Como entendi o Minimalismo através dos meus óculos coloridos

Eu demorei um tempão para preparar este post. Quer dizer, eu escrevi este texto de uma vez só nessa semana mesmo, mas o tema do minimalismo é que não saía da minha cabeça desde julho de 2017, quando eu fiz a formação em consultoria de estilo. Faz tempo que eu queria falar sobre isso aqui.

Talvez você pense: “como é que uma pessoa de cabelo rosa, batom e óculos coloridos quer falar sobre minimalismo?”. Eu te entendo! De fato, eu não sou uma pessoa de estética minimalista. Acho lindo quando vejo nas outras pessoas, ainda mais quando combina com elas, mas eu não consigo ser assim. E tá tudo bem, né?!

Mas um acontecimento no ano passado me fez entender o minimalismo como estilo de vida.

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Foto: Sharon Eve Smith

Os meus óculos amados

Na semana do curso de formação em consultoria, uma coisa muito chata aconteceu: a minha cachorrinha Leia comeu os meus óculos de grau. Quebrou em algumas partes e mastigou tudinho. Sim, aqueles óculos lindos e coloridos que me ajudam a enxergar há quase 5 anos. Depois de ter certeza de que ela não tinha engolido nenhum pedaço, eu chorei, confesso.

Eu não sou de chorar por coisas, já tive um carro bem estragado num acidente e meu choro foi de alívio por estar viva e sem um arranhão. E nem foi na hora do acidente. Mas o danadinho do par de óculos tem história desde a compra em 2013 em uma ótica de Berlin (post sobre essa viagem aqui) que só vendia óculos vintage e me acompanhou firme e forte nas minhas mudanças de cabelo, na evolução do meu estilo. Olha só:

OBS: Um viva ao Google Photos que me ajudou nessa retrospectiva!

Meus óculos coloridos e nada básicos são a minha “maquiagem postiça”, como costumo brincar. No dia a dia, eu passo no máximo um batonzinho, coloco os óculos e já me sinto linda para viver minha vida. Estes óculos mostram muito sobre mim, sobre a vida criativa, colorida e leve que procuro levar.

Na época do incidente com a cachorrinha (em julho de 2017) eu fiquei tão chateada que coloquei os destroços dos óculos num saquinho e guardei longe do meu olhar no fundo do armário. Mas eu não tinha desistido deles. Dias depois, comecei a buscar uma forma de consertá-los ou mesmo de fazer uma réplica deles. Foi aí que achei o Wilton, da Ótica Imagine, no centro de SP.

Ele disse que os meus óculos eram um dos piores que ele já tinha pego para consertar. Disse que queria tentar consertar antes de tentar fazer uma réplica deles (ele faz armações personalizadas, mas me adiantou que não ficaria igual à armação que eu tinha por algumas razões ligadas ao método de fazer essa armação personalizada).

Para quem já tinha dado os óculos como perdidos, resolvi tentar. Isso foi em agosto. Já tinha voltado a usar um dos meus óculos que eu não amava tanto só nas horas mais críticas, pois não me sentia tão bonita com eles.

Em setembro, depois de falar com o Wilson algumas vezes, sempre muito atencioso, ele me manda uma foto, os óculos estavam consertados!

Documentário sobre Minimalismo

E essa foto acima, dos óculos em vias de voltar inteiros para mim, chegou numa mensagem enquanto eu assistia na Netflix o documentário Minimalism: A Documentary About the Important Things” (traduzindo… Minimalismo: Um Documentário Sobre as Coisas Importantes).

Fonte: Site Netflix

Tem muita coisa que fez sentido para mim, mas essa frase que Josh disse me fez entender tudo:

Eu percebi que eu não precisava de outros (ou de vários) óculos de grau, eu precisava só dos meus óculos que eu amo! E aí eu vi que valia mesmo a pena ter consertado. Eu não precisava de uma armação nova.

Desde então, entendido o conceito, eu fui levando para outros aspectos da minha vida. Depois da consultoria de estilo que fiz, só tenho roupas, calçados e acessórios que eu amo.

Por isso não costuro mais para mim com tanta frequência como em alguns momentos do passado. Tem sido ótimo fazer presentes, por exemplo. Mantenho as mãos ocupadas, presenteio com algo feito com amor e não acumulo esses feitos só para mim. Consigo ir ao shopping, a uma rua de compras, uma loja de tecidos ou um armarinho sem comprar nada que eu não esteja precisando.

