Uma manta de crochê para a Regina

O último post que consegui fazer por aqui foi no mês passado, quando o blog completou sete anos. Eu estava empolgadíssima com os resultados que estava conseguindo produzir em relação ao trabalho com as aulas de costura e estava estudando muito (três cursos ao mesmo tempo, além das aulas de sempre de tricô/crochê). Não estava parando em casa e capotava assim que concluía os afazeres domésticos.

 

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Em 2020 eu tenho como meta retomar os estudos. Eu sei que estou bem qdo estou estudando algo que me fascina. Hoje em dia eu me sinto no meu ambiente ideal: trabalhando, passando tempo com as pessoas que amo, com meus cachorros tb. E estudando. Ontem eu fiz a minha nova base de corpo com a @patricia.cardoso__ e estamos fazendo uma nova base de manga (com o eterno desafio de fazer as alterações necessárias para elas caberem nos meus braços gordinhos). Estou também na turma atual dos 44 Escritos da @gowriters e no curso de mulheres e manualidades que a Carla Cristina Garcia está dando por intermédio do @clubedobordado. É bastante coisa? Sim. Minha cabeça tá fervendo por conta disso tudo? Com certeza! Mas essa sensação que eu já não tinha há uns dois anos foi retomada e eu fico muito bem com ela, buscando também relacionar todos esses conhecimentos entre si. Tá sendo puxado, mas tb tá sendo lindo. É uma outra volta para mim mesma que me deixa mto feliz! #costurakatiacostura #escrevekatiaescreve #modelakatiamodela #estudakatiaestuda

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Eu coloquei no post anterior que “andei fazendo uma listinha de assuntos que gostaria que virassem posts, mas tem sido difícil concretizá-la. Procuro não me frustrar com isso, pois tem tanta coisa boa acontecendo fora deste mundo tela-teclado-computador-celular que me falta tempo.”

Nos últimos dias eu resolvi retomar os posts exatamente para mostrar a minha produção na quarentena. Depois eu farei um resumão dos projetos de 2019, quando a vida andava de modo totalmente diferente do que vemos hoje.

“Tudo muda o tempo todo no mundo”

Pois bem, duas semanas depois do post de aniversário, eu entrei em isolamento social. Assim como todo mundo, precisei repensar o meu trabalho, a minha rotina e me manter ativa para não pirar em meio a pandemia. Confesso que não tenho conseguido estudar nem ler por muito tempo. Toda a rede de apoio que eu tinha para manter a casa funcionando e meus doguinhos bem cuidados enquanto eu estava fora está suspensa para manter a saúde de todos. Assim sendo, estou cuidando da casa e dos cachorros 100% sozinha. E tá tudo bem nesse sentido, aliás.

Eu amo tanto a minha casa e também ficar com os meus pequenos que ficar por dias sem sair não é a parte mais difícil. Gosto muito de cozinhar e preparar a minha comida tem sido ótimo há tempos. Eu sinto muita saudade da vida que eu tinha, mas todo mundo que amo tem estado presente mesmo que não estejamos perto por esses tempos.

Eu faço terapia com a Regina há pouco mais de três anos. Fazer terapia é parte muito importante de toda a minha revolução pessoal. Eu me propus a me conhecer e a mexer em cantinhos da minha mente que eu nunca tinha notado antes. Lembro de começar a terapia dizendo “eu tenho uma vida ótima, um bom casamento, uma família maravilhosa e amigos ótimos, mas tem algo que eu não sei explicar e que me puxa pra baixo”. E esta jornada de autoconhecimento começada em 2017 é que me trouxe até aqui. Regina chorou comigo quando perdi o meu pai e me atendeu muitas vezes fora do meu horário semanal durante a depressão e as crises de ansiedade. Também se manteve presente em meus momentos delicados em termos de grana e também no período em que estive sem assistência médica.

Eu estou bem emocionada escrevendo este post, aliás. Regina me lembra sempre o quanto eu sou forte, que o isolamento desta quarentena vai ser fichinha para mim perto do que eu já passei. Ela me faz lembrar sempre do quanto eu sou capaz e, em pleno momento de suspensão do mundo, eu estou adaptando tudo, sonhando e fazendo planos para o futuro. Por mais contraditório que isso pareça, já que tudo parece muito incerto, é o que está me mantendo em pé.

