrava mais de cabeça o que eu tinha costurado em 2011. Eu não tinha máquina de costura no começo, então usava a máquina da minha mãe ou costurava durante as aulas. Quando completei 6 meses costurando, a minha mãe me deu a minha primeira máquina (que também foi a primeira máquina dela). Levei a lindinha para uma revisão e pedi para colocar um motor elétrico nela. E assim, essa lindeza segue na minha família há 60 anos!

Eu estava vasculhando meu instagram (estou por lá desde 2010, rs) e vi vários registros deste tempo, com aqueles filtros todos, hahahaha! Fotinhos de fragmentos (muito conceitual a Katia de 10 anos atrás, rs) e de peças prontas.

Resolvi resgatar no meu super mega HD externo, que guarda os backups de 3 computadores inteiros e dos meus celulares. Não dizem que “quem guarda, tem”? Pelo jeito é verdade!

A Gabi Paschoalin perguntou na live de 10 anos qual foi a minha primeira peça e eu achava que era um estojinho com zíper, que acabei fazendo de necessaire para levar maquiagem na bolsa. Eu estava certa, pelo jeito. Naquela época eu andava sempre com uma maquiagem impecável (além dos saltos altíssimos), então precisava ter um kit à mão para eventuais retoques ao longo do dia.

(Tão curioso como eu fui simplificando a vida ao longo do tempo e, consequentemente, desapeguei muito de maquiagem, sabe? Eu ainda me maquio sim, hoje em dia pra gravar vídeos na maioria das vezes, já que a maquiagem meleca a máscara toda, rs. Mas, antes da pandemia, eu já tinha reduzido o kit a apenas levar o batom que eu estivesse usando para repassar e olhe lá).

As costuras do ano de 2011 em fotos

Enfim, achei as fotos originais das costuras de 2011 e vou postar aqui, foi gostoso rever esse tempo!

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Logo menos vou fazer esse mesmo resumo de 2012 até o começo de 2013. De março de 2013 em diante, eu passei a contar tudo em detalhes aqui no blog, então a história está mais do que bem contada!

Feliz por ter me empenhado bastante neste começo, tenho muito carinho por essa época!

E você? Como foi seu começo nas costuras? Me conta nos comentários!

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Meus 10 anos de costuras: uma live para contar a história e comemorar!

Pois é, neste domingo fez 10 anos que eu fiz a minha primeira aula de costura. Parece que foi ontem ao mesmo tempo que parece que faz ainda mais tempo. Este aniversário aconteceu no domingo de Páscoa. Fiquei feliz em ver que as datas coincidiram logo neste ano: em um dia em que se reflete sobre renascimento, lá estava eu comemorando o meu próprio.

Estou feliz por ver que a costura e a escrita foram coisas que ninguém nunca conseguiu tirar de mim, nem eu mesma. Posso até ficar um tempo sem costurar ou sem escrever, mas sei que posso voltar para ambos a qualquer momento. Com estes dois instrumentos, eu conquistei a minha autonomia, a minha liberdade pessoal e a minha independência financeira. Estou orgulhosa de minha trajetória!

Marquei uma live no instagram de véspera mesmo:

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No domingo de manhã, fiz um roteiro para não me perder nos assuntos. Almocei com a minha mãe e meu irmão. Ao voltar pra casa, coloquei uma blusa de seda que costurei faz pouco tempo, me arrumei e peguei uma taça de vinho branco para acompanhar.

Achei legal encontrar um formato para contar como foi o meu começo na costura, já que o blog surgiu dois anos depois e à partir de então a história está contada com mais detalhes. Eu falei que se a Katia de hoje encontrasse a Katia de 10 anos atrás, acho que esta ficaria bem feliz em ver que rumo as coisas tomaram, como ela cresceu e se valeu da própria história com muito carinho para empreender de novo, sem os medos que ela tinha naquela época.

Contei como estava a minha vida nos meses que antecederam tudo, que teve também uma viagem inspiradora a Salvador e como cheguei à minha primeira professora, a Patricia Cardoso.

Enfim, o restante tá lá no vídeo! Eu nem vi o tempo passar! Teve bate papo com quem estava acompanhando, respondi perguntas e recebi sugestões para próximas lives (se quiser deixar alguma sugestão, coloque nos comentários, vou adorar saber!)

 

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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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