E, quando eu realmente desejo algo, me dou um tempo (geralmente de alguns dias) para ver se eu não esqueço mesmo. Se eu tenho certeza que eu vou amar aquele item e vou usar muito, aí eu compro (ou faço, se for o caso). E, para este item novo entrar no armário, algum que não tiver esse mesmo potencial de amor e de uso tem que sair para dar lugar.

Uma reflexão interessante que eu fiz após assistir o documentário foi que o minimalismo se fez necessário na vida de um tanto de pessoas após elas experimentarem o consumo e aí verem que não são felizes só pelas posses que acumularam. Quem não tem oportunidade de consumir avidamente normalmente não tem opção de não ser minimalista, pois as prioridades mais básicas falam primeiro.

Eu fui criada com muito menos do que tenho hoje (graças a Deus nunca faltou nada essencial para a minha família, mas em vários momentos o aperto financeiro aconteceu) e acredito que por isso eu tive uma fase “vida loka” de consumo quando pude e depois fui voltando atrás. Já joguei muito cosmético fora por não dar conta de usar, já passei adiante roupas novas e ainda com etiqueta da loja, tenho tecidos da época que comecei a costurar que nunca usei (e que hoje em dia estou procurando dar um bom destino).

Consumindo melhor

Entendo que não tem nada errado em consumir. Só que hoje em dia compro bem menos e compro melhor. Em tudo na vida. Do supermercado para abastecer a casa ao material do ateliê, passando pelas viagens e cursos que amo fazer.

Ficou mais fácil cuidar de tudo, pois não é preciso ter coisas demais para viver bem. E quanto mais coisas temos, mais trabalho vai dar para cuidar delas. Passei a pensar melhor para onde vai o dindin e o que preciso priorizar.

Se eu tenho uma calça jeans que me serve, não preciso de outra. Se tenho um bom tênis branco, não preciso de mais um. Se comprei um bom tecido para fazer uma blusa que vai casar bem com o que eu tenho no armário, não preciso sair da loja com outro tecido além dele. Não preciso de mais batons se já tenho alguns que gosto e uso bastante. Não preciso trocar de carro se a ideia é não ter mais carro em um futuro próximo. Preciso cuidar e fazer bom uso do que tenho.

Vi que as minhas escolhas recentes, inclusive profissionais, têm tudo a ver com isso. Por exemplo, ser consultora de estilo possibilita que eu leve esse estilo de vida para as outras pessoas, para que elas se vistam só com o que elas amem e sem ter que comprar tudo novo.

Essas escolhas também me deixam livre para colecionar boas lembranças da vida que levo e das pessoas ao meu redor, sem necessariamente acumular coisas que não amo ou não preciso.

Sim, meus óculos coloridos, vintage dos anos 80 e nada minimalistas na estética me ajudaram a entender o minimalismo como estilo de vida. Recomendo o documentário e também a reflexão! Se quiser comentar sobre o tema, vamos conversar nos comentários!

Minha consultoria de Estilo: a (r)evolução do meu vestir!
Documentário “The True Cost” e uma reflexão sobre o consumismo craft.
Viagem Craft: Montevideo (versão 2017)

Aiaiaiai, preciso confessar que este post está nos meus rascunhos desde agosto, acredita?! Fui passando outros posts na frente e quando fui ver… ele já tinha virado o calendário de 2017 para 2018 por lá. Fazer posts de viagem são dos mais legais para mim, pois acabo revendo bons momentos e selecionando o melhor para colocar aqui. Mas, exatamente por isso, eles são mais demorados para fazer, aí de vez em quando demoram um pouco para aparecerem no blog.

Resolvi que tinha que tirar do rascunho de uma vez por todas até porque tem muita gente de férias agora em janeiro, vai que as informações deste post chegam em tempo para alguém que estiver indo para Montevideo?

Repeteco que vale a pena

Esse não é o primeiro post sobre a cidade, temos mais alguns publicados por mim e pela Ana (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui, ufa!). Como a viagem de SP a Montevideo é rápida (só duas horinhas de avião!), mais a facilidade de viajar pelo Mercosul, faz com que visitar o país vizinho não seja complicado. Por isso, tanto eu quanto a Ana pudemos voltar em algum momento, sabe?

Em relação aos posts anteriores, este aqui tem um pequeno roteiro de lojas de tecidos e armarinhos no Centro!

Mini Férias

Depois que eu concluí a formação em Consultoria de Estilo, no final de julho, sendo que eu já estava num ritmo intenso de estudos do Decola Lab, resolvi tirar uma semana para descansar os meus neurônios e deixar “decantar” a grande quantidade de informações recebidas naqueles meses.

