Look do Dia: Blusa de tricô rendado!

Eu comecei a fazer essa blusa em fevereiro do ano passado. Eu estava em uma fase ótima em que, como eu disse nos posts anteriores, eu queria me vestir “pra causar” e finalmente eu estava muito confortável com isso.

Eu sempre fui meio resistente a usar roupas transparentes. A cisma com o peito pequeno ou com as gordurinhas que acabariam aparecendo faziam com que eu usasse pouco. Mas a Katia de 2018 em diante, diante de toda uma redescoberta do próprio corpo – de que tá tudo bem com ele do jeitinho que ele é – e das novas vontades, desencanou de tudo isso e passou a adorar uma transparência sim.

Eu tenho uma camisa transparente linda, de muitos anos, que eu tinha vergonha de usar. Hoje não mais. E, quando eu e a Evlyn pensamos nas transparências que eu poderia usar, buscamos experimentar também caminhos menos óbvios: tricôs de tramas abertas ou então recortes transparentes em algumas peças. Eu entendi também que um decote nas costas me agrada bem mais do que um decote na frente da peça. Aí, juntei tudo isso e resolvi tricotar uma peça de algodão.

Uma blusa de tricô rendado

Além de resolver fazer uma blusa que juntasse todas estas minhas vontades, eu também queria fazer mais blusas fresquinhas. Porque fiz muitos tricôs quentinhos ao longo dos anos e creio que tenho o suficiente (lembrando que fiz duas blusas novas nessa quarentena, posts aqui e aqui). As blusas quentinhas acabam sendo usadas em pequena parte do ano enquanto as mais fresquinhas acabam tendo mais uso ao longo do ano. Eu percebi isso ao ver o quanto eu uso uma primeira blusa de algodão que tricotei em 2017 (e que uso ainda mais de 2018 pra cá).

Comecei esse tricô em fevereiro do ano passado, super no pique de me vestir “pra causar” e terminei em julho. Bem no ritmo que eu sempre fiz meus tricôs. Nesse tempo aconteceu muita coisa na minha vida e eu aceitei que era assim que meus projetos continuariam a ser feitos: sem pressa. Eu tinha que prestar bastante atenção a cada carreira para não bagunçar o desenho (isso aconteceu algumas vezes, rs), mas chegou uma hora que eu já praticamente tinha decorado a sequência e foi muito gostoso aprender um ponto rendado.

A blusa tem mangas japonesas e um decotão nas costas. Era exatamente o que eu queria, hahahaha! O fio de algodão bem macio faz com que a blusa seja uma delícia de usar e também ajuda muito a ressaltar o ponto rendado.

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Eu usei duas meadas inteiras e um pouco da terceira do fio Multicabo (100% algodão, da Eurofil – Argentina) na cor 5044 (Natural/Cru) e agulhas 5,5mm de tricô. Para não enrolar a parte de baixo da blusa, fiz um acabamento em ponto baixo com agulha 3,5mm de crochê. O projeto é da Novelaria e foi adaptado às minhas medidas e minhas preferências (como a escolha do fio e também o decotão das costas, rs). Comecei fazendo com a professora Leonor e terminei com a professora Solange (a minha professora de anos, que passou uns meses fora naqueles tempos).

Blusa fazendo sucesso desde 2019

A estreia oficial da blusa foi assim que terminei a peça, em mais uma das reuniões da Craft Gang (que saudade!). Vivi Basile querida fotografou pra mim, mas ficou tudo aqui parado nos tempos de limbos de posts. Vou postar agora pois… saudades de estrear peça nova nos encontros com as amigas!

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Mas a aparição mais caprichada desta blusa foi em agosto, quando fiz novas fotos com a Sharon, minha fotógrafa preferida no mundo! Assim como em outros momentos da minha vida, queria muito ter um registro deste momento novo, em que a família é composta por mim, Luke e Leia e que eu estou feliz com tudo o que estou construindo!

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

E, já que eu falei tanto de look “pra causar” pré pandemia, aqui vai um deles!

Look do Dia: Aula de costura e degustação de vinho!

Eu uso muito esta blusa desde que eu a terminei, até mesmo agora na quarentena! Colocando a blusa com um belo top por baixo, funciona bem com qualquer parte de baixo que eu tenho! Então, no meu movimento de voltar a me arrumar em tempos de quarentena, essa blusa continuou entrando nos meus looks. Neste dia, dei aula pela manhã, continuei a trabalhar à tarde nos meus projetos e à noite tinha encontro da Castália – Mulheres do Vinho.

