Hoje este blog completa 9 anos no ar. Minha casinha própria na internet que guarda meus devaneios e os registros da minha vida craft. Neste período tanta coisa aconteceu, minha vida mudou e mudou e segue mudando. Desta vez sinto que está mudando para muito melhor, finalmente.
Mas o que tenho aqui nunca muda: um espaço seguro onde eu sempre fui eu mesma, aprendendo, errando, acertando. Não tenho conseguido manter os posts com a constância que eu gostaria, mas aqui é o lugar para o qual eu posso voltar sempre. É um porto seguro pra mim, à prova dos algoritmos de redes sociais, uma casa de portas sempre abertas que recebeu e ainda recebe pessoas com afinidades parecidas com as minhas.
Quando comecei a escrever aqui em 2013 sobre as costuras e manualidades que eu estava praticando, não tinha a menor ideia de que a costura viraria meu trabalho através das aulas, não imaginava quanta gente legal eu conheceria através do blog, não sabia que, neste aniversário de 9 anos, já teria 700 posts publicados (588 posts escritos por mim e 112 posts de quando a querida amiga Ana Bondioli colaborou com o blog).
E, escrevendo este post #701, eu olho pra trás e me orgulho muito dessa história toda, me orgulho de ter exercido essa liberdade de ter construído essa morada virtual e cuidado bem dela por esse tempo todo. Em 2022, sou uma mulher livre, feliz, que vive do trabalho com as aulas de costura realizado com amor e dedicação e sigo praticando as manualidades como hobby (aliás, no momento estou fazendo uma blusa de tricô)!
Agora sinto que estou entrando num novo momento. Que preciso contar mais do trabalho e vejo que preciso de um espaço dedicado para isso (olha o spoiler!). Só que, mesmo que uma nova casinha virtual abra as portas em breve para abrigar o conteúdo da Katia pessoa jurídica, este espaço da Katia pessoa física seguirá firme e forte, com novos posts sempre que o tempo permitir e o coração sentir que está na hora.
No dia de hoje me sinto muito grata por tudo o que escrevi, as pessoas que conheci, as conexões de vida e de trabalho que se criaram a partir deste espaço. Quero agradecer a quem sempre acompanhou e também a quem chegou a menos tempo. Obrigada por tornar essa caminhada nem um pouco solitária!
Pois é, mesmo tomando muito cuidado, recentemente tive covid. Eu já estava trabalhando de casa de novo e estava com uma crise de sinusite mas, quando outros sintomas como febre, dor no corpo, dor de garganta e a diarréia apareceram, senti que tinha algo mais acontecendo.
Um dia e pouco depois, já medicada, recebi o resultado do teste e tinha dado positivo. Fiquei meio “bugada” porque não sei ao certo como me contaminei. Mas, enfim, aconteceu.
A minha primeira reação foi: “caramba, depois de dois anos, acabei pegando e eu nem sei como. O jeito agora é seguir isolada, descansar, me cuidar e avisar as pessoas com as quais tive contato recentemente (mesmo as que eu fiquei no mesmo ambiente estando todo mundo de máscara o tempo todo)”
Quando o resultado positivo veio, eu já me sentia um pouco melhor e, provavelmente por isso, não senti medo. Mas a mente voou longe nesses dias de isolamento. Pensei muito sobre estar passando por isso sem ser na época em que Luke precisava ir quase que diariamente ao veterinário ou nos dias em que esteve internado ou mesmo que pude me despedir dele como eu senti que deveria. Se eu tivesse pego covid em dezembro, não imagino como teria sido nesse sentido.
A minha intuição tinha me mandado para a cozinha em um dia inspirado um pouco antes de ficar doente, então a geladeira e o freezer estavam cheios de comida gostosa e prontinha, eu só ia pegando os potinhos e me alimentando bem nos dias de mal estar.
Pensei também em como recebi amor, carinho e cuidado o tempo todo das pessoas que eu amo. Aquela velha história de ter por perto (mesmo que virtualmente) as pessoas que realmente importam mesmo na hora do perrengue. Me senti amada e cuidada o tempo todo e isso realmente me aconchegou.
Lógico que eu pensei também: viva a vacina, que está agindo para que meu corpo não tenha essa doença em sua forma mais grave. Posso ficar isolada em casa, sem precisar de uma internação. #vivaosus
Nesses dias em que eu realmente tive que parar, o sono vinha de um jeito em que eu dormia de 9 a 12 horas por dia (sendo que o meu habitual são umas 7 horas por noite). O post anterior a este, por exemplo, foi escrito ao longo de 3 dias, porque eu não conseguia ficar um período inteiro de uma vez escrevendo, escolhendo imagens e colocando links, etc.
Achei lindo demais acompanhar o processo criativo deles, dos riffs que surgiam ali e dava até um arrepio de pensar “pronto, tá nascendo Get Back”, das músicas que custavam a chegar em suas versões finais e nas músicas que saíam num estalar de dedos.
Eram rapazes de praticamente 30 anos, mais maduros em relação ao tempo em que começaram a banda, atravessando aqueles anos 60 tão intensos culturalmente. Assistindo mais uma vez a parte do show do telhado, chorei de saudade do meu pai como há tempos eu não chorava. Pensava que seria muito legal se ele estivesse aqui para ver também e que o amor pela banda segue por aqui e nasceu através dele.
Também me lembrei da febre de Rock Band que invadiu a minha família uns 10 ou 12 anos atrás, quando eu só sosseguei quando cumpri o jogo dos Beatles inteiro na perfeição, jogando no nível expert. Foi nessa época que me apaixonei por Abbey Road (tenho a foto perfeita atravessando a rua em 2011 com amigas queridas e meu ex que até tirou os sapatos para atravessar descalço como o Paul fez. A emoção de estar ali e poder fazer a foto direitinho me levou às lágrimas no dia).