Uma manta de crochê para a Regina

Enfim, o que marcou o início da minha quarentena foi a última sessão presencial de terapia com a Regina. Seguimos com os encontros via Skype. Tem um pouco mais de três anos que faço terapia e, mesmo nos meus piores dias, eu achava força pra sair de casa e ir para o consultório. E eu tinha feito um presente para ela durante os meses de fevereiro e março (antes de tudo mudar) e queria entregar logo, já que eu não sabia quando a veria pessoalmente de novo por conta da pandemia.

Eu fiz uma manta de crochê para presenteá-la como forma de agradecimento por tudo o que ela fez por mim nesses anos. Sempre que posso sigo presenteando as pessoas com algo feito por mim, por colocar amor em cada pontinho, em cada costura. No dia em que entreguei o presente, quebramos o protocolo de não beijar e não abraçar. Aliás, foram os últimos beijos e abraços que dei em alguém. Daquele dia em diante, só Luke e Leia é que ganham meus abraços e beijos, rs.

A manta foi feita em crochê pois eu sou bem mais rápida fazendo crochê do que tricotando. Já que era para ser uma manta grande, era a escolha mais rápida em relação à técnica. A Solange me ensinou nas aulas esse ponto lindo e fácil de fazer. O material é um fio muito macio, com aparência e textura de bouclê, bem fofo e quentinho. E fazer crochê é sempre bom demais.

 

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Ontem eu comecei um projeto bem especial de crochê. Faz tempo que eu não pegava um projeto assim pra fazer. O crochê foi o primeiro craft que aprendi, qdo eu tinha 18 anos e estava nos tempos de cursinho pré vestibular. Só quando volto pro crochê lembro o quanto ele é viciante, hehehe. Ontem eu só parei qdo já estava fechando os olhos de tanto sono. Assim como eu levava o crochê pro cursinho e ficava fazendo durante as aulas (sorte que eu já não me preocupava com o que iam achar, rs), não vejo a hora de pegar meu crochêzinho pra fazer hj no fim do dia. Isso que é amor, que ainda me encanta tanto e que segue por mais de 20 anos firme e forte na minha vida! #crochetakatiacrocheta

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Antes de mostrar a manta pronta (que difícil fotografar peças grandes assim, rs), preciso pontuar que Leia foi parte importante do processo, pedindo colo e deitando em cima em toda a oportunidade que ela teve, hehehe:

E aqui, a manta pronta. Fotografei na minha cama, para dar ideia do tamanho dela aberta (minha cama é queen size. Clique em uma das imagens da galeria para ver em tela cheia!):

Eu usei oito novelos e um pouco do nono novelo do fio Magicpull da Círculo (100% acrílico). A cor é a 8653, que varia entre rosas, um tom de laranja e um mais cereja e usei agulha 4,5mm de crochê. Eu fiquei apaixonada pelo ponto e pelas cores da manta!

Uma almofada para a minha sala

Como eu tinha comprado 10 novelos, peguei o restante para fazer uma almofada para a sala de TV, que reformei no ano passado e que estou decorando aos poucos em tons de rosa e verde, em cima da base cinza das paredes e sofá e dos móveis escuros. O novelo e meio que sobrou não foi suficiente para fazer a almofada, então ela está parada aguardando sobrar material de um outro projeto para concluir. Esse foi o jeito que encontrei de ficar com um pouquinho daquela lindeza para mim, rs!

 

Regina, espero que esta manta te traga aconchego no consultório ou na sua casa, assim como você tem ajudado a me aconchegar comigo mesma desde 2017. Obrigada por tudo, sou muito grata!

Estou feliz por voltar ao blog para mostrar projetos concluídos, oba!

Cachepôs de Crochê!
Look do Dia: Xale de Crochê!
7 Anos de Blog e uma vida toda pela frente!

Foto: Sharon Eve Smith (como sempre, rs)

 

Hoje este meu querido blog completa 7 anos. E eu completo neste mesmo dia um ano de um novo estado civil. Dessas coincidências que não devem ser coincidências coisa nenhuma, hehehe. Eu me ligo muito nisso dos ciclos e datas e acho interessante que hoje seja uma data em que comecei um ciclo tão importante e em que encerrei outro também. Além disso, também é aniversário de duas pessoas muito queridas (beijos para Izabelle Nossa e Andrea Risério!) Falando no blog, tanta coisa aconteceu na minha vida desde 2013 e tanta coisa está registrada aqui!