Sim, resolvi aprender mais sobre vinhos nessa quarentena! Eu tomo vinho todo dia há anos, mas me prendi aos rótulos de sempre e vi aí uma oportunidade de aprender algo novo relacionado ao que já gosto muito! Os encontros virtuais semanais estão sendo maravilhosos: conheci pessoas novas, uvas novas, identificar sabores e aromas, ver o que gosto ou não gosto… É um respiro que eu tenho atualmente, estou adorando! É a parte da semana em que eu me desligo do mundo craft um pouco e também da rotina da casa!

Blusa de tricô rendado: Fio Multicabo – 100% algodão – da Eurofil (Argentina), na cor 5044 (Natural/cru). Tecida com agulhas 5,5mm e acabamentos em crochê com agulha 3,5mm. Receita ensinada pelas professoras Leonor e Solange durante as aulas na Novelaria.
Top de renda: Loungerie
Pantacourt de Malha: molde da pantalona da revista Burda Portuguesa de 02/2012, tecido ponto Roma da Tissus Reine (Paris). Primeira aparição da pantalona aqui. Post da transformação da pantalona em pantacourt aqui
Colar: Feixe Acessórios

Este é um dos tricôs mais acertados que já fiz! Sensação de missão cumprida com muito sucesso!

Como é o meu vestir em 2023
10 anos de blog – O que vem depois?
Look do Dia: a estreia oficial de um vestido feito em 2015!

Nesses tempos de reclusão, assisti um documentário sobre os Beastie Boys no Apple TV+. Era uma noite de sábado, eu tinha feito uma baita faxina em casa na véspera e me dei o dia para descansar. Me empolguei com o documentário e com as músicas e acabei bebendo mais vinho do que deveria (o que me fez passar mal de madrugada e amargar uma baita ressaca no dia seguinte, remediada pelo café da manhã gigante que eu pedi no delivery da padaria, rs).

Nesse tempinho, ouvindo música e conhecendo mais sobre uma banda que adoro, me passou pela cabeça que esse meu encantamento pelo mundo musical mesmo que eu não saiba tocar nada tenha mais a ver com o fato de muitas histórias serem de pessoas comuns e que se encontraram nas suas artes. E através delas, ganharam o mundo com todo tipo de coisa que vem junto (boas e ruins). Eu sigo fascinada.

E aí que eu estava nesse momento bêbado-emotivo e comecei a ter as minhas epifanias, hahahaha. Uma delas é que eu queria postar no blog roupas que nunca apareceram aqui, seja porque lá atrás não tinha post específico para isso ou porque a peça foi feita no meu “limbo de posts” de 2018 até três meses atrás.

O plano é resgatar essas peças e dar a devida “estreia” para elas, em plena quarentena mesmo. Assim, eu tiraria o atraso em relação ao conteúdo. Eu já tinha feito isso com a mula sem cabeça em tricô, na Páscoa, mas não foi nada planejado, rs. Já me vi então com o vestido de paetês em casa mesmo que costurei para o último Reveillón, até porque sabe-se lá quando terei oportunidade de usá-lo na rua de novo.

Enfim, um vestido que logo veio à cabeça para começar foi este bicolor que costurei em 2015. Achar algo sobre ele em meio a tantos posts levou um tempinho, mas achei, tá aqui.

Um vestido que ficou guardado por anos

Eu lembro que este vestido surgiu de um projeto que eu e a Tati da Fonfinfan resolvemos encarar juntas em 2015 para testar um método de modelagem que ela tinha comprado o material. Como temos corpos e alturas bem diferentes uma da outra, seria uma boa oportunidade para testar se o método funcionava mesmo. Combinamos de fazer um mesmo vestido, de modelagem bem bonita com detalhes que gostei muito na época: corte princesa, bolsos que eram formados pelas laterais deste mesmo corte princesa, mangas curtas e comprimento no joelho.

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Na época eu já notava que precisava rebaixar um pouco os decotes de alguns moldes pois acabavam me “enforcando”. Ao fazer isso, desprezei o molde do revel e fiquei com preguiça de fazer outro (aff, coisa tão fácil de resolver, rs). Fiz o acabamento do decote com um viés bem bonito, mas que hoje acho que não combina taaaaanto assim com o modelo. Não colocar revel também deixou o decote meio molengo, coisa que hoje eu não gosto também. Mas são 5 anos a mais de experiência para poder tirar essas conclusões. Na época eu não tinha essa noção e a execução da peça está bem boa!

As mangas têm um franzidinho de leve e hoje eu também não deixaria assim. Ou seja, eliminaria esses pequenos detalhes românticos, que não combinam mais comigo e que eu acho que não combinam com o modelo também.