Me senti grata por todas essas experiências, que se renovaram com esse documentário tão legal de ver para quem gosta de música, para quem curte ver o processo criativo de artistas e também para quem quiser desmistificar as “tretas” em torno do fim dos Beatles. Tinha muito amor ali e eu fiquei feliz de ver.
Aproveitei um outro dia em que estava até disposta e arrumei meu armário. Revi roupas que quero voltar a usar e que ficaram meio esquecidas nos tempos de quarentena, separei roupas pra ajustes também para voltar a usar, fiz uma listinha de algumas compras que pretendo fazer para repor as peças que estão velhinhas de tanto uso. Também me deixou muito satisfeita e com vontade de retomar os tempos em que eu me sentia toda gostosona antes da pandemia. De olhar no espelho e sentir que estou radiante de novo.
No último sábado, já me sentindo muito bem e quase 2 semanas depois dos primeiros sintomas, testei negativo. Que alívio. Sentir que passei por isso sem gravidade, cercada de amor e cuidado, me deixou de ânimo renovado para recomeçar.
Quero um 2022 mais tranquilo, mais focado e muito próspero. Os últimos anos foram de muitas coisas para superar e sinto que esse período do perrengue está no fim. Ou, ao menos, que os perrengues já não me paralisem mais a ponto de eu não conseguir colocar minhas ideias no mundo ou realizar meus sonhos (que ultimamente se renovaram também).
Costurei um bocado da minha manta de hexágonos e agora, oficialmente, ela está na reta final (estou terminando a 11a fileira de 12). Esse projeto de quase 9 anos também faz a minha mente voar longe, pensando em como era a minha vida na época em que a comecei e como está a minha vida agora, sendo que nunca desisti de terminar esse projeto que conta tanto de mim.
Segui dando aulas online nesse período e agora posso voltar a atender presencialmente (mantendo todos os cuidados de sempre). Tenho muitas ideias que quero colocar no mundo e vou me agarrar a isso agora. Quero (e preciso) voltar a costurar muito daqui em diante.
No domingo me senti muito viva ao pedalar com amigas no Minhocão, algumas das pessoas que tenho comigo e que temos cuidado muito umas da outras. Quero manter esse sentimento de vida o tempo todo daqui em diante. Ontem, me dei os presentes que queria ter me dado no meu aniversário, mas que só foi possível fazer agora. Que bom que esse momento chegou.
Eu andei “folheando” o blog para saber onde eu tinha parado de contar as coisas que aconteciam na minha vida craft. Comecei a retrospectiva contando partes que nunca tinham sido mostradas aqui, do que fiz antes do blog nascer. Se você não viu ainda, clique aqui.
Depois do furacão pessoal de 2018, foi difícil manter a constância nos posts. Quase 4 anos depois, consigo voltar a este período tão dolorido pra mim sem que eu fique ressentida (só com saudades do meu pai, mas isso não tem jeito, levarei comigo o resto da vida).
Viagens
As viagens daquele 1o semestre não chegaram a ser contadas aqui, só a do Carnaval no Rio. Fui a Montevideo de novo, fui pra Alemanha e tinha ido para Londres e Paris no fim de 2017. Como os posts de viagem sempre tomavam muito tempo para serem feitos, já que eu sempre coloquei muitos detalhes dos lugares onde fui e também fotos, estes posts ficaram para trás. Hoje em dia, não tenho vontade de escrever sobre estas viagens pois estão muito fora da minha realidade atual, além de terem sido feitas em companhia de alguém que não está mais aqui. Pra mim, não faz sentido retomar estes conteúdos.
Como já tínhamos destaques nos Stories naqueles tempos, vou deixar alguns links aqui, assim dá para pegar algumas informações da minha última viagem para a Alemanha!
Sinto muita saudade de viajar com este olhar craft, espero que eu consiga fazer de novo em breve!
O fim do cabelo rosa
Revendo os posts e também as fotos para preparar este post aqui, não tinha como não notar aquele meu cabelo rosa maravilhoso. Lembro de não querer mais a cor depois de perder o meu pai e depois do que restava do casamento descer ladeira abaixo.
Era lindo mas, hoje em dia, eu vejo que ele era uma forma de pedir socorro ou de pedir para ser notada. Desde 2016 eu me sentia invisível dentro da minha própria casa e o cabelo rosa foi o gesto corajoso ou rebelde para mostrar que algo não ia bem.
Look combinou com o céu!
Tanto que, passado o furacão das perdas, decidi cortar o cabelo curto e permanecer mais loira, sentindo que condizia mais com quem eu era naquele momento. Também condizia com um passado que eu queria deixar pra trás. Hoje em dia, já sinto vontade de mudar o cabelo de novo, rs
Produção craft
2018 foi um ano em que costurei pouco, foram só as almofadas para a sala recém renovada. Acabei bordando mais e fazendo mais tricô também. Eu fiz alguns posts contando aqui e aqui.
Eu também retomei a minha manta de hexágonos, mostrei bastante nos Stories e teve um post com live e tudo aqui.
Eu nem fazia ideia que, em 2021, eu estaria dando aula ensinando a técnica dos hexágonos, que alegria ver esse desenvolvimento!
A volta ao trabalho
Desde outubro de 2018 eu estou dando aulas de costura regularmente e tem sido bom demais dar esse rumo à minha trajetória. Um post sobre o meu curso no Sesc Ipiranga, desse feliz recomeço, está aqui.
Eu achei que tinha coisa pra contar sobre 2018 mas, a trancos e barrancos, eu tinha contado sim. Então este post acaba sendo mesmo um resumão de tudo. Logo menos volto aqui para contar sobre 2019!
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.