Eu sinto muita falta de fazer novos posts, por mais que as redes sociais tenham tomado conta de nossas rotinas digitais. Vez ou outra eu me pego pesquisando um post daqui do blog para ilustrar uma conversa sobre costuras e manualidades, para deixar como referência para alguma de minhas alunas ou para dar dicas para alguém que está para viajar para algum destino que já visitei com um olhar craft.

Em 2018 eu me tornei só dor e perda. Paralisei mesmo, até conseguir processar tudo minimamente. Eu morri um tanto naquele tempo. Em 2019 eu me vi sobrevivente e também uma máquina de resolver problemas e pendências. Apesar de passar a desfrutar de uma liberdade que eu nunca tinha vivido antes, o coração ainda estava meio endurecido. Agora em 2020 eu prometi a mim mesma voltar a desenvolver a vida em vários aspectos, voltar a sonhar e voltar a agir mais com o coração. Ultimamente eu sinto que resgatei muito de mim que parecia estar adormecido ou perdido.

Relendo posts antigos, eu vejo uma Katia que enxergava beleza em cada detalhe, de maneira até ingênua. Nunca vou desmerecer esse período em que abri mão de muitas coisas (como a independência financeira) mas que conquistei muitas outras, como poder aprender a costurar e me aperfeiçoar bastante. Também tive tempo e espaço para desenvolver a escrita, que sempre foi fundamental para mim.

Eu andei fazendo uma listinha de assuntos que gostaria que virassem posts, mas tem sido difícil concretizá-la. Procuro não me frustrar com isso, pois tem tanta coisa boa acontecendo fora deste mundo tela-teclado-computador-celular que me falta tempo.

Atualmente tenho estado tão ocupada neste meu voo solo a ponto de chegar em casa, deixar tudo em ordem para o dia seguinte e não conseguir assistir um episódio de série sem dormir antes que ele acabe. Um cansaço físico que há muitos anos eu não tinha e que me deixa bem feliz porque estou correndo atrás de muita coisa que há 7 anos atrás eu nem sabia que eu queria tanto e que agora só depende de mim realizar e conquistar por mais puxado que seja. A Katia de 40 anos de idade vê beleza nos detalhes sim, mas com um olhar bem mais maduro e consciente do que a Katia que começou este blog aos 33.

De qualquer maneira, sigo fazendo a lista do que quero postar por aqui em algum momento. Talvez eu o faça através de posts-resumões dos tricôs de 2019, costuras de 2019 e assim por diante. Vai ver que o acúmulo dos assuntos é que me deixam tão perdida.

Enfim, deixo aqui uma mensagem de carinho para todo mundo que conheci através do blog, das costuras e de todas as manualidades que me aventurei a aprender nestes anos todos. Sigo feliz neste caminho, olhando tudo de uma nova forma, ainda amorosa e gratificante.

Muito obrigada!

(Em breve eu coloco o assunto em dia, prometo!)

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Como foi o Encontrinho do Blog!
A volta às costuras depois de um ano

No dia 11/03 este amado blog completou mais um ano no ar. Há pouco mais de 6 anos eu erguia essa casinha virtual, à prova de algoritmos de redes sociais e afins. Tá aqui, sempre com as portas abertas para quem quiser entrar. Eu comecei este post em março por conta do aniversário do blog e parei várias vezes por diversas razões. Assim como nesse último ano eu não consegui postar com frequência, eu também não consegui costurar até abril. 

Não conseguir exercitar estas duas coisas é algo bem difícil para mim, pois fazem parte do meu propósito no mundo. Através da costura e da escrita eu me encontrei comigo mesma, comecei a trilhar um novo caminho na vida. Mas quando a vida estava muito turbulenta, não tinha forças nem inspiração para nenhuma delas.

No meu aniversário eu voltei a escrever. Foi o melhor presente que eu poderia me dar, além das múltiplas comemorações (sagitariana festeira sempre, rs). Meu ateliê esteve soterrado de bagunça, de documentos de inventário e de divórcio nesse período todo, não dava o menor ânimo de entrar nele e tentar costurar algo, logo eu que sempre fazia uma peça nova como presente pra mim mesma, mas já era um bom recomeço voltar a escrever.

As últimas coisas que eu tinha costurado foram as novas capas de almofada – para arrematar com algo feito por mim – para a sala então recém reformada em março de 2018. Até hoje é um cômodo que gosto demais na minha casa, onde leio, relaxo, brinco com meus cachorros, recebo minha família e amigos, decoro com flores, ouço meus discos de vinil.