Os primeiros dias foram dedicados a ficar em casa e curtir o ateliê (oba!) e os últimos foram passados em Montevideo, aproveitando que o Ricardo tinha um compromisso de trabalho lá (e fui eu de carona de novo, rs).

Semana de mini-férias = mais tempo no ateliê! #costurakatiacostura #bloguices

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Andar pelo centro rendeu belas surpresas e ajudou a desacelerar, que era uma das minhas intenções naqueles dias. Almocei dois dias seguidos no Estrecho, um lugar bem charmoso e moderninho e também tomei café na Livraria Más Puro Verso, uma delícia!

Turismo craft

Nos dias em que o Ricardo estava trabalhando, ficamos hospedados no centro, o que facilitou meus passeios a pé por lá. Todas as lojas que visitei e também onde escolhi comer eram acessíveis a pé. Foi muito produtivo!

Lojas de tecidos e aviamentos

Nas andanças pelo centro, descobri que a região da rua San José com a Andes possui várias lojas de tecidos e armarinhos! Eu até comentei no dia: mesmo quando eu não vou atrás das costuras, elas vêm atrás de mim, rs!

Entrei em algumas delas, vi vendedores atenciosos e produtos para roupas do dia-a-dia. São todas bem grudadinhas nessas duas ruas, partindo da esquina da San José com a Andres.

Os armarinhos (ou Mercerias, em espanhol) parecem com os nossos, têm de tudo um pouco. As lojas de tecidos da região possuíam muitos tecidos mais simples para roupas, além de tecidos para decoração. Aproveitei para procurar e comprar fios acetinados para novas tentativas de pingentes (contei sobre isso aqui) na Merceria Lissi. Se funcionarem bem, vou continuar a procurar material semelhante em SP!

Lojas de lãs e artigos artesanais

As lãs do Uruguai são especiais e vale a pena percorrer as lojas para encontrá-las. Nas mesmas lojas é possível também encontrar artigos prontos feitos artesanalmente no Uruguai, o que eu acho bem legal, pois agrega mais valor ao que o país tem de bom para oferecer!

O outlet da Manos del Uruguay é a única loja da marca na cidade que vende lãs. Estava pertinho do meu hotel e pude visitar com calma, vale a pena o garimpo!

Voltei à La Pasionaria pois quis aproveitar para trazer mais algumas lãs da Malabrigo, sempre minhas preferidas! Já foram utilizadas e, em breve, as peças aparecerão aqui no blog!

Boas compras: Lã Worsted azul da Malabrigo (já virou um cachecol para o Ricardo), Lã Rios em tons rosados (já virou um colar de tricotin) e lã de merino com linho da Manos del Uruguay, que está virando uma blusa para mim.

Enquanto estava no Centro, passei também na Balitex. A loja passou por uma reforma e eu quase não a reconheci, rs!  A Balitex vende lãs mais simples, tem uma boa variedade de produtos e também vende materiais sintéticos.

Balitex, no Centro.

Mais passeios legais

Nos últimos dois dias de viagem, ficamos hospedados em Carrasco, no mesmo hotel que fiquei em 2016. Eu e o Ricardo aproveitamos que o hotel emprestava bicicletas para os hóspedes e demos uma volta pela Rambla, percorrendo alguns quilômetros pela orla de Montevideo. O passeio foi ótimo!

No mesmo local, na véspera, eu vi o que provavelmente foi o por-do-sol mais lindo da vida!

E visitamos juntos a loja da Manos del Uruguay de Carrasco. A loja estava vendendo roupas de frio com desconto, mesmo ainda estando no inverno. Aproveitamos para fazer boas compras (agora não vou precisar de roupa de frio tão cedo, rs):

Ah, como eu sabia que o Ricardo iria adorar, repeti o passeio à Bodega Bouza e também ao Vivero Lavender para que ele pudesse conhecer esses dois lugares tão lindos, com boa comida (e ótimos vinhos, lógico!), além de termos ficado nos últimos dias no mesmo hotel que eu fiquei em 2016, o Belmont House. Na galeria tem fotos liiiiindas, clique em uma delas para ver em tela cheia!

Enfim, mais uma vez Montevideo se mostrou tão linda que já estamos com vontade de voltar!

Viagem Craft: Montevideo - Passeio pelo Centro e Jantar de Encerramento!
Viagem de férias e crafts – Uruguai e Argentina!
Armário Handmade do Rock in Rio!

Na semana que passei no Rio (estava com saudades de ir sem correria, mesmo com os problemas todos que estão acontecendo por lá), teve armário handmade praticamente todo dia, até porque grande parte das peças que eu amo e uso muito fui eu mesma que fiz.