Amo os bolsos do vestido, mas hoje em dia eu teria feito mais fundos, para ficarem mais funcionais. Por exemplo, consegui colocar a chave do carro no bolso, já o celular não.

Até hoje amo a combinação dos tecidos de cores coordenadas (comprados juntos em tempos de composês para Patchwork).

(Gente, como eu estou sendo crítica! Hahaha! Sim, se fosse hoje o vestido seria feito com essas modificações, mas eu gosto dele como está, viu?)

Por que ficou guardado?

Em 2015, o vestido foi usado uma vez só. Ficou certinho (praticamente justo) no quadril. Lembro que essa foi minha crítica ao tal método na época (não lembro o nome do método de jeito nenhum, rs). Aí era só sentar e levantar uma vez que começava aquela história de ficar puxando o vestido pra baixo, além de amassar muito por ser de tricoline. Hoje em dia eu teria feito em algum tecido estruturado, mas que não amarrotasse tanto. Meu ex marido até chegou a fotografar um look do dia na época só que, por conta dos amassados que eu contei, não usei as fotos.

Depois eu engordei um tanto e o vestido não serviu mais. Ficou esquecido até o final de 2017, quando eu fiz a consultoria de estilo. Por conta da cor e da modelagem terem potencial de eu voltar a usar, ficou numa gaveta com mais peças que poderiam voltar para o armário como aquele meu macacão preto estampado.

No final de 2018, fiz um update da consultoria com a Evlyn Pires (beijo, amiga!), que tinha acompanhado a Cris na primeira consultoria. Ela já conhecia bem meu armário e tudo mais. Algumas poucas e boas compras, uma nova revitalização e o resgate das peças que eu já tinha para poder montar novos looks que fizessem sentido para mim dali em diante.

Eu tinha emagrecido bastante e o vestido serviu de novo. Na montagem de looks eu já fiquei muito feliz em vê-lo como uma nova possibilidade no meu armário. É a mesma sensação de ter feito ou comprado uma roupa novinha em folha!

Lembro que, pouco tempo depois, no começo de 2019, usei o vestido numa reunião da Craft Gang com a participação da Vivi Basile e antes da Cris Akemi ir para o Japão. A Vivi até fotografou o look para mim nesse dia, mas eu tinha derrubado chocolate no vestido e estava difícil disfarçar, hahaha.

Look do Dia

Sei lá porque, mas o vestido ficou guardado de novo durante 2019. Se bobear, eu estava sendo cri-cri a respeito das coisas que mencionei mais acima e deixando de lado que o conjunto da obra é muito bom. Ao dar aquela geral no fim do ano, na virada para 2020, eu quis mantê-lo no armário. E agora ele saiu pra passear em meio a pandemia. Fui à terapia (sim, teve mais uma sessão presencial depois daquela que contei aqui. Agora sigo de novo com o atendimento online). Eu precisava resgatar a vontade de me cuidar de novo, de me arrumar. Nesse dia eu me maquiei e, mesmo usando máscara, por baixo dela eu estava de batom vermelho.

De lá, fui ao supermercado e ao posto de gasolina. Eu faço isso, de sair para fazer o máximo possível de uma vez só na rua e depois ficar em casa até não poder mais (ou seja, quando a geladeira fica vazia de novo).

Passei a usar batom pra dar aula online, para participar de reuniões por chamada de vídeo. Foi incrível essa mudança. Porque eu estou me arrumando de novo para mim, já que moro sozinha e o máximo de interação que tenho hoje em dia é a virtual mesmo.

look-vestidobicolor3-769x1024-4598329

Vestido de tricoline: tecidos Cris Mazzer.
Colar de cobre e linha: comprado na Alemanha (2018).
Tênis: Nike.
Máscara de tecido: feita por mim, com molde e tutorial da Patricia Cardoso.

Um adendo: o tecido do corpo do vestido deve ter sido todo utilizado na época, pois não tenho mais dele aqui. Já o tecido das laterais/bolsos eu tinha um tanto e ele foi todo transformado em máscaras de tecido. Confesso que não quis sair combinandinho no dia e acabei usando uma outra máscara, como dá pra ver na foto aí em cima, rs.

Dentro do que é possível para o momento, sigo comemorando estas pequenas conquistas!

Um novo armário handmade para uma nova fase
Como é o meu vestir em 2023
Como foi o Me Made May 2020 (#mmmay20)

Acabou o mês de maio. Eu ando tão perdida em relação a passagem dos dias que, quando maio chegou, nem lembrei do Me Made May. Nos outros anos eu aguardava ansiosamente e planejava como eu queria participar ou o que eu queria mostrar. Neste ano, fui lembrada pela Jaini Manoela (leitora do blog há tempos) que me marcou numa postagem dela.