Desde fevereiro eu voltei a dar aulas com regularidade, seguindo a retomada que tive com as aulas no Sesc Ipiranga no final do ano passado. Uma pequena parte do meu ateliê foi encaixotada e seguiu rumo para o Atelier Bouquet (depois preciso contar sobre ele com mais detalhes). A vontade de costurar voltou.

Baby Steps

Recomecei com coisas muito simples. Uma nova calça jeans que precisava de barra (eu já disse que AMO fazer barra? É sério!). Como o ateliê em casa estava (e ainda está) muito bagunçado e eu precisava de ajuda para marcar a altura correta deste ajuste, peguei a minha máquina, a calça e fui para a casa da minha mãe.

Com a máquina de costura na cozinha da casa onde nasci e cresci, fiz minhas costuras. Simples, mas que encheram meu coração. Para acompanhar, um café da tarde com bolinhos de chuva e leite com nescau. Eu estava de volta, finalmente. Lembro de contar essa passagem para a minha psicóloga na terapia poucos dias depois e chorar de emoção.

No mesmo dia eu consertei meu macacão jeans velho de guerra que tinha descosturado na parte trás, de onde saem as alças. Eu forcei muito esta costura quando usei o macacão numa fase em que ele estava muito apertado. Foi fácil de resolver depois de eu e a minha mãe irmos juntas num armarinho próximo comprar linha de pesponto.

De volta às origens

Dali em diante, outras costuras vieram. Algumas a trabalho e outras para mim. Aquele bloqueio finalmente ficou pra trás. Hoje em dia não tenho tanto tempo para costurar para mim como eu tinha antes, já que eu agora cuido da casa e dos cachorros sozinha, além de ter voltado a trabalhar parte do tempo fora. E tá tudo bem ser assim. Eu tive muito tempo para praticar livremente e sou grata por essa fase, agora a costura também é meu trabalho. Então, se eu estou ensinando e não estou costurando para mim, estou feliz da mesma forma.

Tenho uma pilha enorme de consertos e ajustes para fazer, continuo precisando de calças (um gargalo eterno, hahaha!). Aos poucos eu vou dar conta disso. Tinha várias ideias para um #armariohandmade de inverno, mas já estamos praticamente na metade de agosto, então eu acho que vou deixá-las para o ano que vem. Mesmo assim, nesta 2a feira eu comecei a fazer um casaco forrado com a Patricia Cardoso e estou muito animada de voltar a fazer aulas com ela, que me ensinou a costurar em 2011 e que também me fez ficar apaixonada por esse mundo da costura. Como a gente falou nesta primeira aula do casaco, provavelmente a nossa relação com a costura é a mais estável e durável que temos, hahaha!

#escrevekatiaescreve

Eu tenho muito assunto para colocar em dia por aqui, não sei como vou organizar mais de meio ano sem posts. Eu ando postando meus textões no instagram enquanto isso, rs. Segue #escrevekatiaescreve que você terá uma boa ideia de como a vida segue por aqui. Um dos posts que mais mexeu comigo foi este aqui:

 

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Sobre recuperar a minha identidade: semana passada comecei a trocar meus documentos. Fui lindona no Poupatempo e saí sorrindo nas fotos (só no TRE que não podia, rs). Não via a hora de pegar esses documentos. Os anteriores não eram mais meus. O nome que estava em cada um deles não era mais meu. Recuperar o sobrenome escolhido pelos meus pais me deu uma sensação de volta pra casa, pros valores que eles me passaram, pra força que todos nós temos. O nome que eu carreguei por alguns anos não me pertence mais, é de uma família que não é mais a minha, é de uma pessoa que me fez bem por um tempo, até que não o fez mais. Mas a Katia F deixou um legado para a Katia da Silva e eu vou honrá-lo com muito carinho: a Katia F aprendeu a costurar e a Katia da Silva transformou em profissão com muito amor e propósito, a Katia F aprendeu e se percebeu feminista e a Katia da Silva segue firme no propósito de que as mulheres precisam parar de se ferrar nesse mundo machista, racista e patriarcal, a Katia F deixou para a Katia da Silva condições de ser uma mulher independente e livre. Voltar a assinar o meu nome de nascimento (e nunca mais trocar de novo) está sendo lindo! #escrevekatiaescreve

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Enfim, é isso. Estou de volta à escrita e às costuras. O coração está mais tranquilo, a mente está cheia de planos e as mãos seguem ocupadas. Obrigada por me acompanhar nessa caminhada!

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Como é o meu vestir em 2023
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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