Mas aí seria um repeteco só aqui no blog, já que tudo que faço vem parar aqui também, rs!

Aí resolvi fazer este post com os looks que usei no Rock in Rio, com peças handmade mas usadas de um jeito diferente!

Primeiro dia – Macacão de Moletom

Acabei mudando o primeiro look de véspera, naquele momento que deu vontade de trocar o calçado planejado e aí o look todo mudou, rs! Se eu estivesse em casa, certamente teria conseguido incrementar mais com acessórios.

Usei o tênis esportivo que tinha levado para as caminhadas no calçadão e não me arrependi de ter montado um dos looks do Rock in Rio com ele, pois são muitas horas em pé e a caminhada até o Parque Olímpico e tal…

Enfim, para o dia de Bomba Estéreo e Karol Conka, Titãs, CeeLo Green e Iza, The Who (um sonho realizado!) e Guns n’ Roses eu vesti meu macacão de moletom com estrelinhas, pochete de glitter, óculos espelhados e tênis esportivos! Ficou tudo mais clarinho e com toques de brilho!

Macacão: moletom com elastano da L’Atelier de La Creation (Paris), molde da revista Burda Style de novembro/2016. Mais fotos do macacão aqui.
Pochete com Glitter: Agora que Sou Rica
Tênis: Asics
Óculos Escuros: Ray Ban

Segundo dia – Saia Calça

Já esse look estava super planejado, rs! Para ver a minha banda do coração, montei o look para usar a camiseta do Red Hot!

Diferente do ano passado, quando usei a camiseta com um shorts de couro (e passei muito calor com ele), esse ano eu usei a minha saia calça bem mais fresquinha, chemisier usado aberto por cima e tênis com algum amortecimento, além da pochete!

E assim eu estava no Rock in Rio para conferir Sepultura, The Offspring (mais um sonho realizado), Thirty Seconds to Mars e Red Hot Chilli Peppers (minha banda do coração para todo sempre, amém!):

Saia-Calça: tecido Bi-strech da GJ Tecidos (Centro – SP), molde da Pantacourt com transpasse da revista Burda de Agosto/2016, modificado por mim. Mais fotos da peça aqui.
Camiseta oficial do Red Hot Chilli Peppers: comprada no show de 2013 em São Paulo
Chemisier: Alexandre Hertchcovitch para C&A
Pochete com Glitter: Agora que Sou Rica
Tênis: Nike
Óculos Escuros: Ray Ban

Dicas

Depois de muitos anos indo a festivais e shows, eu acabei criando uma “receita” com o que funciona nessas ocasiões. Então, vou deixar essas dicas aqui!

Roupas – minha prioridade é o conforto. Uso roupas que eu fique bem em pé, andando ou até sentada no chão. Se eu vou de vestido, normalmente estou com um shortinho por baixo. Então, dificilmente uso saias muito justas ou curtas, para não ter que me preocupar. Ou vou logo de shorts ou calça. Em alguns eventos vale pensar num casaco pois às vezes esfria conforme anoitece.

Calçados – sempre dou preferência aos tênis, principalmente se tiverem algum amortecimento. São muitas horas em pé, andando ou dançando/pulando. Vale também considerar um calçado que você não tenha dó de sujar ou molhar. Tem botinha que dá conta do recado e não deixa os calcanhares cansados. Coturnos e botas com solado grosso também são ótimos!

Acessórios – no meu caso, os óculos de sol são indispensáveis de dia e os óculos de grau são indispensáveis à noite, rs! Não me preocupo com outros acessórios, mas quem curte uma montação maior pode mandar ver. Ah, desta vez eu peguei amor de verdade pela pochete!

Cabelo e maquiagem – a maioria das vezes eu já saio de casa com o cabelo preso mas, quando vou com ele solto, levo um elástico para garantir. A maquiagem tem que ter filtro solar e ser resistente à água, para durar e não precisar retocar. Sempre uso um batom que dura bastante.

Essenciais – Ricardo é o responsável pela nossa mochila que sempre tem: protetor solar, repelente, capas de chuva, cangas para poder sentar no chão e powerbank para carregar o celular.

Ricardo e a mochila com nossos itens essenciais!

E que venham os próximos festivais!

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Katia Linden
Sou de São Paulo, publicitária de formação, professora de costura por paixão e escolhas da vida. Sou também várias outras coisas por convicção: feminista, mãe de cachorros, tatuada, amante de música, viciada em Grey's Anatomy, costureira, modelista, consultora de estilo e (também, ufa) autora deste blog.
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