Teve dia em que registrei looks inteiros, teve dia que foi na base da selfie mesmo. Eu fiquei pintando a cozinha da minha casa por uma semana (hahaha, falta de prática que chama, né?!) e aí as roupas eram as velhinhas manchadas de tinta mesmo, fora os dias de faxina e afins, que eu não tinha nada para registrar…

Enfim, foi um mês estranho. Fiquei muito mal na época do dia das mães, a ponto do alarme da depressão soar novamente. Eu contei sobre isso neste post. Depois fui melhorando. Cheguei ao final do mês cansada dessa quarentena, sentindo falta demais de contato físico e muito imersa na rotina da casa e do trabalho (equilibrando os pratinhos para dar conta de tudo e aceitando que estou fazendo o melhor que posso).

Depois da fase de baixa, fiquei com vontade de me arrumar de novo e de aparecer nos posts. Hoje em dia eu tenho um lugarzinho iluminado para fazer as fotos e já deixo um tripé armado na altura e distância certas para fotografar. Tem sido bom!

No ano passado, lembro de fazer muitas fotos no espelho do meu quarto. Mas a foto sempre ficava um pouco distorcida, além de ser um cantinho meio apertado, que me limitava um pouco. Quando eu estava fora de casa, pedia para alguém fotografar para mim para variar as fotos um pouco. Agora, enfim, não tem variação. Ou é selfie ou é o fundo cinza com a estante ao lado. E tá tudo bem. Um ano depois, me sinto bem mais à vontade para fazer os registros sozinha.

Como não teve post aqui no blog sobre o Me Made May do ano passado, aqui vai o link para você ver meus registros lá no insta: #katiamademay19

Estilo quarentener

Tem dois fatores que eu consigo ponderar aqui: em 2019 eu não parava em casa (trabalho, projetos, encontros e dates). As roupas acompanhavam isso, precisavam estar de acordo para dar aula, mas depois estar bela para um date no fim do dia. Fora que eu estava me sentindo muito bem na minha própria pele e me vestindo “pra causar”, hahaha.

Eu ainda me sinto super bem na minha própria pele mas, ficando mais de dois meses sozinha em casa, a vontade de “causar” foi diminuindo. Privilegiei o conforto mesmo. Roupas quentinhas para o fim de outono frio para me fazer não andar só de pijama foram o foco.

A vontade de “causar” apareceu mais pro fim de maio, mas com planos de concretizar em junho então não entrou no desafio deste ano (ou seja, aguarde e confie, rs).

Uma das coisas que mais mexeu comigo foi ver o meu cabelo passando os ombros e eu não me vejo mais de cabelos compridos. E eu tenho uma tatuagem recente nas costas que foi feita exatamente para aparecer porque o cabelo não tamparia. Agora o cabelo está maior contra a minha vontade e a tatuagem anda na maioria do tempo escondida (aliás, essa tatuagem tem uma história muito boa pra ser contada mais adiante). E eu nunca tatuei tanto em tão pouco tempo: 4 tatuagens novas em menos de um ano!

A sensação das tatuagens novas era que eu estava realmente no comando do que acontecia com o meu corpo, finalmente. Eu estava me sentindo maravilhosa como nunca há um ano atrás. E agora, em quarentena, isso ficou em segundo plano (porque eu continuo achando tudo igual, só estou reclusa mesmo).

Looks de 2020

Os meus registros, como sempre, estão no meu Instagram, no #katiamademay20 (já me segue? É o @katialinden!) e eu reuni tudo em um destaque dos Stories também. Maio terminou de um jeito tão pesado que eu me peguei pensando em como fazer um post desses em tempos de desgoverno, de falta de apoio à democracia, de uma pandemia que parece não ter fim aqui no Brasil… Na verdade, os posts continuarão existindo pois, apesar de apreensiva e revoltada, é no universo craft que sempre encontrei refúgio, uma forma rebelde (e anti-capitalista) de me posicionar.

(Clique em uma das fotos da galeria para ver em tela cheia!)

Armário Handmade todo dia – autoconhecimento e amor próprio!
Me Made May 2017 (#mmmay17): o final
Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
Sobre o Blog ⟩
Newsletter

Assine a minha newsletter e receba novidades exclusivas por e-mail!

Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres.
Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres.
Email inválido.
Insira apenas letras e espaços. Min. 2 caracteres. (Obrigatório!)
keyboard_arrow_right
close
Um manifesto para 2022
Vencendo a minha maior resistência: vender!